Segredos

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"Na vida toda temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável  e um amor inesquecível."

Daniel Marchi 

    Spoleto 1923, segredos são inevitáveis, todos temos, uns maiores que  outros, o fato é você sabe esconde-los?

Duas horas antes:

    Annabell estava diferente aquela manhã ,parecia mais calma .Recolheu certas ervas , estendeu roupas na corda , brincou com Emílio , preparou o chá de Breno , que estava achando tudo isso muito estranho ,preparou um chá diferente e subiu para seu quarto.

    Breno queria saber o que estava acontecendo mas não queria atormenta-la . Aproveitou o dia ensolarado para ir com Emílio até a venda , já que Pietro estava fora e ainda não havia voltado .Pessoas andavam normalmente sem medo na rua, ou aparentavam. Emílio sorria de orelha à orelha , Breno se sentia pai pela primeira vez. Observava a rua ao seu redor quando viu um vulto desviando da multidão , o pânico tomou conta , seus instintos o alarmaram, quando tentou observar melhor já não  havia mais nada.

- Tio Breno, está tudo bem?- A voz infantil ao seu lado o chamou.

-Está sim pequeno. vamos vou comprar um pirulito grandão para você.-Falou começando a andar , olhou para trás uma última vez para ter certeza.

     Annabell estava em frente da penteadeira ,procurando o que pôr naquele papel a sua frente, sem saber como começar

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     Annabell estava em frente da penteadeira ,procurando o que pôr naquele papel a sua frente, sem saber como começar. O medo de ser exposto é o que nos faz guardar muito bem um segredo. E no momento em que Annabell começasse a escrever,ela seria completamente exposta ,a família que ela tanto queria agora era só dela e ao se expor tudo mudaria ,mas aquele jogo tinha que acabar e ela tinha que falar para proteger sua família.

        Ao terminar de escrever estava tudo pronto, sem deixar as lágrimas tomarem conta ela desceu a escada e ficou na porta , ela sabia que o momento estava chegando e o medo também mas Annabell nunca deixou-se levar por ele, ela lutaria até o fim se fosse necessário. Seus pensamentos a levavam longe quando a porta da frente se abriu , a jovem já esperava o ver mas não naquele estado, Giovanni estava em farrapos , seu rosto sombrio e sujo.

- Sabia que viria .- Apontou ela sem rodeios. 

- Já estavas a me esperar? Nosso amor é tão belo , então sabes que vira comigo , não é?- Ele a olhou de cima a baixo esperando sua movimentação mas ela não o fez.

-Que graça teria se fosse fácil?- Annabell sorriu de uma forma que Giovanni nunca tinha visto, a loucura era nítida naquele sorriso mas ele não podia deixar seu precioso tesouro por ai para os outros a roubarem. 

     Ele se jogou em cima dela ,que desviou fazendo-o cair sobre a escada enquanto ela corria para cozinha, Annabell pegou uma tábua de carne que estava ali e acertou a cabeça do agressor fazendo o sangue escorrer. Giovanni tonteou mas se manteve de pé ,chutou a barriga dela fazendo-a  cair ,subiu em cima dela e segurou suas mãos a cima da cabeça , aproximou seu rosto do dela e sussurrou " Você e minha!" Annabell deu uma cabeçada nele se livrando do peso sobre seu corpo.

- Nem no inferno seu merda!- Disse a jovem correndo em direção a porta da frente antes de sentir uma pancada na parte de trás da cabeça e desmaiar.

   Breno estava prestes a voltar pra casa quando Emílio correu em direção a polícia , foi o momento em que Breno  viu Pietro , ele havia voltado mas algo estava errado  seu rosto erra nítida a dor ,algo havia acontecido

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   Breno estava prestes a voltar pra casa quando Emílio correu em direção a polícia , foi o momento em que Breno  viu Pietro , ele havia voltado mas algo estava errado  seu rosto erra nítida a dor ,algo havia acontecido. Breno não perdeu tempo e seguiu até ele . Pietro  pegou Emílio no colo abraçou e pediu desculpas , caindo em lágrimas. Emílio era muito pequeno para entender , mas Breno entendeu e não estava mais se importando pro que iam falar ou pensar, só queria abraçar seu amor e dizer que tudo ia ficar bem e que ele faria de tudo por ele . As sacolas caíram no chão quando Pietro abraçou Breno e suas bocas se tocaram , um selinho rápido mas cheio de sentimentos, Breno não pode deixar de sorrir ao perceber o quanto Pietro sentia sua falta.

-Eu sinto muito por Lourenço...

- Me dói não poder ter ajudado meu irmão e saber das dores que ele carregou, mas acho que me acostumo com isso ,já o enterramos junto ao corpo de Anna, levarei Emílio lá assim que possível ele merece pelo menos ver o túmulo do pai.- Pietro encarava seu sobrinho enquanto fala.- Bom ainda tenho assuntos pendentes com Annabell, vamos te ajudo com as sacolas.

   Sem questionar Breno seguiu, no caminho de volta Emílio contou ao tio que Annabell era a melhor tia que ele tinha, que ela lhe preparava o café e doces , brincava com ele e também o ensinara a ler .Pietro ficou surpreso com a facilidade com que Annabell ensinou Emílio e sua disposição com a criança.Quando chegaram Breno percebeu a porta aberta e logo correu para dentro da casa , notou sinais de briga até por que a casa estava completamente bagunçada , correu até a cozinha e notou sangue no chão, o pânico, a adrenalina pulsava em seu corpo,passou correndo por Pietro que tentava simular tudo, subiu as escadas como nunca antes, entrou no quarto de Annabell e gritou seu nome a chamando, mas ela não estava ali .Quando olhou novamente sobre a penteadeira havia um papel, seguiu até lá e o pegou.

  Ao terminar de ler sua garganta soltou um grito de desespero, a visão ficou turva e então o som do seu corpo caindo sobre o piso de madeira

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  Ao terminar de ler sua garganta soltou um grito de desespero, a visão ficou turva e então o som do seu corpo caindo sobre o piso de madeira.

Pietro correu ao ouvir algo caindo, encontrou Breno desmaiado com um papel ao seu lado se abaixou e pegou o papel. Ele não acreditava no que estava lendo, o assassino estava o tempo todo embaixo do seu nariz e ele nunca notou e agora todas as provas que ele tinha sobre todo o caso , sua maior testemunha e seu culpado haviam sido sequestrado. Aquele era uma espiral sem fim.

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