Dor
Todos sabem olhar e julgar,
mas e ouvir e ajudar?
Pois o que eu passei...
Ninguém passaria por mim.
A dor que eu senti...
Ninguém sentiria.
As verdades que vi e ouvi,
ha! Ninguém aguentaria...
Sou fiel à dor...
pois é dela que sou feito.
Vi...
O começo da sabedoria é encontrado na dúvida; duvidando começamos a questionar, e procurando podemos achar a verdade. Pierre Abélard
Spoleto 1923,Annabell escutava atentamente cada palavra que saía da boca de Breno. Ele estava ofegante e cauteloso, a jovem não sabia o que dizer sobre tudo aquilo. Se ele estivesse certo Miguel estaria escondendo coisas dela , e isso não à agradava nem um pouco. Ela se levanta sutilmente e tenta buscar o ar que sumia de seus pulmões.
- Tem certeza de que não está enganado? - Annabell se apoiou na mesa e sussurrou.
- Já viu eu errar alguma vez? - Breno ergueu a sobrancelha.
- Sobre o que as duas velhas estão fuxicando? - Criticou Miguel na soleira da porta. Annabell teve um sobre salto mas se recompos.
- Sobre as intimidades de Breno. - A jovem ergueu o pescoço e o observou.
- Queres saber como seduzir um homem? - O tom de ironia era notório em sua voz.
Miguel o olhou de cara feia, virou as costas e foi para qualquer outro lugar da casa. Annabell caiu na gargalhada, tomou seu chá enquanto planejava seu plano para conseguir a bendita chave.
- O plano é o seguinte, vou seduzir ele. Tenho certeza de que não é difícil! Vou servir uma taça de vinho, lógico que terá algo para ele dormir, e ai eu pego a chave abro o caixote e descobrimos o que ele está escondendo de mim! -Breno olhava admirado a astúcia que Annabell teve ao esquematizar todo esse plano.
- É vero, minha cara, é vero!
Annabell passou o dia todo ignorando Miguel, que corria atrás dela como um cachorrinho com fome. Precisava só de mais uma coisa, ao chegar a noite Annabell preparou seu banho, água quente, margaridas e lavanda, despiu-se e se adentrou na banheira. Sua pele se encolheu no calor da banheira, o cheiro das plantas a deixava tão calma, seus pensamentos estavam longe quando alguma coisa, ou melhor, alguém fez um barulho estrondoso. Annabell saiu da banheira se enrolou na toalha e correu lá para fora. Olhou para um lado e para outro e nada, quando estava prestes a se virar deu de cara com um homem alto e forte. "Mas que merda! " Annabell tentou correr mas foi puxada a força para trás. Aquele maldito velho tinha voltado , agora ela não conseguiria manter seu plano. Ele a puxou para longe, mata adentro, ela tentou reagir uma, duas vezes e nada. Foi atingida por socos e tapas.
- Sua putinha, achou que ia me envenenar e me jogar por ai?! SUA VAGABUNDA!- Aquela voz fez os cabelos de Annabell arrepios.
Ela tentou revidar ,mas o peso dele a impedia . Antes de receber outro golpe ela jogou a cabeça para o lado assim vendo uma pedra diante dela ,tentava alcança-la em silêncio. Quando sentiu o toque frio da pedra a agarrou e bateu com toda sua força na cabeça do velho que desabou no seu lado,algo fez com que Annabell não conseguisse parar de bater ,então ela bateu e bateu,só parou quando a derfomidade no rosto do homem morto a fizesse desabar em um choro silencioso, o líquido quente e grudento estava em suas mãos e em seu corpo. Ainda nua ela levantou e correu para a parte de trás da casa ,onde se encontrava a porta dos fundos . Entrou tão rápido e o peso de seu corpo desabou no chão. Miguel a viu e correu para socorre-la , pegou a moça no colo perguntava se ela estava bem e a única coisa que ela sibilava era "eu sou uma assassina!" No momento Miguel não reagiu em surpresa ,apenas a levou até o banheiro para limpar se corpo e cuidar de seus machucados.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Pietro acordou com batidas fortes em sua porta, " Mas que raios está me acordando?!" Ele levantou bruscamente e abriu a porta, deu de cara com Breno.
- Oi .- Soltou Breno,Pietro notou a expressão em seu rosto. E não era coisa boa.- Desculpa não queria te acordar...
- Que nada, eu ja estava acordado! Mas o quevo a honra de vossa visita?
- Eu preciso de ajuda. E acho que se chamar a polícia não tera como explicar...
Pietro tentou achar uma resposta lógica para o pedido de ajuda de Breno.
- Annabell foi atacada pelo pai dela...
- Mas ele não estava desaparecido?- Interrompeu Pietro fechando a porta e direcionando Breno até o sofá.
- Sim mas deixe-me terminar. Ele apareceu e a atacou e em legitma defessa ela acabou batendo nele na cabeça. Resumindo o velho morreu! E a coitada está desesperada, o que fazemos com o corpo?
- Bom então ela está com grandes problemas. Sabes onde está o corpo?
- Levamos para o porão da casa.
- Ótimo! - Disse Pietro levantando.- Preciso que leve o corpo para a floresta o mais longe que puderem. Vou dingir que recebi uma denuncia anônima e esse será mais um caso do assassino à solta .
- Pietro estais louco? Por que farias isso?
- Porque eu lhe amo Breno!
Não se teve discussão , Miguel e Breno levaram o corpo para o mais longe possível. Horas depois Pietro adentrou na companhia de polícia de Spoleto e chamou todos os guardas possíveis,alegando o crime denunciado anonimamente. Não demorou muito para chegarem a cena, Pietro se chocou com o estrago que a jovem havia feito no pobre velho ,que agora vazia em um saco escuro. "Essa mulher tem força. Até demais para uma jovem de 17 anos..." O corpo foi levado ao hospital e feito a autópsia , o legista havia viajado então fora substituído por um médico, que provavelmente nem sabia a causa da morte . Ele apenas disse que o assassino era grosseiro e desesperado, o fato era o método de assassinar não eea realmente do assassino , então para Pietro Annabell não podia ser a assassina à solta em Spoleto. Como ele pensava o assassino era um homem , porém a ideia que havia crimes ligados a jovem Annabell não saia de sua mente. "O que eu não faço por amor ,não é Breno?" O caso seria encerrado e o segredo morreria com Pietro. Ele precisava ver seu irmão, saiu do hospital e seguiu para a visita de rotina.