Jantar

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Eu acordo com o som da porta abrindo e vejo uma mulher de cabelos ruivos entrando, usando um vestido preto e tinha olhos cor violeta.

- Que bom que acordou, desculpe por isso...

Ela vem até mim e me solta, nem fugi, apenas sentei na cama segurando meu pulso sentindo ele doer.

- Prazer, meu nome é Rowena, sou a serviçal de Dean e vim ajudá-lo a se preparar - ela fala docemente.

- Dean? - é a única coisa que eu falo.

- Sim, meu mestre - ela fala.

- Ah, quem me comprou do idiota do meu tio, eu não vou jantar com ele.

A mulher deixa cair a roupa que pegava do armário.

- Mas tem que ir, por favor, o mestre não é um homem ruim, tente conhecer ele melhor - Rowena falava tentando me convencer.

Ela me deu um terninho azul apertado, eu não queria mas ela acabou me convencendo, ajeitei meu cabelo e a acompanhei até a sala de jantar.

Entrei e vi a mesa cheia de coisas deliciosas, um verdadeiro banquete de dar água na boca de qualquer um, me sentei mas não vi nada de Dean. Eu olhava para o teto e via as pinturas feitas à mão.

- Anjos - ouço.

Eu abaixo a cabeça depressa e o vejo novamente me olhando, fiquei calado e ele se sentou do outro lado da mesa em minha frente.

Jantava calado percebendo que ele me olhava.

- Não vai comer nada? - pergunto o encarando.

A expressão muda e ele fica sério.

- Eu não falei para que só falasse comigo se eu me dirigi-se a você? - ele falou.

Eu fico calado e ele levanta e pega uma garrafa no armário perto da lareira, eu aproveitei e peguei uma faca da mesa e escondi no meu terno.

- Vinho - ele fala me entregando uma taça.

Eu seguro e cheiro de leve.

-Tem veneno? Ou algum tipo de dopante? - falo afastando a taça sem beber.

- Não faria sentido te matar ou qualquer outra coisa - ele diz.

Eu levo aos meus lábios e bebo um gole, desce queimando minha garganta e tossi levemente.

- Porque? - pergunto.

Ele levanta a sobrancelha esperando algo, tentando entender.

- Porque me mantém aqui? Eu não sou nada, para que precisa de mim?

Ele se aproxima e para perto de mim me olhando e recuo um pouco na cadeira.

- Acho que é hora de ir para seu quarto - fala.

O relógio de repente toca: são oito horas. Eu continuo parado, ele soca a mesa me assustando e eu levanto correndo para meu quarto e fecho a porta assustado.

Eu me deito na cama e suspiro como se nada mais eu pudesse fazer, tentando dormir deixando a faca presa ao meu terno caso ele entre aqui.

(...)

Acordo ouvindo um barulho e vejo no relógio: são quase meia-noite. Me levanto e abro uma brecha da porta e ando para fora, vendo uma luz em uma brecha de uma porta.

Me aproximo ouvindo alguns sons e espio em silêncio, vejo Dean e uma mulher semi-nua. Ele a colocou contra a parede beijando seu pescoço, quando de repente presas aparecem e ele ataca o pescoço da mulher que grita se debatendo por alguns minutos, mas logo caí no chão sem vida com seu corpo tendo últimos espasmos.

Ele abaixa e eu vejo seus lábios se moverem, ele disse: "Perdão". Sinto lágrimas escorrerem e tento me acalmar, ando para trás quando esbarro numa mesa e deixo um vaso cair. Eu ouvi ele levantar andando até à porta.

Corro depressa tentando fugir saio pela porta da frente e passo pelo jardim em desespero.

Ele vive em um castelo.

Tento sair, mas sou derrubado e sinto ele me virar. Eu tento me soltar em desespero e me debatendo enquanto ele me segura.

- Agora que você sabe o que eu sou, talvez passe a me obedecer - ele fala segurando meus pulsos sobre o chão me impedindo de levantar.

- Eu quero ir pra casa - grito.

- Essa é sua casa agora - ele fala.

- Você é um monstro! - grito.

Ele levanta e agarra meu braço me arrastando para dentro, eu me desespero imaginando aquela mulher morta.

Agora eu seria o próximo? Ele me joga no chão do meu quarto, eu me levanto e me encosto de frente para um espelho.

- O que você quer de mim? - pergunto o encarando com raiva.

- Não te interessa - ele fala.

- Vai me matar agora? Como matou aquela mulher? - grito.

Ele avança e fecho os olhos esperando o ataque e protegendo meu pescoço e rosto com os braços.

Ouço barulho de algo quebrar, abro os olhos e me vejo entre os braços dele e o espelho quebrado, com ele de cabeça baixa.

- Me mate logo ou me deixe ir, não quero ficar preso aqui - falo.

Ele me olha e se aproxima de mim deixando o espaço entre meu pescoço e seus dentes menor afastando meus braços.

Ele se aproxima e sinto sua respiração sobre minha pele, ele para e dá um beijo de leve me arrepiando.

Eu o empurro e pego a faca presa ao meu terno, ele vem na minha direção e no medo enfio a faca em seu peito fazendo ele dar alguns passos para trás, sangrando um pouco.

Ele tira a faca com um puxão e vejo o sangue pingar no chão e cubro minha boca.

- O que é você? - é tudo o que falo.

Ele me encara e sinto um tipo de pânico me fazendo se apoiar na cômoda, estou trêmulo. Ele vira o rosto saindo.

- Vai ficar preso aqui até deixar de me desafiar - ele fala.

- Não! - falo assustado.

- Você pediu por isso, Castiel - ele fala indo até a porta.

- Dean, por favor - imploro assustado.

Ele para e me olha. Notei seus olhos brilharem levemente por ter dito seu nome.

- Dean - falei.

Ele baixou o olhar perdido e saiu do quarto trancando a porta. Eu bato na porta gritando até cansar e acabo sentando no chão irritado esfregando meu rosto, me impedindo de chorar.

Eu agora sei que logo logo eu seria o banquete. Afinal fui vendido para um monstro, um demônio... Um vampiro.

- Aonde eu fui me meter?...

ᴠᴇɴᴅɪᴅᴏ ᴀ ᴜᴍ ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏ | ᴅᴇsᴛɪᴇʟ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora