Nunca abandonar ou esquecer... Nutrindo os vazios tristonhos da alma
Ruo Ye estava descontente.
Por que Xie Lian estava demorando tanto?
Primeiro que por mais que Ruo Ye fosse atencioso, até um pouco ansioso em agradar, aquele adolescente tomando um café cabisbaixo e calado, causava-lhe certa desconfiança.
E se não fosse o irmão que o estivesse perseguindo? Só faltava um bando de gangster mal encarados entrarem em sua livraria atrás do fedelho de ataduras no rosto sujo e triste.
Tinha talvez uns dez minutos que os dois estavam calados dentro da livraria, o relógio redondo e branco na parede com números em algarismos romanos era o único a quebrar o peso da ausência de suas vozes.
— Aquele moço gentil... — E-Ming se pronunciou ainda cabisbaixo. — Ele volta mesmo?
Ruo Ye que estava de braços cruzados, parado por perto e sem resquício de sorriso, voltou seu olhar para o adolescente.
— Claro que volta... Que pergunta. — Ruo Ye soou um pouco desdenhoso. — Se tem uma pessoa em que se pode confiar é o Lian. Você eu já não sei... Por que estava fugindo do seu meio irmão?
E-Ming desencostou o copo plástico dos lábios, erguendo um pouco o olhar... Quase nada.
— Porque... Eu não confio nele... Que nem você que não confia em mim.
— Você é mesmo tão idiota, ou está fazendo tipo? Se eu tivesse um irmão, eu não fugiria dele. Renegar a família é uma burrice descomunal, sabia?
— Hum... — E-Ming estreitou o olhar por baixo do cabelo que caía em seu rosto. — Fica na sua, você nem me conhece, não sabe nada da merda que é minha família.
Além de descontente e desdenhoso, Ruo Ye estava nitidamente irritado. Sua vontade interior era dar um cascudo para fazer aquele moleque acordar para a vida. Mas, seus braços que estavam cruzados se fecharam ainda com mais ímpeto contra seu peito, seus cílios naturalmente descoloridos piscaram numa lentidão contrariada.
— Você que deve ser um merda por pensar assim... Preferia ter passado sua infância toda num orfanato? Pense um pouco antes de tomar uma atitude tão babaca!
As palavras duras de Ruo Ye fizeram E-Ming largar o copo de plástico sobre a mesa e olhar em sua direção um pouco abismado e intrigado.
E nesse ensejo a porta da livraria abriu, Xie Lian passou por ela trazendo consigo a sacola com o que tinha comptado na farmácia.
— Perdão se demorei um pouco. — Xie Lian sorriu um pouco desajeitado. — Eu não tinha certeza se tinha comprado tudo o que você precisava.
Mas, logo que Xie Lian caminhou até a mesa onde estava E-Ming olhando retraído em sua direção, ele também reparou que Ruo Ye não estava com uma cara muito boa.
— Houve algo na minha ausência, Ruo Ye?... Tudo bem?
— Nada... Acho que vou sair só um pouco para tomar um ar na calçada. Se importa, Lian?
Evidente que Xie Lian não tinha achado que esse “nada” fosse realmente nada, ele conhecia Ruo Ye relativamente bem.
Contudo, no lugar de constestar, Xie Lian sorriu em concordância.
— Não, fique à vontade... Eu cuido do menino, Ruo Ye.
Assim que o sininho no alto da porta tocou e Ruo Ye saiu, Xie Lian sentou-se de fronte a E-ming, despejando o conteúdo da sacola sobre a mesa.
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Starlight ☆ | HOB [Modern Au]
Fanfiction"Oh luz das estrelas, não chore Nós vamos fazer isso direito antes de amanhã Nós vamos encontrar um lugar onde nós pertencemos Onde nós pertencemos Você vai ver Assim como as montanhas caem e viram pó Há uma coisa que não vai mudar Eu acredito que h...