— Então, Five, como andam as coisas por lá?
O mesmo ficou em silêncio. Eles haviam andado por um tempo e, como o sol estava começando a se por, decidiram parar para acampar — até porque é difícil encontrar pousadas no meio do deserto. Ele revirou os olhos e se deitou em seu lado da tenda, eles estavam dividindo uma, tendo em vista que o mesmo tinha trago apenas um pequeno tecido para se deitar. A menina retira suas botas e se deita.
— Sabe, você não fala muito.
— Não falo com você.
— Não é um problema, amo falar. E muitos adoram me ouvir. Deve ser por causa da minha voz.
— Shh! — ele se revirou e a menina apenas riu. — Você não precisa provar que é tagarela. Agora vá dormir.
— Não estou com sono. - provocou.
— Que pena. Eu estou.
— Você precisa aprender a ser mais gentil, Five.
— E você, precisa aprender a guardar algumas coisas pra você.
— Bom, continuo dizendo a todos a verdade, mas talvez essa realmente não seja a melhor escolha, sabe? — o interrompeu. — E todo mundo quer ouvir uma opinião forte, contanto que seja igual a sua. Eles dizem que a honestidade é a melhor política. Se isso fosse verdade, não penso que todos os meus amigos me odiariam.
— Nós não somos amigos.
— Não pense que é um lamento pra mim. — riu. — Estou acostumada a seguir solo. Não acho que um playboy iria me adicionar em alguma coisa.
Ele ficou em silêncio, esperando que a menina também ficasse.
— Eu tenho corrido minha boca por toda a cidade. Ganho com minhas palavras como se fosse um bilionário, mas não tenho o que comer. Não que isso me faça alguma diferença. Nada é apegável para alguém como eu, e aquele bar realmente me deu uma direção. — suspirou sorrindo. — Costumo dizer que não tenho raízes, sou uma alma livre. E continuo falando como se fosse mais alto do que as árvores, mas meus olhos nunca veem muito mais do que um metro e meio. — riu, logo parando.
Five começou a se questionar sobre a saúde mental da menina. Ele respirou fundo ao escutar o silêncio, e escutou a respiração pesada da mesma. Ele confortou sua mochila, que era também seu travesseiro, e caiu no sono.
~ ~ ~
— Bom dia, playboy!
A menina disse, levemente o chutando.
— Já estamos atrasados.
— Que horas são?
Ela estendeu sua mão em direção ao horizonte e fechou um dos olhos. O mesmo olhou para o céu, estava completamente escuro, com exceção das estrelas.
— Quatro e meia.
— Pra onde vamos agora?
— Para a vila Sinnuy. — disse, como se fosse óbvio. — Rápido!
Eles organizaram suas dormidas e partiram caminho. Kimi chacoalhou a poeira de suas roupas, tentando se fazer apresentável e apertou o chapéu a sua cabeça. O sol já estava no céu, brilhando a todo vapor. Ela pegou um pequeno lenço azul de seu bolso e cobriu seu nariz e boca com o mesmo. Ela estendeu um para o menino, que apenas ignorou.
— Pegue.
Novamente, continuou andando.
— NUMBER FIVE! Bote a merda do lenço em sua cara, a não ser que você queira ser afogado em areia.
Ele pegou bruscamente o mesmo e a obedeceu.
— Foi o que pensei.
Como se fosse de propósito, um vento ridiculamente forte saiu arrastando a areia de debaixo de seus pés até o alto de suas cabeças, o fazendo tropeçar, ela riu por baixo da máscara. Ele colocou a mão no olho, tentando protegê-lo, enquanto ela simplesmente andava, como se uma tempestade de areia fosse apenas um sereno rotineiro.
— Já estamos chegando. — gritou.
O vento continuou por algum tempo. Quando parou, ele pode ver casas simples e quase iguais e pessoas circulando. Havia uma multidão esperando por eles. A menina parou, tirou o lenço do rosto e abriu um sorriso gigante. Five parou ao ouvir barulho de armas sendo carregadas, a menina cruzou os braços.
— Identifique-se. — disse um dos homens, eram 6, todos levando uma espingarda consigo.
— Qual é? — ela retirou o chapéu, as armas foram abaixadas imediatamente.
— Nos perdoe, senhorita.
— Proteção em primeiro lugar, Sinnuy. — Ela disse chegando mais perto.
— Kimi! — uma mulher gritou animada.
— Você voltou! — outra disse.
Os dois foram afogados em ondas de animação. Five chegou bem perto da menina e sussurrou.
— Você realmente é a princesa dessas terras.
— Foda-se a princesa, eu sou o rei.
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TDN - Number Five
FanfictionTERRA DE NINGUÉM Onde Five precisa de uma guia e pede um favor a garota mais conhecida do Oeste. • O mesmo ainda trabalhava na Comissão. • Trechos da música THAT BITCH - Bea Miller