Capítulo 12

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- Papai... - olho para Nanda, desviando minha atenção de Ava. Ambas estágio no meu colo, uma em cada perna. Dandara e Dominic brincam com ursos de pelúcia no chão, forrados com um edredom de lã muito macio.

- O que foi, moranguinho?

- Eu quero chocolate! - pede, toda manhosa, abaixando um pouco a cabeça, me olhando com os olhinhos pidões. Eu não resisto, senhor.

- Claro... - seu olhar se ilumina e Ava me interrompe.

- Que não. - completa. - Amor, sabe que não podemos comer chocolate tão tarde da noite.

- Só um pouquinho. - ela faz sinal de pouco com os dedos indicador e polegar.

- É Morango! Um pouquinho não faz mal. Uma vez só. - entro em defesa da minha filha, tirando uma casquinha do pescoço da mãe dela no processo.

- Ah, já que é assim, por quê você não vai buscar? - pergunta, toda sarcástica, me castigando por contestar sua autoridade de mãe, saindo do meu colo, e pegando Nanda nos braços. Nada que uma boa chupada não resolva mais tarde.

- Bom, o fim de semana da família nao envolve intrusos, então eu vou! Quer alguma coisa, amor? - pergunto, leve.

Ava e eu estamos fazendo o trabalho de  dois dias em um para conseguir esse fim de semana. E conseguimos. São uma da manhã da madrugada de sexta pra sábado, não queríamos perder nada, e o fato dos gêmeos nao dormirem e acordarem Miranda no processo ajudou a chegar nesse exato momento.

Vesti uma bermuda e uma camiseta, meu cabelo está grande e caindo sobre meu rosto, já está me incomodando. Ava também ficou mais a vontade, com uma camisola comum, mas que desenhava todas as suas curvas.

- Já que vamos comer besteiras, vamos fazer isso direito! - Ahh a loucura dessa mulher... - Traga tudo que tiver de porcaria, por favor meu bem.

- Sim senhora, minha rainha! - lhe dou um selinho nos lábios e um beijo na testa. Beijo a testa de Miranda, e beijo as bochechas dos gêmeos. Eu sei, eu sei, estou indo ali, bem rápido, mas sou assim.

Fecho a porta do quarto que acomodaria uma família sem problemas. Vou caminhando pelos corredores, encontrando uma empregada ou outra fazendo alguma coisa, se curvam diante de mim, e  continuam seus afazeres.

Chego até a cozinha. O cozinheiro, Louis, está organizando umas panelas. Louis e Ava se dão muito bem. Ela, comilona como sempre foi, o tinha como cúmplice para fazer exatamente o que Miranda estava fazendo comigo agora: manipular o pai para deixá-la comer doces.

Louis o tem como filha, pois a viu crescer. E ele é um pai super protetor. Temos certa intimidade, uma amizade, eu diria, mas nada muito aprofundado.

- Majestade! - se curva - Em que posso ajudar?

- Conhece aquela mulher doida com a qual me casei e seu vício por doces. Bom, nossa filha herdou isso também.

Ele da uma risada baixa.

- Eu sei bem como a pimentinha da Ava é... que saudades dela correndo até mim, dizendo que queria cheesecake.  Ela me manipulava completamente. - fica imerso em lembranças.

- Ah eu conheço bem o sentimento! - rimos , cúmplices.

- Tem algo em mente? Se não estiver pronto, posso preparar! - pergunta.

- Hmmm, o que temos na geladeira? Vamos com o que tem. Está tarde, o senhor já deveria estar dormindo! - digo, preocupado com o senhor de 56 anos que não quer se aposentar de jeito maneira. Contratei toda uma equipe para ajudá-lo, ele é o chef da cozinha do castelo, mas não precisa fazer nada além de organizar todos os afazeres. Apesar de ja ter chegado aos meus ouvidos que ele prefere cozinhar.

A Princesa De GardéliaOnde histórias criam vida. Descubra agora