Pokémon A Lenda de Lyram: Volume 1- A escalada(Em Revisão)

Capítulo 7- O pokémon disfarce

O armário desaba num estrondo e o que quer que fosse que se escondia no seu interior é obrigado a sair. Lyram vê o seu vulto passar rapidamente á sua frente, desaparecendo, num instante, do seu campo de visão. Mal tem tempo de reagir, porém uma forte sensação invade-o quase que de imediato: a de ter um par de sorrateiros olhos cravados em si, algures á sua direita. O rapaz vira intuitivamente o pescoço e é então que por fim apanha um vislumbre da criatura. Fica extasiado.

Era pequena, com o corpo envolto num manto de negror do qual duas esferas de um escarlate vivo emitiam o seu brilho, rutilando como faróis. Que diabos era aquilo? Um relâmpago desce pelo firmamento, iluminando toda a saleta num intenso clarão de luz e aí  acerta-lhe, apenas breves segundos perante aquele ser, uma horrorosa enxaqueca de tamanha abruptidão e potencia que o faz cair no chão, quase moribundo. A sua mente ameaçava apagar novamente e, mesmo assim, através daquela janela de visão entorpecida , ainda continuava a vê-os. Aqueles dois olhos encarando-o, imóveis, expectantes, sinistros, ali no mesmo sítio. Pareciam emanar uma toxicidade tal, inexplicável.

Reagindo por fim, antes que fosse tarde demais para o seu treinador, o Luxio salta ao encalço da letal criatura num colérico ataque, contudo esta, antecipando-se vira costas e coloca-se em fuga, adentrando pela suíte fora a uma rapidez alucinante. Sem perder tempo, o destemido Pokémon elétrico sai disparado atrás dela. Enquanto isso, no chão, Lyram passava mal. A terrifica dor de cabeça não queria cessar e uma extensa neblina espalhava-se pelo seu pensamento como um veneno, toldando-lhe o raciocínio e impedindo-o de se mover. Á sua beira, com um semblante contrito e azafamado, encontrava-se o seu Zorua, tentando reanimar o mestre com incansáveis lambidelas na face. E lá acaba por resultar. A enxaqueca dá sinais de abrandamento e Lyram lentamente recupera a sua consciência, erguendo-se de imediato a custo. Mas que raio era aquela coisa? Os seus olhos... Ainda conseguia senti-los, como se ficassem imprimidos na sua cabeça. Vindos da suíte, os rugidos agitados do seu Luxio soavam . Lyram apressa-se e cambaleia pela passagem na parede seguido da bela raposa negra.

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Jerermy caminhava por uma ruela estreita com um cone gelado na mão e o seu característico cabelo espetado pintado de azul encimado na sua cabeça que, pelo silencio do jovem, parecia vir bem pensativa. Lyram ainda não chegara a OceanHerart ? Como podia aquilo ser? Até já tinha falado com a tia e tudo. Estava ali preparado para uma partida e... e nada? E... e se não viesse? Ia fazer figura de nabo... E...

Jerermy desiste num suspiro desalentado, continuando a caminhar, consolando-se somente com aquele delicioso gelado de morango.

O ecoar de passos surge atrás de si, galopante e, apanhado desprevenido, Jerermy vira-se de sobreolho franzido. Pac!! Vai logo ao chão. O rapaz levanta a cabeça ainda meio que aturdido. Á sua frente uma figura encapuçada corria desenfreadamente, acelerando e afastando-se cada vez mais.

_ Ei! Tu aí! Já não há maneiras? _ protesta ele indignado, enquanto a misteriosa entidade desaprecia mais á frente numa esquina.

Jerermy prepara-se para se levantar, mas inesperadamente é interrompido por dois indivíduos corpulentos, de preto que rasgando pela rua fora quase o abalroam sem sequer desviar o olhar. O rapaz deixa-se cair de novo de rabo no chão e cruzando as pernas á chinês, tenta processar o que acabara de acontecer. Estavam todos doidos ou quê? O olhar de Jerermy desloca-se repentinamente pelo terreno á sua volta em procura de algo, que se recorda deixar cair. A sua expressão de desilusão acentua-se severamente. O seu gelado... não....

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Lyram encarava agora o pequeno ser de cima, ali encurralado contra o canto da suite por Luxio que, revelando os seus afiados dentes intimidantes, o mantinha em posição.