Capítulo 5- A mansão

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Um apito estridente, mas baixo ressoava no seu ouvido e, uma estrenha sensação de frio preenchia-o, persistindo como se se encontrasse dentro de uma banheira de gelo. O seu pensamento permanecia leve, disperso, tranquilo, até que, pouco a pouco, as ideias começam a compor-se, a juntar-se, as peças do puzzle a encaixar e, emergindo do seu sono profundo, Lyram acorda. Á sua frente, a aberta imagem de um céu noturno olhava-o indiferente, atacando-o continuamente com a sua torrente de pérolas líquidas e,
dos cantos do seu campo de visão ainda enfraquecido, duas familiares silhuetas espreitavam, ganindo preocupadas e lambendo-lhe o rosto.

_ Zorua... Luxio... _ balbucia Lyram, levantando-se vagarosamente.

Como a sua cabeça doía. Parecia que tinha sido atingida por um taco de beisebol. Lyram fecha os olhos todo dorido e leva a mão á nuca, como se esta pudesse cair a qualquer momento. Em seu redor, os seus pokemons rejubilavam-se em emoção por ter o seu treinador de volta e, para o mostrar, prosseguiam nas suas caricias de boas vindas. Estava cansado debaixo daquela tempestade ainda resiliente e uivante, estava desorientado, estava confuso. Onde estava? O que acontecera afinal? Há quanto tempo estivera ali desmaiado?

Então, ganhando forças, o jovem arrisca-se e põe-se de pé com a cabeça ainda latejante. Á sua frente, uma acentuada descida de terreno, como que uma pequena falécia com os seus cinco ou seis metros de altura, jazia hirte com as aterradoras árvores do bosque a espreitar lá do cimo. Era verdade. Já se lembrava. Devia ter caído quando corria em direção á... á luz? Lyram vira-se em direção á ténue luminosidade de âmbar atrás de si. Mal podia acreditar no que os seus olhos viam.

Á sua frente, uma casa... não, um casarão repousava, ali como que saído de um filme de terror. Era, sem dúvida, uma possante construção em tons de pretos num estilo gótico francês com as suas grandes janelas e telhados que se impelindo em altura criavam a ilusão de rasgar o céu. Adicionalmente, á volta da mansão um amplo jardim, completava o ambiente, de onde ervas daninhas e eras brotavam, atravessado por um extenso caminho de betão rumo á entrada, este ladeado por uma fila de postes de eletricidade que, ainda que enferrujados faziam arder a sua luz amarelada no topo. E tudo isto encontrava-se protegido sob a guarda atenta de um conjunto de altas grades escuras que se desenrolavam a partir de um opulento portão ali, fitando Lyram diretamente a uns metros de si.

 E tudo isto encontrava-se protegido sob a guarda atenta de um conjunto de altas grades escuras que se desenrolavam a partir de um opulento portão ali, fitando Lyram diretamente a uns metros de si

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Como era aquilo possível? Lyram solta um espirro, possuído  por um subito calafrio. Não queria nada entrar naquele sítio, mas que alternativa tinha? Ficar ali a morrer de hipotermia. Não! Tinha de se abrigar. Lyram retrocede os seus pokémons para que estes também não ficassem ali ao frio e agora, um pouco já mais recuperado aproxima-se do tal portão. Não encontra nenhuma espécie de campainha e, após um breve inspecionar, verifica que um gentil empurrão basta para o abrir. Lyram não perde mais tempo e correndo pelo jardim, consegue-se finalmente livrar-se da chuva junto á entrada. Aquilo não lhe cheirava nada bem. Como é que poderia estar uma mansão assim no meio do bosque, aparentemente abandonada.? Bem, se calhar não estava abandonada. Não tinha a certeza, mas sinceramente também não tinha vontade de conferir. Que tal passar ali a noite nas escadas junto á entrada? Seria assim tão mau? Não se iria molhar mais com a chuva...

Pokémon A Lenda de Lyram: Volume 1-  A escalada(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora