Lyram prosseguia ainda na estrada. Os quilómetros percorridos eram já bastantes naquele seu passo descontraído e, apenas a mais alguns, a bela cidade de "OceanHeart" aguardava-o impaciente. Lyram atinge uma bifurcação e para. Dos dois caminhos a seguir, uma sábia seta de madeira indicava insistente o recomendado, ali perfeitamente iluminada aquela luz de início de tarde. Caso seguisse o caminho da direita, como era suposto, demoraria um pouco mais do que pretendia, três ou quatro dias de viajem, mas por outro lado, existia sempre a opção da esquerda, bem mais tentadora. Após falar com um velho senhor de uma população próxima, Lyram tomara conhecimento da existência de um atalho que trespassando pelo coração de um desolado bosque, lhe pouparia um precioso tempo. Era meio que um lugar desconhecido, pouco explorado, rodeado por uma aura de histórias fantasmagóricas e assombrações. Tomara mesmo conhecimento que era visto como perigoso com antigos rumores de um grupo de miúdos que desaparecera uma vez nas suas profundezas. Ou seria um ritual macabro que aí ocorrera? Enfim... O típico folclore pejado de superstições e lendas de fazer as criancinhas dormir aterrorizadas á noite.
Lyram sorri num desdenho trocista. Existiam sim pokémons do tipo fantasmas, um pouco mais traquinas e invulgares, e também lugares menos acolhedores, mas aparições do outro mundo, isso nunca Lyram vira. Não passavam de idiotices, invenções da grande imaginação do público e desejo em ter algo de interessante para contar.
Lyram observa a tabuleta durante mais uns instantes de decisão já tomada até que embarca, por fim, impavidamente pelo temido caminho. E lá vai ele...
Rapidamente, sinistras árvores começam a surgir, cada vez mais próximas, de troncos de madeira escura sob copadas folhagens entristecidas que, estendendo-se como guarda-chuvas, tapavam todo a visão de céu acima. Mesmo o caminho de terra batida começavam a desaparecer, invadido cada vez mais pela vegetação rasteira, até se acabar por fundir completamente com o terreno do bosque.
E, a certa altura, perante tudo aquilo, Lyram depressa se vê envolvido por um lôbrego labirinto de ambiguidade e indecisão por onde seguir. Aquilo sim era chato, mas felizmente o treinador julgava saber o que estava a fazer, julgava vir preparado. Detendo-se por um momento, Lyram remexe na sua mochila e, após um pouco procurar, saca do que procurava – uma bússola. Agora já estava! Sabendo a localização geográfica do seu destino no mapa, conseguiria certamente orientar-se. Porém, logo a sua breve expressão de confiante entusiasmo se morfa em desagrado. Como é que aquilo era possível? Descontrolada, bem diante dos seus olhos, a agulha magnética rodopiava como que alcoolizada e tal despolet uma faísca de raiva no rapaz. Lyram olha em volta furibundo e, perante a aterradora realização de não saber a mínima ideia onde se encontrava, estilhaça o maldito instrumento no chão. Arrepende-se de imediato, mas com o mal já feito...
Sozinho, perdido e totalmente á deriva, o desânimo vêm finalmente bater-lhe á porta e, sem mais nada que fazer, continua a perambular em busca de uma saída com os grunhidos de murkrow á distância.
Ainda mal sabia o que o esperava.
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Pokémon A Lenda de Lyram: Volume 1- A escalada(Em Revisão)
FanfictionA jornada de um jovem treinador de 15 anos, Lyram por uma nova região, Kalenmar, ao longo da qual encontrará interessantes personagens originais , viverá muitas aventuras e descobrirá muitos segredos. Preparem-se pois esta nova história promete co...