Capítulo 8- Sombra

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Lyram corria pelo corredor, empoeirado, escuro e afunilado, seguindo o tal Mimikyu. Aquela sensação pesada apertava o seu peito cada vez mais forte á medida que avançava, mas, mesmo assim, avançava, avançava revelando assim a bravura que se escondia por detrás da sua expressão apreensiva. O corredor desenrolava-se sem parar num único sentido, repleto de curvas e contracurvas, envolto por aquele eflúvio de humidade e decaimento no ar. Parecia não acabar aquele longo corredor de perdição, até que, enfim Lyram se detém. Á sua frente, uma espessa porta arvorava-se, constituindo o seu último obstáculo. O Mimikyu, agitado, debatia-se tentando empurra-la sem sucesso, enquanto Lyram e os seus pokemons permaneciam expectantes, num tom hesitante. Lyram coloca vagarosamente a mão na superfície da opulenta porta. O seu toque era rugoso, frio e vil e a sua aparência corroborava-o com aquela rede de marcas na madeira que imediatamente lhe chamam á atenção. Era simplesmente macabro. Pareciam marcas de garras, aguçadas e insistentes garras. Nesse instante, uma imagem invade-o. Não sabia porquê, mas mostrava-se-lhe estranhamente familiar. Trazia-lhe nebuladas recordações. O pesar no seu coração escala rapidamente até ao ponto de lhe faltar o ar.

Porém, depressa se recompõe e dá um passo atrás

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Porém, depressa se recompõe e dá um passo atrás.

A energia negativa contaminava o ambiente envolvente, dificultando-lhe a respiração. O Luxio e o Zorua observavam-no um tanto confusos. O Luxio chega-se á frente naquela sua postura impávida e focada. Lyram agarra-se também á sua força interior. Estava na hora!

_ Luxio, "iron tail"!

Num poderoso embate, a porta cede, tombando para trás num estrondo, desbloqueando a passagem. Sem perder tempo, o Mimikyu adentra. Lyram, Zorua e Luxio seguem-no.

Aquilo era impressionante. Mesmo com a luz da sua lanterna rutilando no máximo, o negror mais denso que alguma vez vira devorava a repartição, dificultando qualquer visibilidade além de uma pequena cúpula luminosa que se estendia a reduzidos metros de si. Lyram continua a caminhar. Conseguia ver os seus pokémons em seu redor, escoltando-o fielmente, mas perdera completamente a vista de Mimikyu, o que o preocupava bastante.

_ Mimikyu!? Mimikyu, onde estás?! _ chama ele

A única resposta que obtém é o seu eco, dando-lhe uma noção das dimensões do espaço envolvente, mas sinal de Mimikyu nenhum.

_ Mimikyu?! Mimikyu?! _ insiste Lyram, virando a luz da lanterna de direção.

... ... ... A abafada vocalização do pequeno Pokémon fantasma ouve-se á distância. Lyram corre na sua direção do som, conseguindo, pouco depois alcançar finalmente a figura do fantasminha.

_ Mimikyu, estás aí! _ suspira Lyram um pouco mais tranquilo, mas não por muito tempo.

O Mimikyu permanecia inerte, parecendo fixado em algo mais á frente, emitindo preocupados silvos sem cessar. Lyram levanta a luz da lanterna e, imediatamente, recua, estarraceado. Á sua frente, dois corpos jaziam imóveis, dois corpos de pura escuridão, puro terror... duas sombras. Uma era pequena e revelava a silhueta de um Pikachu e, ao seu lado, maior, uma jovem menina de olhos vazios e vestido pelo joelho com o seu rodado chapéu.

Pokémon A Lenda de Lyram: Volume 1-  A escalada(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora