[01] E torna-se realidade seu velho sonho.

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A nova década trouxe consigo novidades que logo mais se tornaram populares aos demais habitantes da cidade central, cada qual conversando sobre um ponto diferente em dias variados.

Para San, a única novidade que de fato valia a pena era, sem dúvida alguma, seu novo emprego em uma escola local. Ele havia estudado muito para esse dia, tinha se doado cem por cento para cada uma das coisas que fizera em sua vida. Enquanto aluno de uma faculdade popular de sua época, sempre recebeu diversos elogios por ser bastante aplicado e dedicado para com seus estudos.

Possuía apenas vinte e nove anos, tendo iniciado sua faculdade de pedagogia aos vinte. Desde muito cedo que ajudava os pais como podia — mesmo sabendo que os dois tinham boas condições, e, devido a isso, sua atenção sempre ia para o irmão mais novo, Jongho. Diversos trabalhos temporários fizeram parte de seu histórico, desde semanas em um mercado quanto a meses em uma loja de discos de vinil — eram a marca da época, e San amava os que já tinha.

Mas, claro, um emprego mais sólido em sua respectiva área lhe enchia mais de euforia. E o conseguir, depois de tanto esforço, era extremamente animador.

— Seu entusiasmo me contagia, San. — comenta Goeun antes de ingerir uma certa quantia de álcool naquela noite de sábado. O clube da cidade, de certa forma, estava mais cheio naquele momento, e apesar de não ser tão fã disso, San até que conseguia suportar por algumas horas. — É nessa segunda que começas, certo?

— Sim, e não vejo a hora de poder começar.

Ficaram falando sobre temas variados, indo embora tempos depois. Embora ainda fosse início do final de semana, Goeun possuía compromissos para o dia seguinte — ainda que houvesse exagerado um pouco na bebida — e San ficou encarregado de levá-la para sua residência.

Mesmo sabendo que o fraco por álcool era persistente, Goeun ainda cederia a ele. Se despediu da beta de maneira breve, nada mais que um abraço e se certificou de que a mesma estava entregue, apenas por precaução. Levando em conta a distância das duas casas, o caminho até a própria demorou bons minutos, mas que San sempre aproveitava para pensar e, infelizmente, relembrar.

Relembrar se tornava seu martírio constante em tantas noites frias e meses agitados. E apesar de sentir-se cansado conforme lembrava, ele ainda continuava com tais pensamentos. Uns, por sua vez, ainda lhe davam esperanças de dias melhores. Outros, no entanto, o faziam chorar copiosamente, pois a culpa era sua pior inimiga. E ela, de seu modo, jamais o abandonava.

Era manhã de segunda, o Sol esquentava a pele de San conforme o garoto andava em direção a escola. Selecionara as melhores roupas para o evento — uma calça jeans comprada recentemente; blusa de tom mais escuro beirando o bege misturado ao marrom; encontrou um casaco antigo de estampa xadrez, e entre usá-lo ou não, ele optou pelo sim, logo o deixando preso na cintura.

Sendo jovem, suas roupas sempre beiravam a mesma categoria: nem sociais demais, nem simples demais. Mesmo que pudesse comprar tantas coisas — segundo seus próprios pais — ele nunca gostou de esbanjar, não era assim.

— Bom dia. — saúda o rapaz quando adentra no local. Diante do balcão de aparência parcialmente envelhecida, encontrava-se uma senhora de idade. Seus óculos lhe davam um ar mais charmoso, além de ser um belo contraste com o cabelo que ia até próximo ao ombro.

— Bom dia, meu jovem. Sou Seoyeon, e você seria? — seu tom de voz era doce, e sua expressão, deveras cativante. San sorriu, dizendo depois:

— San. — e após isto, ela se animou ainda mais. Segundo a mesma que o nome deste era bem comentado, claro, apenas bons comentários acerca de seu novo cargo. Todos pareciam bastante ansiosos para conhecê-lo, e isso deixou San bastante feliz.

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