[05] Doces sensações.

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Depois de alguns dias perdido em pensamentos e memórias — além daqueles velhos sentimentos que, aparentemente, voltaram com força total — San se permitiu sentir novamente cada uma daquelas emoções, as quais machucavam de modo divergente.

Ele relembrou de cada momento vivido juntamente a Wooyoung; do quanto sentia falta de seus abraços, seus beijos e seu aroma suave. E era isso que o feria: as lembranças eram apenas dias ensolarados totalmente distantes de sua atual realidade.

— Tio San. — a voz doce e baixa de Chaein dispersa todo e qualquer tipo de pensamento acerca de temas passados, e a atenção do mais velho é entregue a pequena. Ela usava uma blusa tingida de flores claras, as mesmas sendo escondidas pelo macacão que fazia parte do conjunto; sandálias simples estavam em seus pés, e seu cabelo avermelhado se mantinha preso em um rabo de cavalo. San indica que Chaeyoung deva continuar, e a mesma diz: — Papai Woo me pediu uma coisa.

— E o que seria, querida? — questionou-se abaixando um pouco para ficar próximo a menina. Desde que soube a respeito da origem de Chaeyoung que San criara um carinho ainda maior pela garotinha. Ela sorriu de modo tímido, virando parcialmente o rosto para o lado; San notou suas covinhas, tão adoráveis quanto a própria Chaeyoung.

— Ele disse que vocês são amigos de longa data, e que após isso — ela pensa por alguns instantes, provavelmente na busca de explicar a situação, dizendo em seguida: — Esse reencontro, isso, gostaria de passar mais tempo com o senhor.

— Seu pai foi muito importante para mim, Chaeyoung, e fico feliz em saber que ele deseja retomar a amizade. — fez um carinho singelo no topo da cabeça da menina, sorrindo juntamente a isso. — É hora da correção de atividades, vocês já acabaram? — ele questiona aumentando o tom da voz, chamando a atenção dos demais alunos. Escuta pedidos para que San espere, pois ainda escreviam as respostas finais; rindo baixo, o mais velho dá mais alguns minutos e presencia suspiros aliviados. — E você, pequena, já acabou?

Depois de menear a cabeça em sinal positivo, a mesma vai até sua banca e retorna com um adorável caderno, o qual continha vários pedaços tingidos de rosa claro. Sua caligrafia, ainda que irregular, era bem estável e compreensível — trocava algumas letras, de fato, mas San admirou-se com o cuidado que ela fazia ao escrever.

Notou-se diversos detalhes acerca da pequena alfa e de como ela se comportava diante dos colegas. Era sociável, prestativa, carismática; sempre estava disposta a ajudar, independente de quem fosse; ela era, sem dúvida alguma, um verdadeiro recorte de Wooyoung, e até mesmo isso trazia nostalgia a San.

O turno vespertino trouxe consigo Wooyoung juntamente a Jieun. Ela se assemelhava a modelos em capas de revista, seu cabelo loiro recaía de modo gracioso por seus ombros, e seu sorriso atraía vários olhares. Wooyoung, por sua vez, não precisava fazer esforço para ser bonito, ainda que usasse as roupas mais simples possíveis.

— Papai! — a animação presente em Chaeyoung cativava a todos. Seu doce jeito se assemelhava a Wooyoung -— e San, sendo sincero, notava mais partes de seu ex amor na pequena. Era doloroso ao mesmo tempo que apaziguava suas velhas cicatrizes. — Tia Jieun, oi. — abraça a ômega, recebendo um beijo sobre os fios de cabelo. San via tudo um pouco distante, como se aquela não fosse sua felicidade. Um verdadeiro círculo dentro de um quadrado. — Tio San, aconteceu alguma coisa?

Ela se aproxima com cuidado, ainda que se visse bastante curiosidade em seu olhar. Chaeyoung estende sua mão na direção do mais velho, sendo recebida de bom grado; a garota puxa San com animação, e, em seguida, estende sua outra mão para Wooyoung.

— Sua filha é bem animada, ela me lembra você. — comenta o alfa para o mais novo minutos após o ocorrido. Seguiram até um espaço próximo a escola, sendo este um parque cheio de flores e árvores; várias pessoas traziam seus filhos para que os mesmos brincassem, e foi pensando nisso que Wooyoung decidiu os levar até lá.

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