[03] Sol quente do verão.

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oioi, então, eu revisei várias vezes esse capítulo, mas como ele tá um pouquinho grande, talvez algum erro tenha passado despercebido. obrigada por tudo e boa leitura!

verão, meados dos anos noventa.

Velhas tardes de sol não pareciam o bastante para saciar uma sede jovem dos dois garotos. Eles, mesmo as escondidas, aproveitavam todos os toques que poderiam criar e mantinham tantos pensamentos em suas mentes conforme ambos os lábios se tocavam com fervor, cada sabor sendo único e sendo saboreado com extrema calma e precisão.

Sabiam que estavam andando sobre brasas ardentes ao agirem assim, que poderiam se queimar seriamente se continuassem de tal modo. Mas, a juventude como um todo, sempre faz com que quebremos regras fundamentais, que nos entreguemos de corpo e alma a toda e qualquer aventura que, sim, apresente veracidade e cores de verão morno.

E era assim para Jung Wooyoung, ômega de seus dezenove anos recém completados e Choi San, alfa de seus exatos dezenove anos. Eles se conheceram pelo acaso — de certo modo, digamos assim — e, antes que pudessem entender o que significavam sentimentos, já tinham se apaixonado.

Suas famílias se odiavam fielmente. E ninguém nunca entendeu o porquê de tamanho ódio nascido, mas todos conheciam aquela história passada de boca em boca. Os Jung, apesar de conhecidos, não eram exatamente as pessoas mais ricas naquela época. Os Choi, por outro lado, eram uma das famílias mais influentes, além de terem diversos negócios e muito dinheiro envolvido.

— Eu não entendo. — Jieun, amiga do casal, comenta de modo um tanto quanto distraído. Estava na companhia de Wooyoung naquela manhã, apenas para disfarçar o que fariam horas depois. Ela sempre ajudava os amigos a se encontrarem, e vê-los juntos a deixava em paz consigo mesma. — Por que suas famílias se odeiam?

— Isso é um mistério até pra mim. — responde o garoto, afinal. Seu olhar era direcionado para suas peças de roupas, apesar destas serem poucas; primeiro porque não gostava de gastar sua mesada a toa, e segundo porque, embora ganhasse certa quantia de dinheiro, nem sempre seus pais o tinham em mãos. — Que roupa devo escolher?

— Preto sempre combina. — e dizendo isso, ela se aproxima do mais novo e dá uma vasculhada com o olhar em meio as roupas. Segura uma blusa daquelas bandas que Wooyoung curtia, mesmo sem saber qual era; entrega para si, e acaba pegando uma calça e jaqueta para o amigo. — Está pronto, agora é só arrasar corações.

— Sabe que o único coração que desejo é o de San, certo? — teve de sussurrar essa parte pois temia ser ouvido pelos pais, e se estes soubessem de qualquer coisa que fosse, estaria em sérios problemas.

Jieun ri. Sim, ela sabia. E após pedir licença, se retira do cômodo e deixa que Wooyoung se vista corretamente. Encontrou a matriarca sentada no sofá enquanto folheava uma daquelas revistas difíceis de terem, mas que a mesma sempre fazia um esforço para comprar. Ela também não gostava muito de Park Jieun, e a ômega sabia que quando não estava presente, a mulher falava de si. E, aparentemente, não eram boas coisas.

— Senhorita Jung, é um prazer revê-la. — Jieun profere a frase de maneira educada, em seguida, se curvando em sinal de respeito.

— Jieun, querida! Quanto tempo. — seu cinismo e falsidade eram evidentes, mas não cabia a Jieun os citar. Haeun se levanta com elegância do sofá, abraça brevemente Jieun e indica que a mais nova deva se sentar. — Estive comentando com Wooyoung sobre a falta que fizeste na pequena comemoração que preparamos para ele.

Jieun sabia que não fora convidada de propósito pois os pais de seu amigo não iam com sua cara. Era uma data importante, de fato, mas Jieun conseguiu dar um presente ao amigo, então apesar da situação, não foi tudo em vão.

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