[08] E viveram felizes para sempre.

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Enquanto os dias iam, aos poucos, se passando, os encontros entre San e Chaeyoung se tornaram constantes. Ela, com seu jeitinho curioso, admirava toda a simplicidade que existia na residência de seu pai, alegando o quão diferente era de sua própria casa, mas que era isto que tornava aquele novo mundo tão fantástico.

Wooyoung havia lhe questionado sobre tal situação, o que ela pensava a respeito. Chaeyoung pensou por breves instantes antes de responder, afirmando que família era somar e não diminuir, segundo esta, possuía, agora, três pais.

- Bom dia, princesa. - saúda San quando Chaeyoung adentra na cozinha. Usava um pijama rosa claro, seu cabelo se mantinha solto e um tanto quanto bagunçado. Vendo isto, o mais velho se abaixa e, gentilmente, prende as madeixas avermelhadas de Chaeyoung em um rabo de cavalo. - Dormiu bem? - murmura um baixo sim, caminhando até a cadeira, logo se servindo do suco posto sob a mesa e pegando uma torrada. - Pensei em reformar um dos quartos para você, o que acha?

- Eu adoraria! Podemos pintar da cor que eu quiser? - animada, ela questiona. O mais velho balança a cabeça em sinal positivo, sorrindo do modo como Chaeyoung estava a levar tudo. Sentia-se agradecido por presenciar a filha voltando a sua personalidade original, lhe partia o coração quando via a garota chorar, se questionando porque sua avó não gostava de si. E San fazia questão de cuidar dela com cuidado, carinho e amor, afim de que ela pudesse superar todo o incidente.

- Todas as cores que desejar, meu amor. - dito isto, serviu-se um pouco do suco e provou da comida feita a bons minutos antes de Chaeyoung acordar. Jongho viera na noite passada, com o intuito de conhecer a sobrinha - já que San mencionara toda a história para si - e, ainda que no início Chaein tenha ficado tímida, logo mais os dois já conversavam animados sobre algo que San não entendeu de cara. - Seu pai disse que vem buscá-la ainda cedo, certo?

- Sim. O clima em casa anda estranho, papai. Jinsoul e Ireh não percebem, porque são novas demais, mas eu vejo. Só não sei o que está acontecendo. - sua expressão séria em nada condizia com sua idade, no entanto, San aprendeu com a mais nova que ela poderia ser um milhão de gestos em uma única pessoa. - Você sabe do que se trata?

Dessa vez, nem mesmo ele sabia. Desde o ocorrido que o clima se mantinha numa linha tênue que parecia quebrar, mas não quebrava. E isso assustava, até porque San tinha medo que as consequências pudessem ser irreversíveis.

- Desculpe, eu não sei, pequena. Mas vou conversar com seu pai sobre, não se preocupe. - responde depois de alguns minutos em silêncio, apenas refletindo. Vê ela concordar, provando de outra torrada e pede permissão para ir ao quarto. A experiência de ter um pai, o sangue de seu sangue, era simplesmente algo único para Chaeyoung. Nem mesmo ela acreditava em sua sorte.

Minutos mais tarde, batidas ecoam pelo recinto, anunciando que alguém chegara. Chaeyoung já tinha se arrumado, optou por esperar no quarto cedido para si - um de hóspedes - e ao ouvir as tais batidas, saiu de onde estava e correu até o pai, o abraçando em seguida.

- Senti saudades, meu amor. - falou Wooyoung docemente, se afastando brevemente da filha. Seu olhar recaiu sob San, perdendo a fala por breves segundo, dizendo depois: - San, olá.

Sentia-se como anos antes, quando até o menor dos gestos de Choi San o fazia perder as palavras. Pelo visto, nada mudara.

- Oi, Wooyoung. Aceita comer alguma coisa antes de ir? - educadamente e com um sorriso doce no rosto, ele questiona. Ao ver de Chaeyoung, os dois pareciam perdidos demais um no outro. Era curioso ao seu ver.

- Quem sabe numa próxima. Pegou todos os seus pertences? - inquiriu a menina, vendo ela assentir como resposta. San se abaixa, põe algumas mechas soltas atrás da orelha de Chaeyoung e deposita um selar sob a testa desta.

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