Capítulo 4.

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Olá!

Eu sei que faz tempo desde a última atualização e sinto que devo uma explicação. A autora aqui está com bloqueio criativo e não consegue escrever nada, por isso a demora para atualizar. Peço que tenham um pouquinho de paciência comigo e que saibam que, independente do tempo que eu passe sem postar capítulo novo, não vou desistir da fanfic! Enfim, aproveitem o capítulo. É pequeno, mas gostei bastante de escrever. Não me matem com o final. :)

MAYA P.O.V.

Observei, estancada na porta, Carina se mexer nervosa do lado de fora. Seus olhos estavam molhados devido as lágrimas que escorriam pelo seu rosto, as olheiras denunciavam as noites mal dormidas e ela segurava com força seu celular na mão esquerda. Antes que eu pudesse falar algo, Carina disse:

- Posso entrar? - Ela perguntou e não consegui encontrar nenhuma emoção em sua voz, mas consegui sentir seu hálito de álcool. Ela saiu para beber, por isso está tão arrumada.

- Claro. - Respondi com a voz fraca, saindo do caminho e dando espaço para ela passar. Fechei a porta sem desviar os olhos da minha ex namorada e senti meu coração acelerar quando ela me encarou de volta.

- Eu não sei o que estou fazendo aqui. - Ela falou aparentando estar confusa. - Estava no bar do Joe quando... - Ela hesitou. - Quando você me ligou.

- Nós precisamos conversar. - Falei receosa, me aproximando dela. - Não podemos mais fingir que isso - Apontei para nós duas. - nunca existiu.

- Aparentemente nunca foi real, já que você não pensou duas vezes antes de me trair com seu ex. - Ela soltou uma risada sem humor, jogando a bolsa e o celular de qualquer jeito no sofá.

- Carina, preciso que você me escute.

- Não, Maya. Você que precisa me escutar. - Ela ergueu uma sobrancelha. - Você imagina quantas vezes durante essas últimas semanas eu me culpei pelo fim do nosso relacionamento? Quantas vezes eu chorei por me achar insuficiente desde que você me traiu? Eu não me reconheço mais! Até meu irmão, que já tem seus próprios problemas, está assustado com o meu estado. Mas eu me nego a contar o que aconteceu, é humilhante.

- Nunca foi minha intenção magoar você. - Falei com dificuldade, sentia como se minha garganta estivesse se fechando.

- Sendo sua intenção ou não, você fez. - Ela respondeu séria. - E eu acho que nunca vou conseguir perdoar você por isso.

- Carina, eu não sou esse tipo de pessoa. - Digo, me aproximando mais da Italiana e parando ao vê-la dar um passo para trás. - Eu errei. Eu estava tão confusa com tudo o que minha mãe falou sobre o meu pai que acabei descontando em você, não foi justo.

- Não, não foi. - Ela fungou, desviando o olhar. Senti minhas bochechas quentes, mas não me surpreendi por estar chorando. Ver Carina triste, ainda mais sendo eu a culpada, estava partindo meu coração. - Hoje foi o primeiro dia que consegui me divertir desde que tudo aconteceu. - Ela voltou a me encarar.

- Isso é bom. - Sorri fraco.

- Amelia me fez ir. - Deu de ombros.

- Fico feliz em saber que vocês duas se divertiram. - Digo com sinceridade. Carina soltou uma risada baixa enquanto sentava no sofá.

- Fui sozinha, Amelia precisava voltar para o bebê. - Ela soltou um suspiro pesado. Tento, outra vez, me aproximar e dessa vez ela não se afasta. Sento ao seu lado, mas ainda mantendo uma distância considerável entre nós. - No começo foi entediante, mas o álcool começou a fazer efeito e logo eu estava acompanhada.

- Alguém do trabalho?

- Não. - Ela sorriu, o olhar distante. - O nome dela é Theodora, está visitando Seattle.

- Ah. - É tudo o que consigo dizer. Saber que outra mulher tinha feito companhia à Carina não me agradava. Mas que moral eu tinha para reclamar?

- Conversamos bastante, ela é psicóloga e tem olhos verdes, iguais aos seus. Eu contei sobre você. - Ela me olhou. - Aliás, se você não tivesse me ligado, eu estaria provavelmente transando com ela no banheiro. Você interrompeu nosso beijo com sua ligação.

Sinto o ar sumir dos meus pulmões por alguns segundos e fecho os olhos, tentando assimilar suas palavras. Carina estava com outra mulher em um bar, no mesmo bar em que nos conhecemos. E se eu não tivesse telefonado, elas provavelmente teriam passado o resto da noite juntas. Fechei as mãos em punhos tentando controlar o ciúmes que me possuiu, eu estava sendo ridícula. Ela está solteira, pode sair com quem quiser, não temos mais nada. Repito a frase mentalmente diversas vezes para me acostumar com a idéia, mas isso não faz a dor diminuir. Pelo contrário. Sinto como se no lugar do meu coração houvesse um buraco, e que as beiras queimassem cada vez que eu pensava no que ela havia me dito.

- Por favor, diga alguma coisa. - Carina pediu. Abri os olhos, fitando-a novamente. Ela mordia o lábio inferior em sinal de nervosismo enquanto observava minha reação.

- O que você veio fazer aqui? - Foi a única frase que consegui formular.

- Eu não sei. Quando recebi sua ligação, vir aqui foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça. Talvez...- Ela hesitou. - Talvez você ainda tenha algo que me pertence.

- E o que seria? - Franzi o cenho, confusa. Carina negou com a cabeça e suspirou, tomando impulso para levantar do sofá. Automaticamente minha mão segurou a sua, a impedindo. - Não vá embora.

- Não vejo uma maneira para resolvermos isso agora, Maya. Conversaremos outra hora. - Ela disse, mas sem desfazer o contato de nossas mãos.

- Não precisamos conversar. - Respondi rapidamente. - Podemos apenas permanecer em silêncio, eu não ligo. Apenas fique, por favor! Eu senti tanto a sua falta.

- Maya...- Ela disse receosa.

- Por favor.

Carina apenas assentiu, sentando novamente no sofá. Nossos rostos, agora próximos um do outro, dificultava um pouco minha respiração. Eu nunca ia deixar de me sentir desnorteada com a presença de carina.

- Eu vou me arrepender disso amanhã. - Ela disse. Antes que eu pudesse falar algo, Carina acabou com a distância entre nós selando nossos lábios.

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