Capítulo 10.

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O parque estava silencioso, exceto pelo som ocasional de pássaros cantando e o riso distante de crianças brincando. Maya respirou fundo, deixando que a paz do momento a envolvesse. Havia algo libertador em finalmente admitir seus sentimentos em voz alta, algo que parecia dar um novo sentido à sua vida.

O amor entre Maya e Carina não havia sido um caminho simples. Desde o momento em que se conheceram, a atração foi imediata, mas também cheia de desafios. Maya era uma bombeira dedicada, alguém que sempre colocava o dever e a responsabilidade acima de tudo. Carina, por outro lado, era uma médica apaixonada, que via a vida através de uma lente de compaixão e empatia. As diferenças que inicialmente pareciam obstáculos, eventualmente se tornaram pontos de crescimento e compreensão mútua.

Maya se lembrou das noites em que elas ficavam acordadas até tarde, conversando sobre seus sonhos e medos, rindo e chorando juntas. Cada momento compartilhado, cada beijo trocado, cada discussão resolvida, apenas reforçou o vínculo entre elas. Carina a desafiava a ser uma pessoa melhor, a questionar suas próprias crenças e a abrir seu coração de maneiras que ela nunca imaginou ser possível.

Mas com o amor veio também a vulnerabilidade. Maya tinha medo de se machucar, medo de perder o controle de suas emoções. Ela estava acostumada a ser forte, a ser a rocha em que os outros se apoiavam. Permitir-se amar alguém tão profundamente significava baixar suas defesas, e isso era assustador.

“Você tem tanto medo de se machucar que está se privando de ser feliz" Diane havia dito uma vez, suas palavras perfurando o coração de Maya como uma verdade inegável. Diane conhecia Maya melhor do que ela mesma. E Diane estava certa.

Olhando para o horizonte, Maya se deu conta de que o medo nunca a havia impedido de correr em direção a um prédio em chamas, de salvar vidas, de enfrentar o perigo de frente. Então, por que deveria deixá-lo impedi-la de amar plenamente? Ela sabia que o amor vinha com riscos, mas também vinha com recompensas que valiam a pena.

Determinação encheu seu coração enquanto ela se levantava do banco. Era hora de tomar as rédeas de sua vida, de seguir seu coração sem reservas. Com um sorriso no rosto, ela pegou o celular e discou o número de Carina. O telefone tocou algumas vezes antes de ser atendido.

Maya? — A voz de Carina soou do outro lado, doce e preocupada. — Está tudo bem?”

Sim, está tudo bem — Maya respondeu, sentindo a certeza em suas palavras. — Na verdade, está melhor do que bem. Eu tenho algo importante para te dizer. Você pode se encontrar comigo no parque?

Claro, estarei aí em alguns minutos — Carina respondeu, sem hesitar.

Enquanto aguardava, Maya sentiu seu coração acelerar novamente, mas desta vez não era por medo, e sim por excitação e antecipação. Ela sabia que estava prestes a dar um passo significativo, um passo que poderia mudar o curso de suas vidas para sempre.

Carina chegou poucos minutos depois, o cabelo escuro balançando suavemente ao vento, o sorriso caloroso que sempre fazia o coração de Maya derreter. Ao vê-la, Maya sentiu uma onda de amor e gratidão inundar seu ser.

— O que aconteceu, amor? - Carina perguntou, segurando as mãos de Maya nas suas. — Você parecia tão séria ao telefone. — Maya respirou fundo, sentindo a força das palavras que estava prestes a dizer.

— Carina, eu... — Carina apertou as mãos de Maya, incentivando-a a continuar.

— Pode falar, bambina. Estou aqui para você. - Maya assentiu, respirando fundo.

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