Capítulo 5.

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CARINA P.O.V.

Sentir os lábios de Maya nos meus depois de tanto tempo me trouxe uma sensação de alívio, como se eu finalmente chegasse em casa depois de uma longa viagem. Por mais que estivéssemos com saudades uma da outra, mantínhamos o beijo lento, afinal, tínhamos a noite toda pela frente.

Maya desfez o contato de nossas bocas e levantou, estendendo a mão direita em minha direção.

— Eu não sei se essa é a nossa última vez. - Ela disse ofegante. - Espero que não. Mas se for, quero fazer isso direito.

Apenas assenti e segurei sua mão, me deixando ser guiada por ela até o final do corredor, onde ficava seu quarto.

Play em "Lost Without You" - Freya Ridings.

Seu corpo pesava em cima do meu na cama e seus lábios estavam em meu pescoço, distribuindo beijos. A urgência agora tomava conta de nós, e a necessidade de senti-la em mim crescia a cada segundo. Tirei seu roupão e o joguei em um canto qualquer do quarto, a risada que ela deu em resposta me fez sorrir e juntar mais nossos corpos. Maya tirou minha blusa, depois meu sutiã, e começou a beijar meus seios com uma lentidão torturante.

— Maya. - Arfei. Ela é tão boa em tudo o que faz, a maneira que seus lábios tocam minha pele deveria ser considerada um crime.

— Você é tão linda. - Ela disse baixo, erguendo a cabeça para me olhar. Seus olhos estavam mais claros que o normal, eu nunca me cansaria de admira-los.

Aos poucos, as roupas que restavam em meu corpo estavam no chão. Nossos lábios se devoravam como se fosse a última vez que fossem se encontrar, e talvez fosse. Eu não sei como será daqui em diante, não sei se ficaremos juntas ou se pelo menos vou conseguir perdoá-la 100% um dia. Mas eu queria perdoar. Por Deus, como eu queria que nada disso tivesse acontecido. Como teria sido? Suponho que ainda estaríamos juntas, compartilhando histórias engraçadas que aconteceram no trabalho enquanto tomávamos vinho em sua sala de estar. Eu a levaria para conhecer meu irmão, e eu iria conhecer seus amigos. Iríamos viajar juntas novamente, só nós duas, e aproveitar cada momento. Poderíamos até morar juntas, na minha casa ou na dela, e acordar todo dia na mesma cama. Por que ela teve que arruinar tudo?

— Carina? - Despertei dos meus pensamentos com sua voz, tentando ver seu rosto através das lágrimas que inundavam meus olhos. - Por que está chorando? - Ela perguntou angustiada.

— Não é nada. - Neguei com a cabeça, tentando controlar o choro.

— Eu não suporto ver você assim. - Ela falou, e então gentilmente, limpou minhas lágrimas com as mãos. Seus lábios beijaram cara centímetro do meu rosto e eu soltei uma risada baixa, levando minhas mãos para agarrar seu cabelo.

— Faça amor comigo, Maya. - Falei quase em um sussurro.

Ela hesitou por um instante, mas logo seus lábios estavam nos meus novamente. Não havia pressa dessa vez, sua boca macia como pluma deslizava sobre a minha com uma delicadeza nunca antes conhecida por mim. Senti sua mão direita deslizar pelo meu corpo enquanto a esquerda agarrava a minha, entrelaçando nossos dedos. Ela me olhou como se pedisse permissão e eu apenas assenti, soltando um suspiro satisfeito ao sentir dois dos seus dedos dentro de mim. Maya manteve o ritmo das estocadas lento e seu rosto descansava em meu pescoço. Me permiti gemer em seu ouvido a cada estocada que recebia, e com a mão livre arranhava suas costas com força. Eu não ligava se iria deixar marcas, queria que ela lembrasse de mim quando acordasse pela manhã. Aos poucos Maya aumentou a velocidade dos seus dedos, me fazendo gemer mais alto, mas a delicadeza nunca desaparecia. É a primeira vez que fazemos amor, o cuidado está explícito em cada movimento seu e eu torcia internamente para que não fosse a nossa última vez.

Os lábios de Maya voltaram a tocar os meus em um beijo intenso, que foi interrompido algumas vezes pelos gemidos que saíam de nossas bocas. Seus dedos dentro de mim se moviam com rapidez enquanto o polegar estimulava meu clitóris, me levando para mais perto do clímax.

— Maya, eu vou… - Falei com dificuldade, fechando os olhos e desfazendo o contato de nossas mãos para agarrar suas costas.

— Olhe para mim. - Ela pediu, a voz firme. Fiz o que pediu. - Quero que goze olhando em meus olhos.

Ela manteve o ritmo rápido das estocadas e eu tentei me segurar até onde consegui, querendo prolongar a sensação. Depois de alguns minutos senti meu corpo vibrar e soltei um gemido alto quando finalmente gozei em seus dedos. Lembrei de manter os olhos abertos o tempo inteiro e encarei seu rosto vendo-a sorrir ao me observar. Consegui regular minha respiração depois de alguns segundos e sorri, me sentindo relaxada.

— Você fica linda corada assim. - Ela disse rindo, me dando um selinho. Nos encaramos por alguns segundos até eu desviar o olhar. - Você está bem?

— Sim. - Forcei um sorriso virando para olhá-la de novo. - Minha vez.

Fiz força e girei na cama, ficando por cima de Maya. Ela soltou um gritinho de surpresa que logo foi silenciado com o beijo que iniciei. Não quero desperdiçar o tempo que nos resta conversando,  tenho outro plano em mente.

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MAYA P.O.V.

Abri os olhos com dificuldade devido aos raios de sol que iluminavam meu quarto através da janela, havia esquecido de fechar a cortina na noite passada. Lembranças da noite anterior começaram a invadir lentamente minha mente e eu sorri, virando o rosto para encarar Carina.

Seu lado da cama está vazio.

O apartamento se encontra em completo silencio, comprovando minha teoria de que ela havia ido embora. Tudo o que encontrei foi um papel perfeitamente dobrado em cima do seu travesseiro. Receosa, sentei na cama e segurei o papel nas mãos, criando coragem para ler o que fosse que estava escrito ali. Respirei fundo e abri devagar, reconhecendo sua caligrafia.

"Maya,
Primeiro quero me desculpar por não estar ao seu lado quando você acordar. Eu gostaria de ficar e preparar seu café da manhã, mas isso só dificultaria as coisas. Noite passada foi uma das melhores da minha vida, e não estou dizendo isso apenas da boca pra fora. Seu cuidado comigo significou muito para mim, e pode ter certeza que não esquecerei nunca de cada detalhe. Você foi uma das melhores coisas que me aconteceram esse ano, Maya, e os momentos que passamos juntas nos últimos meses foram os melhores que tive em anos. Acredite em mim quando digo que queria poder apagar da minha mente o que você fez, mas infelizmente as coisas não funcionam assim. Eu preciso de tempo, preciso de espaço para refletir antes de tomar alguma decisão que eu me arrependa no futuro. Não quero me afastar de você e não vou, não consigo mais fingir que você não existe. Por mais que me machuque, quero você por perto, porque a vida sem você dói muito mais. Podemos ser amigas, trocar mensagens durante o dia e até mesmo sair algumas vezes. Vai ser difícil no início, até porque nunca fomos amigas antes de começar a namorar, mas acho que iremos conseguir. Você ainda tem questões para resolver com sua família e precisa principalmente cuidar do seu psicológico, nós duas sabemos que você não está bem. Eu estou disposta a tentar novamente num futuro próximo, mas preciso ter a certeza de que você está pronta para isso. Você sabe onde me achar, não irei desaparecer novamente, eu prometo. Cuide bem do meu coração, eu deixei ele com você."

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