Capítulo 2.

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MAYA P.O.V.

Resmunguei ao ouvir o som do despertador tocando avisando que já era de manhã. Não sabia exatamente em que momento peguei no sono noite passada, talvez tenha sido depois de esvaziar a segunda garrafa de vinho. Sentei na cama e logo me arrependi, sentindo minha cabeça latejar. Os acontecimentos do dia anterior me atingiram com força fazendo meu peito apertar e o sentimento de culpa se apossar de mim. Depois de perceber que Carina havia ido embora tentei telefonar para a italiana, sem obter sucesso. Após muitas tentativas resolvi desistir e dar espaço para a mulher, afinal ela não estava errada em me ignorar.

Levantei da cama e fui até a cozinha em busca de algum remédio para a dor, precisava melhorar antes de chegar no trabalho ou o meu dia seria um inferno. Tomei um banho rápido e depois de trinta minutos estava entrando na estação, tentando ser discreta ao passar pela recepção. Não queria esbarrar com ninguém antes do turno começar. Caminhei até a minha sala e me assustei ao ver Jack sentado em uma das cadeiras que haviam ali.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei sem olhar em sua direção enquanto caminhava para a minha mesa.

- Nós precisamos conversar sobre ontem. - Ele respondeu baixo, parecendo estar envergonhado.

- Não temos nada para conversar. - Respondi fria. - Foi um erro, nunca irá acontecer novamente.

- Eu não estava esperando que acontecesse. - Seus olhos reviraram. - Só queria pedir desculpas.

- Por mais que eu odeie admitir, Jack, a culpa não foi sua. Eu era a pessoa que estava em um relacionamento, não você.

- Estava? No passado? - Ele perguntou com uma expressão confusa. - Você contou para Carina o que aconteceu? - Soltei um suspiro pesado, me afundando na cadeira.

- Estava, estou, não sei. Carina não retornou minhas ligações ontem a noite. - Mordi meu lábio inferior em sinal de nervosismo. - Eu sou uma pessoa horrível, Jack.

- Isso não é verdade. - Ele negou com a cabeça. - Você pode consertar as coisas.

- É tarde demais.

- Nunca é tarde demais para tentar fazer a coisa certa. - Ele respondeu, com um sorriso singelo no canto do rosto. - Você é uma boa pessoa, Maya. Uma das melhores que já conheci. Não deixe esse erro definir quem você é. Me desculpe novamente, eu deveria ter te afastado.

Senti meus olhos encherem de lágrimas e torci para o homem em minha frente não perceber. Jack levantou e piscou para mim, virando e seguindo em direção à porta, saindo em seguida. Permiti que as lágrimas escorrecem pelo meu rosto novamente e apoiei meus braços na mesa em minha frente, enterrando meu rosto nas mãos. Não conseguia parar de pensar em Carina e isso estava acabando comigo. Não sei quanto tempo passou enquanto eu chorava, mas logo me recompus ao ouvir o alarme tocar na estação. Hora de começar o trabalho.

-

Ao chegar no local me deparei com uma multidão em frente a casa e revirei os olhos, odiava aglomeração desnecessária, isso só atrapalhava. Saí do veículo e caminhei em direção ao homem que estava sendo barrado pela polícia, o mesmo tentava entrar na casa em chamas, deveria ser o proprietário.

- Capitã Maya Bishop. - Me apresentei atraindo a atenção dos homens. - O que aconteceu?

- Não sabemos há quanto tempo o incêndio começou, o proprietário não estava na hora. - O policial respondeu. - Um morador da área disse ter ouvido uma explosão e viu o incêndio, talvez dez ou quinze minutos. Ele que acionou a polícia e nós chamamos vocês. Segundo o que viu, o fogo parece ter começado na cozinha, um possível vazamento de gás.

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