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Alysson

Ontem, antes de sairmos recebi um alerta do meu computador, ignorei esse assunto durante todo o dia mais agora que a Luna e o Miguel não estão aqui é inevitável não pensar nisso.

O meu pai quer me ver!

Agora o que aquele velho desgraçado quer comigo depois de cinco anos não faço ideia.

- Porra!

Entro no quarto que estava trancado e pego a carteira de cigarros que estava ali, passo na cozinha e pego uma das minhas garrafas de whisky e o isqueiro, me sento na sacada de frete pra piscina, acendo um cigarro, não fumo a um bom tempo mas preciso esfriar a cabeça. O que esse homem quer comigo? Logo agora que comecei a pensar em ajeitar minha vida, agora que penso em parar com meus vícios e práticas imorais.

Abro a garrafa e tomo uma dose direto do gargalo mesmo, o líquido forte faz a minha garganta arder mas nada me machucará mais do que as palavras daqueles que me desprezaram e me trataram como se eu não fosse nada. Por muito tempo eu pensei em vingança, mas com o tempo percebi que odiar uma pessoa não faz ela deixar de ser quem é, e que só você vai se afundar com esse sentimento, por isso decidi tentar esquecer.

Puxo mais um trago e tomo mais um gole, os olhos da Luna vem a minha mente, eu preciso dela, ela é a minha esperança a única pessoa que se importou comigo de verdade, a única que fez com que eu me sentisse normal, que não me julgou, e a única que me deu uma chance, uma chance pra amar.

- Preciso de algo mais forte.

⚜⚜⚜

Luna

O expediente acabou e como sempre o Miguel já estava me esperando, nos despedimos da Dani e entramos no carro.

- Vomos pra casa ou você vai passar na casa da Alysson?

- Vou ligar pra ela.

O telefone toca mais ninguém atende, sinto uma sensação estranha e tento mais uma vez.

- Me ajuda Luna.

É tudo que ouço antes do telefone ficar mudo, o mundo para por um tempo e meu coração acelera, saio do carro as pressas, o prédio dela não é muito longe e se eu for de carro vai demorar já que todos estão saindo de seus empregos agora, esbarro em várias pessoas enquanto corro pelas ruas lotadas, mais cinco minutos e eu chego, meu telefone toca em minha mão e atendo.

- O que deu em você Luna? Aonde você vai?

- Vai pra casa Miguel.

Desligo o celular e corro mais rápido, logo estou na frete de seu apartamento, entro rápido e vou pro elevador, aperto o número de seu andar e antes que as portas se fechem vejo o segurança vindo em minha direção, antes que me alcance as portas se fecham e o elevador sobe, assim que as portas abrem tento abrir a da casa da Aly, entro e vou à sua proucura, a porta que leva a sacada está aberta o que permite que um ar frio entre e faça meu corpo arrepiar, vou até o lado de fora, a Aly está lá, corro até ela que parece desacordada.

- Aly? - chamo a sacudindo. - Aly fala comigo.

Ela não se mexe, sinto seu pulso e está fraco.

- Droga o que eu vou fazer?

Decido ligar pra emergência, no primeiro toque a chamada é atendida, sinto meu braço ser segurado e me assusto.

- Alô?

- Hospital não. - diz Alysson com a voz fraca.

- Desculpa foi engano. - respondo pra atendente e desligo. - O que aconteceu com você? - digo passando a mão por seu rosto suado e frio.

Sua boca está seca e suas mãos trêmulas, seus olhos sem vida e avermelhados, não sei o fazer mas se ela não quer ir ao hospital terei que cuidar dela, mas como?

- Você consegue levantar?

- Não. - sussurra. - Só fica comigo.

- A gente tem que entrar, aqui fora tá muito frio.

Ela fecha os olhos e eu entro pra pegar um cobertor, sei que ela não vai levantar e eu nunca conseguiria pega-la, em segundos retorno para o lado de fora e à cubro, ela permanece imóvel, só espero que não piore, será que eu deveria chamar ajuda? Droga! Não sei o que fazer. Decido ligar pra um conhecido meu.

- Alô, Luna?

- Sim, sou eu Henrique, preciso de ajuda, eu tô desesperada não sei o que fazer.

- O que aconteceu? Você tá bem?

- Eu sim, mas ela não.

- Ela quem? Me diz o que tá acontecendo.

- Ela tem a minha idade e está muito mal, eu não sei o que aconteceu.

- Qual é a situação?

- Ela tá desacordada na cadeira, e estamos do lado de fora, eu a encontrei assim, o pulso está fraco, olhos vermelhos e pupilas dilatadas, boca seca, ela mal consegue falar, e está fria.

- Consciente?

- Não mas.

- Aonde você tá Luna?

Passo o endereço e como o Henrique estava por perto não demora muito pra chegar até o prédio, a campainha toca e vou atender.

- Ela está na sacada.

Ele vai até lá e eu o acompanho.

- O que aconteceu? - pergunta pegando seu estetoscópio.

- Não sei, eu chequei e encontrei ela assim.

- Ela teve uma overdose.

- Você pode cuidar dela?

- Ela prescisa ir ao hospital.

- Você é médico Henrique, pode cuidar dela aqui?

- Vou fazer o meu melhor, precisamos levá-la pra dentro.

Srta. DavisOnde histórias criam vida. Descubra agora