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Luna

Sem sombra de dúvidas o que tivemos foi intenso, pelo menos pra mim, nunca tive um momento tão íntimo e foi ótimo, a Aly insiste em dizer que sou perfeita mas mal sabe o quanto ela é especial, não sei por qual motivo mas confiei em me entregar pra ela e não me arrependo nem um pouco, depois do nosso banho nós fomos pro sofá ver o filme, ela se deitou atrás de mim me abraçando pela cintura, e às vezes depositava alguns beijos em meu pescoço me causando arrepios, com certeza ela é minha perdição, e mesmo só tendo ficado um vez sei que vou me apegar à ela, ainda temos cinco dias aqui e quero aproveitar o máximo.

Assim que o filme acaba ela se deita sobre mim me beijando, esse é como o primeiro, delicado e com um pouco mais de ternura, sua língua pede espaço e cedo a sentido explorar cada canto da minha boca antes de dançar perfeitamente com a minha, uma música lenta tocava anunciando os créditos do filme o que tornava o momento ainda mais calmo e apaixonante.

- Eu queria ficar aqui pra sempre. - diz após parar o beijo e deitar a cabeça sobre meio peito. - Eu nunca fui de sonhar mas você com certeza é um.

- Por que é tão insegura? - pergunto acariciando seus cabelos curtos e negros.

- A vida me fez assim, nunca fui amada e a solidão me fez fria, às vezes eu me acho uma pessoa ruim e por isso mereço tudo o que aconteceu comigo, eu só queria fugir de mim mesma, ter uma vida normal, amigos, um cachorro, quem sabe até ter uma família.

Suspira fundo.

- Desculpa, eu só sei reclamar e falar o quanto a minha vida é uma merda, esse sem dúvidas foi o melhor dia da minha vida e nem acabou ainda, está aqui com você está sendo ótimo, sei que não significo nada pra você mas...

A interrompo com um beijo.

- Você é especial pra mim e é muito rápido pra dizer que estou apoixonada ou algo do tipo mas eu adorei o que a gente teve aqui, e não quero que seja a última vez, eu gosto de você, não sei o que somos mas como disse e volto a repetir, eu quero ser sua amiga, me deixa tentar te fazer feliz, e mesmo que seja difícil eu vou lutar pra conseguir, eu quero você Aly, e isso pode ser a coisa mais loca que já disse mas é a verdade.

- Você não me conhece.

- Então me deixa conhecer, eu sempre fiz tudo certinho, tudo o que me falavam pra fazer, eu amo o meu irmão e ter conseguido cuidar dele mas agora é a minha vez porque nunca pude ser eu de verdade, e agora sinto que um grande vazio se preencheu dentro de mim, eu precisava de você, e à menos que você queira não vou sair do seu lado.

- Depois diz que não é perfeita. - me beija. - Acho melhor não saber o que eu faço, não quero mentir pra você, e bom meu passado não tem nada de bom, depois de uma declaração dessas só quero ficar coladinha com você.

- Espero que não me esconda algo grave.

- Fica tranquila, não sou uma maluca ok? Na verdade só um pouquinho.

- Espero mesmo! - digo e ela ri. - Quantas tatuagens você tem?

- Ok, vou responder à sua pergunta aleatória. - acabo rindo também. - Tenho só quinze.

- Só? Eu morro de medo de fazer uma, quando começou? - pergunto segurando sua mão que tem uma rosa desenhada e "HOPE" escrito nos dedos.

- Quando fiz dezoito, a primeira foi essa borboleta no braço, sempre apreciei esses seres livres, aí tem a rosa, "hope" na mão direita e "1993" na outra porque foi a data em que em nasci, aí tem as outras, braços, costelas, costas, perna e uma no pescoço.

- Coragem.

- Não tem vontade de fazer uma?

- Não, bom, já tive vontade mais não, não tenho coragem.

- Não dói nada, quem sabe um dia eu te convenço?

- Acho bem difícil, elas ficam mais bonitas você...

Sou interrompida pelo meu telefone tocando, pego e vejo que é o Miguel, atendo deitada mesmo.

- Esqueceu que tem irmão?

- Desculpa eu sei que deveria ter ligado antes, como você está?

- Muito bem e você deve estar melhor ainda até esqueceu de mim, me conta, como está sendo?

- Ótimo, aqui é muito bonito.

- Que bom que está aproveitando.

- Não colocou fogo na casa né?

- Eu sei me virar ok? E vou dar uma festa aqui amanhã então pode continuar aproveitado por aí, quem sabe não arranja um namorado?

- Me respeita moleque!

- É sério, já passou da hora de você arranjar alguém Lu, e tenho certeza que o Vicente não tá na lista.

- Nem fala esse nome.

- Eu tenho que voltar pra aula agora, vê se me liga e escuta o meu conselho, você tem que viver pra você irmã, encontrar alguém que te faça feliz, vai que esse alguém está aí. - olho pra Aly que ainda está deitada do meu lado.

- Vê se estuda direito em, e não destrói a casa.

- Sempre foge do assunto né?

- Licença. - diz Aly se levantado.

- Que voz é essa?

- Que?

- Não mente pra mim irmãzinha porque você faz isso muito mal.

- Você não tem que ir pra sala?

- Sempre desconfiei, você acompanhada né? Eu sabia!

- Do que você tá falando?

- Tenho que desligar, beijos.

A chamada é encerrada, fico encarando o celular, ele desligou na minha cara e o que queria dizer com "Eu sempre desconfiei"?

- Seu irmão?

- Sim, nem acredito que esqueci de ligar pra ele.

- Ele ficou sozinho?

- Sim, mas sabe se virar, e com certeza tá aproveitando essa folga de mim.

- Então está bem né?

- Sim, e muito, ainda disse que é pra mim continuar por aqui porque vai dar uma festa em casa, só espero que isso não seja sinal de problemas.

- Ele parece ser um bom rapaz pela forma que fala, ele só quer se divertir e você veio aqui pra fazer o mesmo então estão quites, o que acha de irmos tornar sorvete? Ou podemos ir na praia, ainda tem sol.

- Vamos. - me levanto do sofá.

- Qual dos dois?

- Os dois.

Srta. DavisOnde histórias criam vida. Descubra agora