5. And for the last night I lie

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Escutem Unfaithful e The Jetset life is going to kill you enquanto lêem, pfvr.

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Capítulo cinco - E pela última noite eu minto. Eu poderia deitar com você?

Gerard acordou com uma forte dor de cabeça, ele sentia que sua cabeça poderia explodir a qualquer momento e manchar sua jaqueta favorita - honestamente, explodir não seria tão ruim. Sexta chegou e com isso Gerard sabia o que aconteceria, se encontraria com Frank no teatro e seria o que Deus quiser.

O rapaz quase se ajoelhou e rezou pela primeira vez em anos antes de sair do apartamento, por um lado achava que estava exagerando e o outro continuava gritando e fazendo uma descarga de adrenalina percorrer todo seu corpo. Cada vez que pensava no homem tatuado uma forte pontada atingia sua nuca, e toda vez que Bert surgia em seus pensamentos - a morte parecia uma boa opção.

O Way sempre teve uma vida muito tranquila e em questão de meses parecia ter afundado em desespero. Ele cruzou os dedos no volante pedindo para todos os deuses que lembrava um pouco de sorte, o que ele não tem. Não quis e nem tentou criar um roteiro do que aconteceria, sabia muito bem que esse teatrinho mental era uma forma de se auto sabotar. Respirou fundo e lento sentindo seu coração se acalmar.

Desejou ser uma criança novamente, assim poderia contar todos seus problemas para seus pais e dormiria - quando acordasse tudo estaria bem.

"Caralho!" Xingou quando o sinal fechou, o dia estava se arrastando e os segundos pareciam não passar. Nunca pensou que odiaria o dia de Sexta, mas agora odiava. O trânsito estava horrível e o mundo contra Gerard.

Sim, gostava de sentir-se a vítima.

Nem mesmo Bowie que tocava na rádio diminuiu seu nervosismo e frustração. Talvez pudesse pegar o próximo retorno e voltar para sua casa e mandar uma mensagem para Frank dizendo que ficou doente.

"Não Gerard, você deve enfrentar seus problemas." Falou sozinho imitando seu irmão.

Sabia que não tinha volta quando viu o prédio do teatro. Sua respiração falhou e caminhou com as pernas trêmulas até lá, com passos pequenos foi para a sala que costumava ensaiar e quase correu ao ver Frank. Iero sorriu leve antes de levantar e se aproximar com as mãos nos bolsos.

Os dois pareciam debater internamente sobre quem falaria primeiro.

"Precisamos conversar." Falaram ao mesmo tempo. Gerard quase riu mas sua mente entrou em pânico ao perceber que Frank também queria conversar.

"Você primeiro." O baixinho disse ficando um pouco mais próximo e o outro não evitou andar para trás e se encostar na parede.

"Eu..." Soltou o fôlego e olhou para cima, suas mãos estavam suadas. Ele tentou formular uma frase coerente em sua mente e só conseguia ficar mais insatisfeito com cada ideia. "Frank, eu-" Parou quando sua voz falhou, se sua intenção era se constranger e ficar mais autoconsciente - conseguiu.

Frank levantou a sobrancelha tentando entender o que ele estava falando. "Você...?"

"O que nós somos? O que eu sou para você?" Perguntou soando cansado, seus braços caíam pelo lado de seu corpo e pareciam pesar toneladas. Ele suspirou quando viu a confusão no rosto do outro. "Frank, eu não quero continuar desse jeito. Eu não consigo mais ficar assim."

"Gee..."

"Toda vez que eu passo por essa porta," Gerard estava lutando contra as lágrimas que insistiam em cair, ele não sabia que estava com tanta vontade de chorar. "eu sinto o Bert morrendo. Eu não, eu não quero me sentir culpado mais!"

"Ei, ei, tudo bem." Frank disse enquanto o abraçava, seus braços segurando o outro com tanta força e cuidado. Gerard não conseguiu evitar o choro e começou a soluçar, suas mãos apertando a camisa de Frank e tentando parar de tremer.

O tatuado levantou seu queixo e limpou as lágrimas com a mão, não gostava de ver Gerard chorando - isso quebrava seu coração. Ele tirou algumas mechas de cabelo que insistiam em cair no rosto dele, Iero voltou a envolve-lo em seus braços. O rapaz escondeu o rosto no pescoço do outro.

"Frank... eu vou falar com o Bert mais tarde." Disse se afastando do aperto de Frank. "Hm, vou terminar com ele e dizer a verdade."

“Falar com o Bert? Eu pensei que você estava terminando comigo!”

“Que? Não! Eu vim aqui perguntar se você quer ir além do que somos...” Ele não queria ter soado tão nervoso, e quase riu mentalmente ao ver o rosto do baixinho ir de uma expressão confusa para felicidade. Frank segurou seu rosto com as duas mãos e o beijou, um beijo calmo e simples. “Sim?”

“Claro! Meu Deus, você me assustou.”

Uma parte de sua vida foi resolvida e isso o aliviou. Uma parte do peso em seus ombros foi embora, agora faltava Bert.

Gerard quase não resistiu ao pedido de Frank para dormir em sua casa, mas estava decidido a resolver as coisas com Bert naquele mesmo dia. Ele dirigiu para o apartamento do ainda namorado e não fez um roteiro dessa vez, diria o que sentia e responderia o que deveria. Bert abriu a porta e o deixou entrar, os dois sabiam o que aconteceria.

O Mccracken era bom em ler o corpo de Gerard, assim como Gerard era bom em ler o seu corpo. Eles sentaram no sofá escutando música que tocava no rádio, apenas esperando. “Eu estou terminando com você, Bert.”

“Eu sei.” Suspirou, não sentia-se triste. Era como perder algo de valor sentimental, porém, poderia ser substituído. “É por causa daquele cara do teatro?”

“Não é só por causa dele... isso, nós já não funcionamos há muito tempo. Bem antes dele.” Gerard disse puxando o cabelo para trás. “Mas eu não vim aqui só pra isso, quero pedir desculpas.”

“Não precisa, Gerard.”

“Bert, eu preciso. O que fiz foi injusto e desnecessário, deveria ter falado com você antes. Você pode ficar com raiva de mim, com toda razão. Só não quero que nosso relacionamento termine com uma mentira.” Não era tudo que queria dizer mas parecia o suficiente.

“Eu também conheci alguém, uma mulher.” Foi a vez de Bert revelar. “Acho que superamos bem rápido.”

“É melhor do que ficar chorando.” Riu de leve, Gerard sentiu-se um idiota por não ter feito isso antes. Foi tão simples e rápido, sem gritos ou lágrimas. Apenas os dois soltando-se das amarras daquele relacionamento e falando a verdade.

O início do fim não foi um dos melhores, e nem o mais justo. Os dois estavam machucados e com pouca confiança, entretanto, como Bert disse: superam rápido. Eles já estavam seguindo vidas separadas, Gerard e Frank, Bert e essa mulher. Os dois sorriram e riram do quão burros foram, só que isso era passado.

Gerard foi para casa de Frank, seu namorado. Ainda era estranho pensar dessa forma, seu antigo amante agora seu namorado, como dito, não foi um dos melhores inícios.

Ele foi direto para o quarto onde o tatuado dormia, já era tarde afinal. Tirou o casaco e a calça jeans e deitou na cama, aconchegando no peito do outro que o abraçou forte e mexeu em seu cabelo. “Tudo bem, querido?” Frank perguntou sonolento.

“Unhum. Pode voltar a dormir.” Gerard depositou um beijo no maxilar do namorado e dormiu.

Um novo capítulo de sua vida começou, sua vida ao lado de Frank.

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Fim da mentira.

O próximo capítulo vai ser o epílogo, eu acho.

(Já tô escrevendo outra fic pra postar depois dessa, socOrro alguém me para.)

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