14. planning

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Não foi fácil sair de lá. A realidade é que continuamos dentro daquele armário por algumas horas, mas finalmente os pombinhos saíram. Fiquei pensando bastante no que Carol disse, esse papo de conquistar primeiro..

São seis meses até a festa de formatura. Tecnicamente é um tempo bom para conseguir conquistar alguém, certo? Não falo no sentido de namorar Carolina, acho que ainda é cedo pra pensar nisso. No entanto, se tudo correr bem, talvez ela possa ser meu par na festa.

Pego um pequeno caderno de Victor que está na gaveta e abro numa página aleatória, anotando algumas partes do meu plano. A porta se abre e vejo Bárbara entrando sem quaisquer avisos prévios.

– Ah, Bak. – ela se assusta ao me ver – Não tinha te visto aí. Cadê o Victor?

– Oi, Bárbara. – sorrio pra ela maliciosamente, percebo que ela está levemente desconfortável, talvez não estivesse esperando pela minha presença no quarto do ficantezinho dela. – O Victor não está aqui, mas por qual razão você estaria procurando meu amigo?

– Ele tá com uma caneta minha... roxa. Esqueceu de devolver e vim aqui pessoalmente cobrar. – ela diz rindo e vai até a escrivaninha ao meu lado.

– Certo. – concordo baixo – Mas se quiser encontrar o ladrão de canetas roxinhas, ele está no refeitório provavelmente.

– Obrigada, Bak.. – Bárbara diz recuando e sorrindo de leve. Ela fecha a porta e me seguro pra não rir da situação.

Saio do quarto e me dirijo até a cozinha, pronto para colocar em prática o primeiro passo do meu plano.

* Carol's pov *

Me sento ao lado de Babi e Victor. É bem difícil olhar pra eles sem pensar qualquer besteira.

– E o que você fez ontem, Carol? – Victor me pergunta.

– Eu... – penso em qualquer desculpa – estava tentando conhecer um pouco mais da escola e tudo mais. E vocês?

Eles se enrolam um pouco nas respostas mas isso não me chama a atenção. Estou tão focada na figura alta de Bak vindo até a gente com uma bandeja na mão.

– Bom dia, Victor e Babi. – ele diz se sentando ao meu lado e arrastando a bandeja para minha frente. – Bom dia, neném. Tenha uma boa refeição.

Estranhando esse ato, olho para a refeição em minha frente. Um pequeno potinho com chocolate e outros dois com morangos e bananas cortadinhas. Olho novamente para Bak sem entender o que é tudo aquilo.

– Onde... você? – Bárbara olha pra ele sem entender nada.

– Morango e banana? Como sabia que são as minhas favoritas? – pergunto feliz. Ele me olha sorrindo como se tivesse passado de uma fase em um joguinho.

– Eu fiz uma suposição. Impossível não gostar desses dois, é a melhor combinação possível. – ele responde e começo a rir com tamanha ingenuidade.

– Você talvez não tenha previsto... – tento fazer algo para engana-lo. – que eu não posso comer esse chocolate. Sou intolerante a lactose. Mas obrigada pela...

– Tudo bem – ele interrompe – esse que eu usei não tem. – Bak me refuta. Fico sem saber o que dizer, então abro um sorriso.

– Eu só estava brincando. – começo a rir – Mas obrigada por ter pensado nisso também.

– Meu pai só compra chocolate sem lactose. – Babi desmascara o menino que está ao meu lado – Mesmo que ele quisesse, não tem chocolate normal aqui.

Olho pra ele surpresa. Não sei se isso tem a ver com a conversa que tivemos ontem, o papo de conquistar e tudo mais.

– Obrigada, Bak. – falo sincera. Ele sorri e tenta disfarçar, mas sei que todos os seus divertidamente estão pulando animados. – De verdade.. – me inclino e deixo um beijo na sua bochecha.

Ele se assusta e me olha surpreso. Seu olhar mostra que ele não estava esperando por aquilo, e talvez nem eu estivesse. Mas as coisas acontecem, certo?

Six Months | BaktanOnde histórias criam vida. Descubra agora