Six Months | Baktan

19. eating

* Carolina's pov *

Bak segura minha mão enquanto coloco tempero no molho. Olho para ele e sou retribuída pelo mesmo olhar confuso. Nossas mãos se encaixaram da maneira certa, como uma história de amor perfeita que passa na tv. Começamos a rir pelo clichê horrível que acabamos de passar, mas confesso que parte de mim gostou desse pequeno momento.

– Então, o que vai fazer quando sair daqui? – ele pergunta tentando mudar de assunto – Faculdade? Aqui na cidade tem algumas muito boas, não sei se já ouviu falar. Com certeza vai gostar de morar aqui..

Apenas tento não demonstrar nada, fico quieta na minha. Gostaria de evitar toda essa dor... não quero dizer a Bak o que irá acontecer, apenas quero curtir esse momento antes que tudo comece a desabar.

* Bak's pov *

Percebo que Carolina fica quieta, mas não pressiono. Talvez ela nem queira ficar aqui, embora isso seja um pouco impossível.

– Você já viu a cidade? Posso te levar em alguns lugares no final de semana. – sugiro e ela abre um sorriso.

– Eu amaria conhecer tudo daqui com você. – ela se aproxima. Sinto meus hormônios, sinto cada parte de mim vibrar um pouco conforme ela se aproxima. – Está marcado, então.

Carolina se afasta e pega o queijo ralado no balcão, finalizando os dois pratos. Não ficou a coisa mais linda do universo, confesso. Mas da pra comer.

– Seu molho nem é tão ruim quanto eu pensei que fosse – ela critica gentilmente após a primeira garfada.

– Muito obrigado, amo ouvir coisas assim. – respondo irônico e ela ri. – Fala sério, ficou ruim?

– Não, Bak.. ficou bom. – Carol me olha e limpa o canto de seus lábios com a ponta da língua, num movimento fofo e desengonçado. – Perdão pelos meus modos.

– Que isso – começo a rir com tamanha formalidade – Aqui a gente come sem pensar se ta bonito ou não.

– Realmente, percebi isso. – ela ri e provavelmente está se referindo a Gs e Victor, que não possuem 'modos' quando estão comendo.

– Tem sobremesa? – ela pergunta sorrindo. Deve ser difícil alimentar esse dragãozinho que existe dentro do seu estômago.

– Você aguenta comer mais? Depois desse pratão? – pergunto assustado e ela ri, disfarçando. – Tem no meu quarto...

– Você é idiota. – ela revira os olhos e eu me seguro pra não rir. – Teve a chance de me beijar e não quis, agora fica com essa.

– Princesinha do Nilo, quem disse que estou dando em cima de você? – pergunto sério e Carolina me olha como se não acreditasse em minhas palavras. Acho que nem eu acredito, pra ser sincero.

– Tudo bem, Gabriel Lessa. Estarei lá para... olhar o chão. – ela diz séria e me seguro para não rir. Carol sai pela porta da cozinha e termino meu prato o mais rápido possível, correndo para alcançá-la.

Chego até meu corredor e abro a porta do nosso quarto com cuidado, tentando ver o que está acontecendo. Vejo Carol mexendo em algumas fotos na parede.

– Sua irmã é tão lindinha. – ela sorri e mostra uma foto minha com a Bia.

– Por que não se candidata pra ser cunhada?