Six Months | Baktan

6. planting

* Bak's pov *

Só me lembro de ir dormir pensando no dia anterior. A maneira como tentei impressionar Carolina, e a maneira como percebi que ela mais estava se segurando para não rir das minhas exageradas histórias.

Olho para o lado e vejo Victor se arrumando. Ele percebe que estou prestando atenção nele e parece esconder algo.

– O que é isso? – digo rindo e me levanto tentando ver o que há em suas mãos.

– Nada – ele responde, completamente suspeito.

Tento ver sua mão e ele força ao máximo para que eu não consiga. Por fim, consigo fazer com que ele abra, mostrando um pequeno medalhão. Encaro Victor para obter respostas.

– O que você tá fazendo... – começo a rir – Com o colar da Bárbara?

– Eu... – ele começa a dizer mas é interrompido pela porta que é aberta. Salvo pelo gongo, eu diria.

– Oi.. – Carol sorri nos olhando.

– Da próxima vez, dá uns soquinhos pra evitar cenas que talvez você não queira ver. – Victor ri e pisca pra mim.

– Então, quer entrar? – ignoro Victor e tento abrir um diálogo com ela.

– Na verdade, queria fazer algo hoje, já que o dia tá livre.. – ela segura minha mão – Eu tô te esperando no nosso lugar.

Ela sai e fecha a porta, e finalmente eu posso sorrir depois de ter ouvido suas duas últimas palavras.

Coloco uma blusa melhor e saio do quarto, desço as escadas e faço uma longa caminhada até o jardim. Quanto mais eu me aproximo, começo a ver que ela trouxe algumas coisas pra lá.

– O que é isso? – me direciono pra ela ao observar algumas ferramentas de jardinagem.

– Meu pai conseguiu trazer aqui pra mim.. quer dizer, um cara que trabalha pra ele. – ela sorri e se senta no banquinho.

– E o que você pretende fazer com isso exatamente? – pergunto vendo mais de perto. Há alguns pacotinhos de sementes e pequenas mudas de flores, junto com mini pás e tintas.

– Esse lugar vai ser reformado por nós dois... já conversei até com o pai da Bárbara e ele deixou. – ela sorri – Vamos à obra, irmão.

Ela pega uma das pás e dois dos pacotes de semente. Rio ao ver ela pular toda animada. Me inclino e pego algumas sementes também para plantar em cada um dos arranjos de terra.

As flores que existiam ali não existem mais, estão completamente secas, por isso Carol tirou alguns galhos e deixou tudo limpo para plantarmos as novas habitantes desse imenso jardim.

– E a tinta? – pergunto enquanto estamos colocando o adubo.

– Vamos pintar as mesas... vão ficar lindas. – ela responde – Isso aqui vai virar um novo jardim... a gente vai vir aqui regar as flores e cuidar desse lugarzinho. Ele nunca mais vai ficar assim enquanto estivermos aqui.

Sorrio vendo ela toda animada com a transformação. Pego uma pequena sementinha de rosa e coloco por baixo da terra com cuidado.

Não sei por qual razão, mas parte de mim espera que essa rosa cresça e se torne a mais bonita das flores existentes aqui.