Tudo Aconteceu 2. CONCLUÍDO)

Capítulo 15

Luana 💄

Geral é neurose comigo, papo reto. Taxada como puta e que eu não me valorizo.

Mas pô, sinto falta pra caralho da minha mãe. Tia Isadora me abandonou aqui.

Certo que eu tinha que dar orgulho pro meu pai, mas ele sempre me julgou, desde quando eu comecei a fazer coisa errada.

Sempre tentei entrar na turminha do Vini, mas fui barrada.

Alicia nunca foi com a minha cara. Tenho treta com ela mermo. Peita comigo eu devolvo caralho, ta achando o quê?

Paizão : Qual foi, Luana? Tá com essa cara aí? - Apareceu.

Luana : Minha cara de sempre. - Olhei pra ele.

Paizão : Tava aonde?

Luana : Vai ficar querendo saber de tudo mermo é? - Cruzei os braços.

Paizão : Sou o quê teu? - Chegou perto de mim e segurou meu cabelo. - Te levo pro tribunal do crime e tu desce. - Falou isso me fazendo ficar com medo, mas meti a postura.

Luana : Não manda em mim já tem um tempinho. - Ri fraca.

Paizão : Tu não me desafia, caralho. - Puxou com força.

Luana : Tá machucando aí mané, qual é? - Segurei a mão dele tentando tirar.

Paizão : Eu sou teu pai, Luana! Deve respeito! - Gritou.

Luana : Quer impor o bagulho sendo que nunca teve comigo? Me erra! - Me soltei.

Paizão : Respeita, porra! - Bateu no meu rosto.

Era sempre assim! Não tinha jeito. Mas tudo bem, é meu pai.

Sai de lá indo pro pé do morro. Era aonde eu ficava em paz comigo mesma.

Luana : Passa o verde aí. - Falei sem olhar pra ele.

Vapor : 15 conto, dona. - Paguei o verde e subi.

Sentei lá e comecei a marolar. Só queria tia Isadora de volta, ela foi uma verdadeira mãe pra mim, sacou?

Ig : Qual foi, Luaninha? - Sentou do meu lado.

Ele sempre foi o melhor comigo, nunca julgou e sempre me  tratou bem.

Luana : Nada, só relaxando. - Olhei pra ele.

Ig : Teu rosto aí, mané? Quem foi? - Pegou no mesmo.

Luana : Meu pai. - Ri fraca.

Ig : Aprontou, morena? - Riu.

Luana : Ele querendo impor moral. - Ele riu e eu olhei pra ele.

Ig :  Tá na onda do verde? - Me olhou.

Luana : Na paz. - Ele assentiu.

Ig : Isso aí! A paz mermo. Aí, maluca aprontou, mulher do beco 7. Passando informação pra comando. Vitinho descobriu e levou ela pro tribunal. - Abri mó olhão. - Vão fazer bagulho feião com ela. Passa nada!

Tribunal do crime era aonde se reunia vários bandidos e eles iam julgar o que iam fazer com tal pessoa. Sempre é bagulho pesado. Ainda gravam e mandam pra parentes ou pra facção. É o jeito que eles encontram de mostrar que estão sempre por cima.

Um conselho : não se envolvam com bandidos. Eles são demônios disfarçados de humanos.

Conversei mais um pouco com o Ig sobre isso e decidi mudar de assunto.

Luana : E tu? Veio pra cá por que?

Ig : Sei lá, é bom vim aqui. - Assenti.

Luana : Papo, sempre veio aqui. - Aí Igor, valeu por me dar um pouco de atenção. - Ele riu de canto.

Ig : Que nada pô, tô sempre aqui. - Bateu de leve no meu ombro.

Ele se aproximou de mim, me deu um selinho e saiu.

Ri com aquilo e permaneci lá.