Capítulo 71

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Voltei pra cela e sentei.

Logo um policial aparece me chamando dizendo que tinha visita pa mim.

Levantei jogando meu verdinho no chão e acompanhando ele.

Era a maluca da Mirela que pulou no meu colo quando me viu.

Mirela : Oi amor, que saudades! - Me beijou.

Vini : Tu me viu semana passada maluca, qual foi? - Ri.

Mirela : Bate saudades ué, posso fazer nada! Deixa eu te falar vida, posso pegar dinheiro na boca pra comprar minhas maquiagens? - Me beijou de novo.

Vini : Ta achando o quê? Sou teu pai não caralho! Me pediu dinheiro semana passada e eu dei, sou traficante mas não tô trabalhando não. - Percebi ela ficando sem graça.

Mas tem que ser assim cria! Ta achando que eu sou banco? Maluca só quer meu dinheiro.

Mirela : Que grosso Vinícius, credo! - Saiu do meu colo.

Vini : Nos dois sentidos, minha gata! - Ri.

Fiquei pensando por um tempo. Ta maluco? Mudei pra caralho só nesses meses.

Eu peguei 10 anos, mas meu pai ta pagando pros canas corruptos pra eles diminuírem minha pena.

Tô me comportando bem até! Dependendo de como eu vou tá, vou sair daqui 3, 4 ou 5 anos.

Tempo pra caralho mané!

Mirela : Ta pensando nela? - Falou mansa.

Vini : Nela quem? - Olhei pra ela.

Mirela : Na Manu né porra, em quem seria? - Bateu na mesa.

Vini : Olha aqui vadia, tu nunca mais toca no nome dessa puta, ta me entendendo? - Fui pra cima dela e os policiais me tiraram e sai da sala.

Vai tomar no cu! Ela sabe que eu odeio quando ela toca no nome dessa filha da puta.

Só falar nela que eu fico maluquinho meu cria. Não da!

Voltei pra cela e o cara veio brisando.

Renê : Qual é dos teus parças? Vendendo na minha área mano. - Chegou exaltado pro meu lado.

Vini : Ih ala, breca na deles meu parceiro, sou eu que tô vendendo não. - Me levantei.

Renê : São teus crias irmão, da um jeito se não eu dou, mané. - Apontou o dedo pra mim e saiu.

Tô de saco cheio desse pau no cu, papo reto!

Sai de lá indo pro pátio e encontrei o Nazaré vendendo.

Vini : Qual foi, Nazaré? Vende na área desse filha da puta não, ta na neurose? - Bati na cabeça dele que abaixou a mesma.

Nazaré : Desculpa aí Vini, mas é que os cara tão entrando na nossa também. Minha parte é do banheiro pro pátio e o Fabiano tava perto do banheiro na entrada e eu invadi mermo. - Explicou apontando pro banheiro.

Vini : Relaxa aí cria, vai dar certo! - Bati no ombro dele e sai indo pra onde o Renê.

Nazaré parece que tem problema mental, essas paradas aí.

Cheguei aqui os maluco ficava tirando com ele faixa, vê se eu ia deixar uma parada dessas. 

Colei perto do Renê que tava com o Formiga do lado contando.

Vini : Na moral, se tu não quer que os meus parças fiquem invadindo tua área, da ideia nos teus pa eles não entrar na minha também não, jae? Se tu acha que teu bagulho é louco, o meu pior ainda. Ta procedendo? Fica esperto! - Fiz sinal de arma engatilhando, apontei pra ele e sai.

Esse moleque aí é barco louco também. O mano é braço direito de uns dos donos do Complexo da Maré, que inclusive meu pai e o dono de lá não se bicavam por conta de uma invasão que teve na Rocinha do pessoal da Maré tentando tomar do meu pai.

Mas aí, independente de qualquer bagulho... sendo dono ou não, eu não abaixo minha cabeça pa neguin nenhum, eu peito do mermo jeito se eu tiver com razão ou não, a parada fica louca no mermo pique.

Tudo Aconteceu 2. CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora