Capítulo 12

5.1K 282 4
                                    

Deixei o Jhow na boca e desci pro beco encontrar o Ig.

Tavares : Fala, viado! - Fiz toque com ele.

Ig : Qual é, mané? - Voltou a atenção contando o dinheiro.

Tavares : Fez a cobrança já? - Assentiu.

Ig : Lógico! Se eu fosse esperar tu, não ia sair nunca.

Tavares : Tá com o quê aí? - Olhei tudo.

Ig : Maconha. O crime não para! - Riu.

Continuei vendendo e a Luana veio dando idéia.

Tavares : Qual foi? Tamo sem cota, não ta vendo? - Me olhou, debochando.

Luana : Meu papo não é com tu não. - Me ignorou.

Ig : Dá idéia, Luaninha xereca gostosa. De novo? - Riu e ela negou.

Luana : Apelido feio garoto, credo. Mas não é nada, só companhia mermo. - Suspirou.

Tavares : Precisamos não. Tamo suave nos nossos corre, rala! - Falei e ela revirou os olhos.

Luana : Fica quietinho aí, Tavares!

Alicia : Ue, rainha da favela.. Os meninos estão trabalhando. Vaza! - Fez gesto pra ela sair.

Luana : Lá vem a emocionada. - Riu e cruzou os braços.

Alicia : Emocionada nada, se manda. - Apontou o dedo pro beco.

Luana : Tem mó cara de chata, falar pa tu. - Riu.

Alicia : E tu vai ficar com a cara de sangue depois que eu esfregar ela no asfalto. - Sentei, vendo a discussão delas.

Tavares : Barraco no meio da venda não mano, tão maluca? Vai estragar as paradas aqui e o Vitinho vai comer meu cu. Vão pra outro lugar, demorou? - Eu assenti, e elas ignoraram. Mas logo vi o Paizão aparecer já com cara de cansado.

Paizão : Qual é, Luana? Já vai começar com putaria? - Chegou falando com a Luana.

Luana : Essa daí vem de ideia torta pro meu lado. Faça favor, tenho sangue de barata não. - Olhou pra ele.

Alicia : Essa daí tu chama tuas amiguinhas, gata! Mais respeito que eu tenho nome.

Paizão : Vamo pra casa, bora caralho! - Puxou ela.

Luana : Rela a mão não, eu sei andar. - Levantou as mãos em rendição

Ig : Tá suave, Paizão! Tem nada acontecendo não. A gente ta vendo tudo. Qualquer coisa a gente mata as duas. - Gastou.

A mina era firmeza pra caralho. Sei lá qual foi a fita dela.

Paizão levou ela, e a Alicia sentou na escada do beco.

Tavares : Gosta de um barraco né, mandada? - Cheguei perto dela.

Alicia : Só um pouquinho. - Riu.

Ela era como se fosse uma irmã pra mim. Sempre carismática e paradas. Mó parceirinha.

Mas falar pa tu, sofreu pra caralho na mão do Vini.

Ig : Tá fazendo o que andando pela favela assim? Cadê o pau no cu do Th?

Alicia : Sei lá, só queria andar. Th deve tá na boca com o Jhow ou o Menor.  - Assenti.

Tavares : Tá afim do verdinho, barraqueira? - Ela riu.

Alicia : Quanto é mermo? - Fez uma cara estranha.

Tavares : 15, pô!

Alicia : Roubo, papo reto. - Puxou o dinheiro

Tudo Aconteceu 2. CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora