Capítulo 89

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Fiquei mais um pouco com a doida e vi que era minha hora de fazer a contenção.

Vini : Te vejo no baile, princesa? - Olhei pra ela firme.

Clara : Lógico, amor! - Me deu um selinho.

Vini : Encontro tu lá, fé aí. - Sai e fui pra contenção.

Tirei a sacolinha do bolso e parei pra vender uns dois.

Vendi na calada e desci. Vi o Tavares chegando armado. Era minha vez e a dele!

Tavares : Bagulho do hotel ta dando nos jornal tudo meu cria, vê se pode? - Negou.

Vini : O importante é nossa cara não aparecer, o resto manda vim. - Sentei, e vi minha coroa chegando com minha princesa. - Qual foi? Tá dando bobeira lá em baixo, mané? Pode não!

Paula : Relaxa que eu sei me cuidar. - Deu a Mel pra eu segurar.

Mel : A gente encontlou uma mulher bem bunita lá, papai. - Brincou com meu cordão.

Vini : Que mulher, princesa? - Olhei pra minha mãe.

Mel : Eu não peguntei o nome dela, mas o nome do filho dela é Lucas. - Olhei desentendido pra Mel.

Paula : É uma amiga minha que a Mel fez amigo com o filho dela. Só isso! - Percebi ela nervosa, e eu assenti.

Vini : Pode crê! - Não engoli a história mas fiquei quieto. - Leva ela pra casa, coroa. - Dei um beijo na testa dela, e entreguei pra minha mãe.

Chamei o Sanchez pra levar elas e subiram.

Tavares : Tia Paula tem amiga fora da favela? Caralho! - Pegou no bigode dele puxando pra baixo.

Vini : História mixuruca, mané! - Ri e ele assentiu.

Fiquei lá olhando o movimento da favela.

Avistei a Camila, Vitória e a Nati vindo cheias de sacolas. 

Vini : Tão traficando também? Fala pro pai. - Gastei, e elas deram risada.

Nati : A gente acabou de roubar aquela loja, tá vendo? - Apontou pra uma loja de esquina.

Vini : Aceito isso na minha favela não, tu vai rodar em, morena! - Ela riu.

Camila agarrou o Tavares e não soltou mais.

Vini : Vou deixar tu careca também, sacou? - Brinquei e ela mandou dedo.

Camila : Vem tranquilo!  - Jogou os cabelos.

Vini : Vou passar nesses aí mermo, vai ficar gatinha careca! - Ri.

Gastei com elas e depois saí da contenção deixando outros traficantes no comando.

Fui pra casa e tomei meu banho. Já era umas 22:00 da noite e eu deixei uma muié que cuidava da Mel desde que ela nasceu de olho nela.

Ela nem queria trabalhar pra mim. Só veio por que eu coloquei um 38 na cabeça dela. Se ela não viesse trabalhar pra mim, eu matava. Mas a dona morre de medo, não entendo legal essa brisa maluca dela! Vai entender.

Me sentei com a camisa no ombro esperando a Mirela terminar de se arrumar que tava toda gostosinha.

Ela me puxou pra uma foto e colocou nos status.


Olhei a foto nos status dela e joguei o celular na cama. Esperei ela terminar de rebocar a cara e eu já tava ficando puto de tanto esperar.

Vini : Qual é, Mirela? Tu fica bonita nem nascendo de novo, vamo logo caralho! - Gritei e ela vem brigando.

Mirela : Fica quieto na tua, tu tem cara de pão de 3 dias e eu não falo nada. - Eu ri.

Maluca é chata, mas é maneirinha.

Vini : Pão careca. - Puxei ela pra fora e olhei pra mulher que cuidava da Mel. - Olha bem minha cria! - Falei firme e concordou. 

Mó gastação, mané! Nem tinha coragem de matar essa doidinha aí.

Arrastei pro baile com a maluca e quando cheguei, já tava cheio.

Fui passando na multidão e subi pra onde meus pais.

Encontrei o Th, a Nati, meus pais, Tavares, Camila, Ig e minha irmã. Na parte de baixo o Menor, Chapa, Cleitin e Sabiá.

Vejo tia Ari com a Larissa, Isadora e a Dri.

Pego meu copo e começo a beber. A maluca senta no meu colo e começa a dançar.

Empurrei ela pra sair de cima que bateu na grade da quadra. Ela me olhou com raiva e eu sai.

Desci pra comprar droga e comecei a usar.

Percebi a Mirela me olhando e eu nem dei muita idéia.

Saí da vista dela e fui pro beco.
O beco filha da puta, do dia da morte da Alicia.

Lembrei da Manu e comecei a surtar. Muita parada pra mente!

Já tava chapado, pensando mil paradas, quando alguém me tira da porra dos meus pensamentos.

Clara : Ta tudo bem aí? - Tocou no meu ombro.

Vini : Tá, tudo na paz! - Puxei ela pelo cabelo e encostei na parede, comecei a dar uns beijos e puxei o cabelo dela com força.

Não sei por que tava fazendo isso, mas eu queria descontar em alguém.

Escuto passos, solto a Clara e vejo a Mirela chegando com as amiguinhas putiane que já tinha passado na mão do pai.

Mirela : Então essa é mais uma das
vagabundas? - Pegou a Clara pelo cabelo.

Mirela jogou ela no chão e começou a bater nela com um pedaço de madeira que tinha ali perto. Eu parei, encostei na parede e comecei a fumar olhando a cena.

Clara : Tu disse que não ia deixar ela relar a mão em mim, filha da puta! - Falou cheia de sangue.

Olhei pra ela, passando a mão no nariz, sem entender nada..

A mina tava sem cabelo de um lado, sangrando e saiu andando com dificuldades.

Situação dela tava feia menor, papo reto.

Mirela : Seu filha da puta, desgraçado! - Chegou perto de mim querendo me bater e eu segurei a mão dela.

Vini : Baixa a mão! Ta achando o quê? Que a parada é bagunçada? - Falei firme com ela, que murchou.

Ela podia bater nessas mina aí, mas comigo ela não altera nem a voz. 

Minha mãe sai da quadra brava.

Paula : Coisa ridícula! Corna inconformada! Tumultuando no baile? Típico de Mirela. Mais feio ainda é tu, palhaço! Tem uma filha pra criar e olha os exemplos que dá! Sorte de vocês que o Vitor não ta sabendo! - Saiu.

Mirela : Me solta! - Se soltou, voltando pra dentro da quadra.

Continuei fumando o meu.

Tudo Aconteceu 2. CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora