Capítulo 7

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Depois que voltamos para o castelo, fui para o meu quarto e me sentei na varanda, fiquei la por horas. Alguém bate na porta.

–Entre. –Cantarolei, esperando que fosse Jack.Mas era Anna.

–Oi, Elsa. –Ela sorriu.

–Oi Anna. –Sorri.

–Esta na hora. –Ela disse séria.

–Hora de que...? –Então eu me lembrei: hoje completava sete anos que nossos pais morreram.

–Ah, sim. Vamos. -Coloco um vestido preto que tenho no armário. Anna já esta vestida com um vestido e uma capa preta, ela parece realmente acabada.

Uma carruagem nos leva até o memorial dos nossos pais. Saudade deles. Eu os amava –ainda amo- tanto... É difícil pensar que eles nunca mais vão estar ao meu lado para dizer que tudo vai ficar bem, que é so controlar, que...Alguém abre a porta da carruagem para eu e minha irmã e interrompe meus pensamentos. Olho para fora.

As pedras... Ficaram maiores, elas são imponentes, gigantes. Perfeitas para representar o rei e a rainha. Há musgo nascendo perto das escrituras com o nome dos meus pais.Não gosto de me aproximar dessas pedras, elas me lembram de tudo que eu poderia ter feito para salvar meus pais... Eu podia ter ido com a Sombra. Eles poderiam ter sobrevivido. Não sei como eles morreram e acho que nunca descobrirei, talvez seja melhor não saber... Disseram-me que foram afogados ou que o navio deles naufragou.

Quantas mentiras.

Anna se ajoelha na frente das pedras, sentando em cima dos calcanhares, olha fixamente, como se enxergasse através da pedra, uma lágrima escorre.

Outra lágrima escorre.

E outra.

E outra.

E outra.

Queria saber o que falar em uma hora dessas... Queria consolar minha irmã, mas não há o que fazer. Não há o que dizer.Como sinto raiva de Breu-sombra-não-importa. Nem sabia que ele existia! Ele simplesmente começou a me assombrar quando eu era pequena... devia ter uns cinco anos. Foi antes de eu machucar a Anna...Me culpo por ter feito tudo o que fiz com a Anna... Devia ter contado a verdade para ela, mas e se a Sombra fosse atrás dela também? Não podia correr esse risco. Ela quase foi morta por Breu duas vezes, o raio não cairia de novo no mesmo lugar.

Me sento ao lado da minha irmãzinha, eu poderia abraçar ela, mas ela ou morreria congelada ou de frio. Não é uma boa ideia.

–Elsa... qual foi a última coisa que papai e mamãe falaram pra você?

Não vou chorar. Não vou chorar. Não vou chorar. Não vou chorar.

–“Tudo vai ficar bem, nós vamos voltar.”

–Eles me disseram que... Não era para mim bater na porta de novo.

Ainda bem que disseram.

–Anna... Desculpe. –Falei, uma lágrima escorreu.Anna me abraçou, sem se importar de sentir frio. Como ela podia ser tão boa e pura? Ela sempre sabe o que falar (bem quase sempre) para confortar as pessoas, queria ter esse dom, em vez dessa droga de gelo.

–Vamos Elsa, vamos voltar pra casa.

Obrigada, achei que nunca voltaríamos.Quando sentamos na carruagem por incrível que pareça, meu primeiro pensamento foi: “Onde está o Jack?”.

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