Levantei da minha cama com o corpo doendo e fui tomar um banho gelado, Rio além de ser gostoso fode bem pra cacete e me deixa toda marcada.
Ouvi vozes e reconheci a do Coringa, vesti um moletom rapidão e deitei na cama fumando.
Alguém bateu na porta e ela abriu, Coringa me encarou e eu suspirei jogando a guimba pela janela.
Coringa: cê tá bem?
Sara: porque não estaria?
Coringa: por ontem - levantei
Sara: o que aconteceu ontem? - ele riu
Coringa: na moral pô, eu saí daqui estralando e tive que resolver.
Sara: você não me deve satisfação Coringa, não confunde as coisas - falei colocando o anticoncepcional na boca e engolindo no seco.
Coringa: transou com quem? - cruzei os braços.
Sara: o que você quer?
Coringa: vim te chamar pra missão - cruzou os braços e eu prendi o cabelo - pescoço tá marcado!
Sara: eu sei - suspirei - o seu também.
Coringa: é, eu sei - me encarou e eu rendi.
Sara: qual é a missão?
Coringa: vamo levar mercadoria pra um parceiro, ele tá precisando da entrega de tarde pra fiel não saber - dei de ombros e ele fez careta.
Sara: cadê a bolsa?
Coringa: já tá no carro.
Sara: jaé - passei perfume rapidinho e sai.
Coringa entrou no carro e eu fui entrar mas antes ouvi alguém me chamar
Me virei e vi o Gaspar sorrindo e vindo até mim.Gaspar: oi gatinha.
Sara: oi Gustavo.
Gaspar: desculpa por aquilo - abaixou a cabeça - podemos recomeçar? Tipo, quer sair comigo?
Sara: não - cortei e ele olhou pros lados.
Gaspar: me dá só mais uma chance Sarinha - segurou minhas mãos - uma chance de nós voltar a ser como era antes? - falou me olhando.
Sara: você tem mulher - puxei minhas mãos.
Gaspar: o que? Aquela menina é só uma amiga colorida - deu de ombros - sou sujeito homem pô, quem me conhece sabe.
Sara: tá, pode ser - sorri sem mostrar os dentes - uma chance Gaspar - avisei.
Gaspar: te pego às onze - fiz joinha - posso...te abraçar?
Sara: eu acho que pode - ele sorriu e me abraçou apertado.
Eu fiquei estática, nem consegui abraçar de volta e engoli seco sentindo meu estômago revirar.
Eu me afastei e sorri falsa tirando ele da minha frente e entrando no carro, me despedi e o coringa deu partida.
Coringa: ta suave? Tá branca aí, parece que viu um fantasma!
Sara: para o carro - ele me olhou e parou.
Eu desci correndo e fiz vômito por um bom tempo mas nada saiu.
Coringa: que foi? - segurou meu cabelo e eu cuspi no chão.
Sara: o cheiro dele, os braços dele...- passei a mão no rosto - me deu nojo, não sei - comecei a esfregar meus braços e o Coringa me encarou - meu Deus - murmurei estremecendo.
Coringa: Ei, relaxa, relaxa, tá tudo bem - me abraçou e eu suspirei abraçando de volta, me aconcheguei e cheirei o pescoço dele ficando mais calma.
Sara: valeu - beijei o pescoço dele me afastando.
Coringa: relaxa - passou a mão no meu rosto e eu sorri o tranquilizando - bebe água, tá no porta luvas, ou quer leite? Tá quentinho - gargalhei.
Sara: eu não acredito que você disse isso! - ele riu também.
Coringa: precisava quebrar o gelo - rimos.
Eu bebi um pouco de água e fiquei sorrindo toda leiga pro Coringa.
Coringa: que foi?
Sara: nada, só estou me sentindo bem.
Coringa: que bom - estendeu a mão e eu peguei acariciando atenta.
Assim que chegamos na frente da casa eu peguei a bolsa e desci, Coringa veio pro meu lado olhando as horas e eu neguei.
Sara: cinco minutos é o prazo, vida tá fácil assim não.
O portão abriu e eu nem acreditei quando vi que era o Rio, ele também me encarou surpreso e eu fechei a cara.
Sara: deixa que eu entrego - falei me afastando do Coringa e ficando de frente pro Rio.
Rio: que surpresa!
Sara: tu tem mulher seu filho da puta? - ele ficou calado - puta que pariu Rio, esquece tá? Apaga a merda do meu número - falei jogando a bolsa nele.
Rio: nós é bagunçado assim pô, esqueceu que sou inimigo do seu pai e mesmo assim tu fugia comigo?
Sara: foda-se o FP, eu quero que ele se foda do pior jeito, mas a tua mulher é inocente, se enxerga - bati no peito dele.
Rio: inocente o que porra? É uma mulher interesseira, eu posso trocar quando eu quiser - suspirei e dei as costas.
Entrei no carro bolada e ele trocou poucas palavras com o Coringa que entrou no carro sério.
Sara: não fala nada beleza? Só me leva pra casa.
Coringa ficou calado o caminho todo e eu agradeci mentalmente porque tava com a cabeça a mil.
Assim que ele estacionou eu saí e fui pro banheiro, tomei um banho gelado e sai com um cigarro no bico.
Vesti um moletom preto e cai na cama, fiquei olhando o sol pela janela e eu posso afirmar que mais uma vez eu não estou com a mínima vontade de viver, nem é pelo Rio, às vezes acontece e eu nem sei o porquê.
Acabei dormindo e acordei com alguém mexendo no meu cabelo, levantei o olhar e era o Coringa, que me olhava sorrindo.
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FELIZ AGORA?
General FictionSara perdeu sua mãe aos doze e após sua perca seu pai, mais conhecido como FP, tornou sua vida um inferno mas o inferno se corrompeu com o que o destino trouxe para Sara