capítulo trinta e dois.

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Sara: Karlos...- murmurei sentindo uma coisa se mexendo

Iolanda: sou eu - murmurou chorando e eu me esforcei abrindo os olhos

Sara: oi iô - ela sorriu - tá tudo bem?

Iolanda: eu que te pergunto, me assustou - fiz careta e ela beijou minha bochecha

Sara: cadê isa?

Iolanda: conversando com o Karlos - suspirei - tá se sentindo bem?

Sara: minha cabeça tá doendo - ela beijou minha testa - deita comigo?

Iolanda: tá - sorriu de canto e engatinhou deitando atrás de mim me abraçando

Sara: como ele tá?

Iolanda: afundado né, não para de se culpar por um minuto, chegou até a queimar a mão com cigarro se punindo

Sara: hm

Iolanda: desculpa, não quero que tenha pena dele

Sara: tá tudo bem, eu não fiz isso pelo Coringa, ele tem sua porcentagem de culpa mas não foi muito o motivo - suspirei fundo - eu só estou cansada, tanta coisa ruim no coração que achei que o único jeito de esvaziar era assim

Iolanda: vai ficar tudo bem - beijou minha bochecha - vai conversar com ele depois?

Sara: sim

Iolanda: ótimo - me apertou

Eu fiquei um tempinho pensando e acabei pegando no sono sem ver

Eu acordei com o corpo pesado e fiz careta, levantei com cuidado e vi que Iolanda, Isa, Duda, Ll e Karlos estavam na mesa conversando sobre alguma coisa seria

Eu ouvi eles descutindo se deveriam ou não falar comigo só re o Coringa porque ele tá precisando de ajuda
Eu fiquei só escutando e acabei que fui tomar um banho

Eu vesti meu moletom preto e calcei um tênis, sai com pressa sem falar nada com eles e guiei pra casa do Coringa

Assim que cheguei no portão senti uma angústia mas ignorei e fui entrando

Xxx: anda Coringa, tu não precisa dessas porra

Coringa: pode meter o pé, eu sei me cuidar

Xxx: não porra, vem logo, vai tomar um banho

Eu entrei devagarinho e vi os dois no banheiros, enquanto o vapor empurrava o Coringa e ele resmungava
O vapor me olhou e eu fiz joinha

Sara: pode deixar que eu fico com ele - ele balançou a cabeça e saiu

Eu fiquei alguns segundos encarando a porta do banheiro e entrei vendo ele sentado no vaso de cabeça baixa

Sara: Charles? - ele se remexeu um pouco e jogou a cabeça para trás de olhos fechados

Eu vi um vidrinho estranho na pia e olhei vendo antidepressivos fortes, encarei ele que tava com alguma coisa na boca e dei um tapão no peito dele

Sara: cospe essa merda, anda - estendi a mão perto da boca dele que tava me olhando com cara de choro e ele cuspiu igual uma criança

Eu lavei as mãos e encarei ele de novo, ele parecia estar aéreo, ou só tava sem reação por me ver aqui

Eu fiquei encarando ele e tirei a camisa dele limpando a boca dele, tirei a calça dele junto com a cueca e liguei o chuveiro no frio

Levantei ele com cuidado e coloquei ele no chuveiro que gemeu de frio me fazendo rir

Sara: você tá sóbrio? - ele me encarou - consegue me entender pelo menos?

Coringa: eu não sei - esfregou o rosto - você é real?

Sara: claro que sou - segurei o rosto dele e ele tossiu

Coringa: me perdoa...eu não queria...- eu fechei os olhos e suspirei

Sara: depois falamos sobre isso - ele balançou a cabeça - precisa de ajuda? Não precisa ficar envergonhado

Coringa: eu acho que o efeito ainda não passou - balancei a cabeça e peguei o sabonete líquido jogando nele que ficou me olhando

Depois de ajudar ele a terminar o banho ele escovou os dentes sozinho e veio pro quarto comigo
Eu escolhi uma roupa pra ele e enquanto vestia a camisa vi vários roxos no braço esquerdo dele, mas quando vi que ele ficou desconfortável deixei pra lá e terminei o que tava fazendo

Sara: quando tu usou pela última vez?

Coringa: eu não sei, que dia é hoje? - suspirei fundo

Sara: quando você comeu?

Coringa: também não sei - coçou a cabeça e depois o braço

Sara: tá com sono? Fome?

Coringa: os dois, tô me sentindo cansado - segurei a mão dele e o levantei

Desci com ele pra cozinha e enquanto ele tava sentando me olhando eu fiz uma sopa de macarrão
Coloquei em uma tigela enorme por saber que ele estaria com fome e foi dito e feito, ele comeu tudo e ainda pediu mais

Depois de comer tudo e encher a barriga, ele bebeu água e subiu comigo, eu liguei a tv enquanto ele escovava os dentes de novo e depois ele deitou

Eu vi que tava tudo uma enorme bagunça e comecei a dar uma arrumada de leve, pra destrair
Enquanto limpava o banheiro decidi olhar o armário e tinha muita droga junto com muito remédio

Eu joguei tudo no cesto do lixo e fui na rua jogar na caçamba, voltei pro quarto e ele tava dormindo, dei um beijo na testa dele e abri o guarda roupa, no estoque dele, onde tinha muita heroína

Eu quebrei as seringas todas e joguei os bagulho fora, vontade de socar a cara do indivíduo mas só fiz cobrir ele e desligar a TV

Depois que terminei de dar uma arrumada básica me sentei na cama perto dele, tava sentindo uma dor de cabeça enorme
Ouvi um barulho e Iolanda apareceu na porta do quarto

Iolanda: como ele tá? Trouxe seu remédio, deve tá sentindo dor

Sara: estou mesmo, valeu - peguei da maos dela - eu dei um banho dele, dei comida e coloquei pra dormir - suspirei - tinha muita heroína por aqui

Iolanda: o que você fez?

Sara: o que qualquer pessoa sensata faria, joguei fora - suspirei engolindo o remédio

Iolanda: vai passar a noite aqui? Já é meia noite

Sara: vou sim, pra garantir que ele não vai acordar e usar mais, avisa o Karlos que ele pode ir no baile que ele queria - ela riu

Iolanda: você é foda, vou indo então - balancei a cabeça

Eu tranquei todas as portas e subi pro quarto, fechei a janela e liguei o ar porque tava sentindo calor, deitei mais afastada dele e fiquei assistindo filme até pegar no sono

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