Boston

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 As luzes de casa já estavam acesas quando Marco me deixou na entrada não era tão tarde, meu celular estava sem bateria não tinha certeza da hora mas não devia passar das dez ou no máximo onze, geralmente as festas que dávamos nos Flynn terminavam de madrugada, mas depois do clima que Marco, Noah e eu causamos, Lee decidiu encerrar mais cedo, foi inevitável me sentir culpada por isso, era pra ter sido bem diferente. Assim que entrei notei que Brad estava largado no sofá jogando Vídeo game para variar, papai deve te-lo buscado.


- Hey pirralho, me desculpe por ter te deixado lá na festa precisei resolver algumas coisas. - Me desculpei sentando ao lado dele e bagunçando seus cabelos cacheados.


- Você saiu? Nem notei. - Ele estava concentrado no jogo. - Aquela garota é bem legal posso fazer companhia á ela mais vezes se quiser... Qual é mesmo o nome dela? - Brad perguntou pausando o jogo e olhando para mim.


- Ela se chama Becca e tem exatamente a sua idade, acho que precisaríamos de uma babá um pouco mais velha na próxima vez. - Eu zombei.


- Não preciso mais de babá. - Ele reclamou voltando á jogar.


- Você gostou da Becca não foi? - Palpitei sendo totalmente ignorada, mas pelas bochechas dele que ficaram rosadas eu sabia que tinha acertado, decidi parar de incomodar Brad.


- O que aconteceu na festa? Lee disse que tiveram de encerrar mais cedo. -  Fui até a cozinha onde meu pai preparava um sanduíche, ele estava tentando abrir o pote de picles.


- A maioria precisava acordar cedo amanhã, somos universitários agora, sabe como é... - Isso não era bem uma mentira, e não estava com a miníma vontade de conversar com meu pai sobre Noah.


- Sei... - Por sorte ele não quis insistir. - Você e aquele garoto, o Marco... Ele é seu namorado? - Eu também queria ter essa resposta.


- Somos amigos. - E mais uma vez, uma meia verdade.


- Se ele se tornar seu namorado um dia, eu aprovo, gosto dele. - Meu pai falou, e não pude deixar de notar que ele nunca havia falado assim sobre Noah.


- Não quero falar sobre isso. - Eu cortei da forma mais suave que pude.


- Tudo bem querida eu realmente não levo jeito para esse tipo de conversa, mas estou aqui se quiser conversar. - Eu o abracei, eu sabia o quanto ele se esforçava para dar o melhor de si desde que a mamãe se foi, acho que nem toda uma vida seria suficiente para agradecer o quão maravilhoso meu pai era comigo.


- Você faz um pra mim? - Apontei para o sanduíche e ele começou á replica-lo. Era muito bom ter meu pai por perto me sentir acolhida, por mais que amasse a independência que estar na faculdade me trazia eu ainda sentia falta de momentos como aquele.


             Assisti á alguns episódios de "Os Simpsons" junto de minha família, não demorou muito para Brad pegar no sono, eu o levei para cama com dificuldade, era mais fácil quando ele era menor, fui ao meu quarto, estava evitando ficar sozinha, por que sabia que todo tipo de sentimentos ruins viriam quando eu estivesse sozinha, mas não poderia me esconder atrás de meu pai pelo resto da noite, desci as escadas me despedi de meu pai o desejando boa noite, eu já ia subir para o meu quarto novamente quando a campainha tocou.

A Barraca do Beijo - IndependênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora