Domynike Grimes é a filha mais velha de Rick e Lori Grimes, que aos seus dezessete anos deixou a casa dos pais para seguir sua paixão pela arte, fazendo sua tão sonhada faculdade. Mas um acidente terrível aconteceu, seu pai entra em coma após levar...
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Point of view: Domynike Grimes
— É isso pessoal, a data de entrega do trabalho e na próxima semana. - Meu professor se despede juntando suas coisas.
Arrumo minhas coisas dentro da mochila e saio da sala me despedindo de alguns colegas que saem junto comigo, pego meu Walkman que estava dentro da mochila e o coloco no cós da calça, botando os fones de ouvido logo em seguida. As ruas de Atlanta tem seu movimento normal quando paro fora da faculdade, me ponho a caminhar em direção a meu apartamento enquanto cantarolo Come And Get Your Love.
Aceno em direção ao Sr.Roberto que é o porteiro do prédio e entro, subo as escadas de dois em dois degraus mas vou parando por causa da pequena performance que faço a cada refrão da música. Chego no 3° andar e vou em direção a minha porta, coloco os fones de ouvido no pescoço enquanto pesco a chave no bolso da minha jaqueta, destranco a porta e sou atropelada por um vulto marrom que pula em cima de mim.
— Ei, Luke. Vai com calma garoto. - Rio tentando desviar das várias lambidas.
Levanto do chão assim que o mesmo se acalma, tranco a porta e vou em direção ao quarto com Luke atrás de mim. Largo minhas coisas em cima da cama e vejo o Husk se deitando na mesma.
— Vou tomar um banho, nada de bagunça, ouviu mocinho? - falo com ele que me encara atentamente.
Recebo um latido como resposta, balanço a cabeça indo em direção ao banheiro.
Deixo a água quente cair em minhas costas e os músculos se relaxam imediatamente, solto um suspiro cansado encostando a cabeça no azulejo, estamos em semana de prova na faculdade e tenho gastado tanto tempo estudando que quase não faço nada pra me divertir, a única coisa que tenho tempo para conseguir relaxar é desenhar.
No meu caderno de desenho tem as coisas que eu gosto ou que acho bonitas, mas a maioria dos meus desenhos são de lembranças com minha família e do Luke. Falando em família, tenho que ligar pra Sra.Grimes antes que a mesma venha até Atlanta puxar meus cabelos porque não lhe dou notícias.
Sinto muito a falta deles, Carl e eu sempre fomos muito próximos. Quando me mudei pra cá sofremos muito por causa da distância, mas logo demos um jeito de sincronizar minha rotina com a deles, e desde então ligo toda semana pra falar com meu irmãozinho. Meu pai é outro que sempre me liga a noite pra saber como foi meu dia e se está tudo bem por aqui, sinto falta de quando ele me levava pra escola e de quando sempre tomávamos sorvete escondidos antes do jantar.
Saio das minhas lembranças quando escuto meu telefone tocando no quarto, praguejo desligando o chuveiro, puxei a toalha e me seco rapidamente, abro a porta e quase me estatelei no chão quando tropeço nos meus pés. Pego meu telefone no bolso da jaqueta e vejo no visor o nome da minha mãe. Merda, lá vem bronca.
— Oi, mãe. - Atendo o telefone e afastei minha cabeça desviando de Luke.
— Filha, querida…
Franzo o cenho ao escutar sua voz chorosa. Certo, tem alguma coisa errada.
- Aconteceu alguma coisa? - Me sento na cama e afego a cabeça de Luke.
- Aconteceu, é sobre o seu pai.
(...)
Estacionei o carro de qualquer jeito e saio. Assim que botei meus pés no gramado a porta da casa é aberta e Carl vem correndo na minha direção, me abaixei pra ficar na mesma altura que ele e o abraço apertado sentindo que o mesmo chora em meu ombro.
— Ei, tá tudo bem. Eu tô aqui agora. - Falo acariciando seus cabelos.
— Ele vai morrer? - Pergunta escondendo a cabeça na curva do meu pescoço, sinto meu coração afundar com seu estado.
— Não, claro que não. - Murmuro sei saber o que dizer, enquanto levanto com ele em meu colo.
Vejo minha mãe saindo de dentro da casa, vindo em nossa direção e me abraça meio torto por causa de Carl ainda estar agarrado em mim, ela beija minha cabeça com ternura.
— Graças a Deus, como foi a viagem? - Pergunta afastando minha franja da frente dos meus olhos.
— Tranquila. - Respondo e coloco Carl no chão. — Agora, podem me explicar o que aconteceu direito?
— Eu explico, enquanto estivermos no carro. - Ouço a voz de Shane, me viro vendo o mesmo se aproximando de nós.
Abraço Shane e volto para perto de Carl que passa seus braços por minha cintura, entramos no carro e eles me contam como tudo ocorreu.
(...)
Empurro a porta lentamente, escutando um pequeno rangido e revelando o corpo do meu pai ligado a aparelhos. Puxo Carl para dentro do quarto enquanto minha mãe e Shane ficam do lado de fora falando com o médico. Ele não precisa escutar aquilo.
Vou para o lado esquerdo e Carl fica do lado direito, agarro a mão do meu pai e levo aos lábios deixando um beijo casto, passo minha mão por seu cabelo fazendo um pequeno carinho e reprimo minha vontade de chorar. Pelo canto de olho vejo Carl me encarando.
— O que foi? - Pergunto pra ele que desvia o olhar para nosso pai.
— Será que ele vai melhorar rápido? - Me pergunta, sua voz mostrando sua tristeza.
Suspiro e olho pro rosto pálido do nosso pai, volto meu olhar para meu irmãozinho que espera por uma resposta.
— Eu não sei, mas eu sei que ele vai melhorar. Ele sempre melhora, não é? - Sorrio pra ele que retribui e volta a olhar pro nosso pai.
Ficamos um tempinho em silêncio, perdida em meus próprios pensamentos enquanto Carl conversa com nosso pai, uma enfermeira aparece na porta me tirando do transe.
— O tempo de vocês acabou. - Avisa e nem olha para nós, verificando-se de algo em sua prancheta.
— Ok, só vamos nos despedir. - Falo e vejo a mesma balançar a cabeça, saindo rapidamente em seguida.
— Tchau, pai. Já estou com saudades, te amo. - Carl fala dando um beijo na bochecha dele.
— Eu te amo, pai. - sussurro e deixo um beijo em sua testa.
Pego na mão de Carl e saímos do quarto, minha mãe entra logo em seguida. Vamos até a lanchonete na companhia de Shane e pedimos algo pra comer enquanto esperamos pra ir embora.
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