Penélope sempre se imaginou andando pelas calçadas de Nova Iorque, com um sobretudo poderoso, um café em mãos, talvez, estivesse segurando uma pasta ou folhas soltas, ela estaria atrasada, por charme, pararia para admirar as grandes construções e a quantidade de pessoas a sua volta, cada uma delas com seu objetivo do dia, tão distantes mas tão próximas ao mesmo tempo .
Isso era possível?
Ela havia concluído quase tudo com êxito.
- Então foi bom?- A psicóloga encarou Penélope, a retirando dos devaneios, a morena dos olhos verdes estava assim desde o começo da consulta.
- Foi...- Tentou esconder o sorriso bobo que surgiu em seus lábios olhando para baixo mas foi uma tentativa falha.
- Fico feliz que o passado tenha sido resolvido- Sorriu ao notar a melhora.
- Não se foi tudo resolvido mas eu estou tentando resolver- Levantou o olhar e voltou a ficar confortável no sofá.
- E as lembranças?- Anotou algo rapidamente em seu bloco de notas.
- Acabaram- Talvez nem tinha mais o que lembrar.
- Você parece estar ótima...- Cruzou as pernas e voltou a encará-la.
- Acho que eu estou...- Se não estava, ao mínimo, estava chegando lá.
Quando saiu do consultório, ainda baqueada pela série de fatos, resolveu ir andando até a sua casa, queria respirar um pouco de ar fresco, encarou a grande Nova Iorque enquanto percorria pelos quarteirões, aquela cidade era mágica, ao mesmo tempo que podia ser um sonho poderia ser um pesadelo, Park nem sabia que isso era possível.
Lembrou-se de seu pai instantaneamente, ele queria que ela fosse para lá porque não queria que ela sonhasse pequeno, porque queria que ela tivesse o que ele não teve, entender isso foi libertador para o relacionamento conturbado de pai e filha que eles dividiram pelos longos anos de vida. Respirou fundo, o ar ainda era poluído, olhou em volta, os mesmos táxis amarelos e os mesmos cartazes chamativos que doíam os olhos de tanto que poluíam a visão.
Naquela altura do campeonato considerava que aquelas imperfeições faziam de Nova Iorque, a Nova Iorque tão conhecida por todos, talvez sem todos aqueles aparatos ela seria apenas mais uma cidade, apenas mais uma cidade, era quase impossível de imaginar isso, mas talvez fosse.
Estava pensativa naquela manhã, na verdade, estava pensativa desde o casamento, já faziam alguns meses, mas, mesmo assim, o sentimento que carregava em seu peito não parecia ir embora, ele estava lá para ficar, ignorou as besteiras que pensou e continuou rumando, agora, já não estava tão longe de casa.
Havia falado com Mia apenas algumas vezes no curto período, uma para se desculpar e deixar tudo claro, Mia não reagiu bem, a segunda a mulher foi na casa de Park buscar seus pertences que estavam em excesso por lá, e a última foi quando ela implorou por ser segunda opção, naquele momento Penélope teve certeza de que havia errado(muito).
Explicou para Mia que ela encontraria alguém bom o suficiente, que ela não podia se resumir aos amores falsos que encontrava por ai porque ela não era medíocre e não deveria se contentar com amores rasos, ela não gostou dessa parte, enquanto ela gritava e apontava Park ficou quieta apenas assistindo, porque ela facilmente se imaginava no mesmo lugar.
Então, depois de deletada de todas as redes sociais e impedida de vê-la, a morena dos olhos verdes ficou sabendo que ela finalmente começou a faculdade de cosmética que queria, que estava saindo mais e se divertindo mais, tudo não havia se resolvido completamente mas ficou feliz que ao menos que agora era passado.
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Conhecidas, apenas - Posie -
FanfictionAnos se passaram mas como todos sabemos o passado é um pouco difícil de ser esquecido, ainda mais quando uma carta misteriosa com um "M" chamativo chega na casa de Penélope Park. Com sua vida atarefada e complicada, a morena dos olhos verdes passa p...