Meant To Be 𖥻 changlix

[🌼] PRÓLOGO: akai Ito.

280920 — 131120

Changbin sempre acreditou em destino. Seus amigos, inclusive, contribuíam para sua crença sempre que comentavam sobre como conheceram seus parceiros ou coisa do tipo; era como se, realmente, tivessem sido feitos para se encontrarem. Quando viu Hyunjin com seus namorados pela primeira vez, teve certeza que as tão faladas almas gêmeas existiam. Hyunjin, Seungmin e Jeongin eram ligados pelo fio vermelho do destino, e Seo, apesar de nunca ter tido a oportunidade de ver seu fio se tornar visível, era grato por enxergá-lo em outras pessoas.

Até que ele apareceu.

Lee Felix, a florzinha, como Hyunjin o apelidou, era um dos atendentes do café de gatinhos mais frequentado da Rua 4. Sempre cheio de curativos coloridos pelo corpo, geralmente pelos braços branquinhos, mas, também, presentes em seu rostinho delicado, o menino fazia o Seo desnorteado, sem saber como agir, apenas ao olha-lo nos olhos.

A primeira vez que Changbin foi à Sunflower's, sentiu o coração se atrapalhar, assim como sua voz embolar ao precisar fazer seu pedido, e, assim, soube que algo havia acontecido. Quando caminhava de volta para casa, pensando seriamente em adotar um gatinho - as idas ao café que Felix trabalhava estavam lhe influenciando - sentiu algo puxar sua mão. Oh, quando viu uma cordinha amarrada em seu mindinho, ficou estático. Havia, finalmente, sido ligado à sua alma gêmea, e as chances de ser o loirinho que lhe deixava bobinho eram altas.

– Hyunjin! – quase gritou ao telefone, ainda na rua – O fio!

– O que? Que fio?

– O do destino! – o amigo ficou em silêncio e Changbin continuou – Está amarrado no meu dedo, eu encontrei minhas alma gêmea!

– Meu Deus! E quem é? – do outro lado da linha, o ouviu chamando Jeongin – Amor, o Changbin encontrou a alma gêmea dele!

– Oi Innie! – sorriu – E, bom... Eu não sei quem é, só percebi no caminho pra casa. Estava na Sunflower's.

– E se for a florzinha? – "bebê, não fala isso, ele vai passar mal", é, Hyunjin não era a melhor pessoa sendo discreto – Hm, Binnie, por que você não volta lá pra ver se encontra com a outra ponta do seu fio? – "pergunta se dá pra seguir o fio" – Você escutou né? Hyunjin não sabe sussurrar.

– Acho que existe a possibilidade, pra falar a verdade. Mas deve ser muito difícil? Eu não faço ideia onde esse fio pode dar. – sorriu pequeno – Vou fazer o que disse, Innie, mais tarde ligo pra vocês de novo. Manda um beijo pro Seung!

Ok. Talvez agora fosse o momento que mais esperou durante toda a sua vida para acontecer. Por Deus, estava tão ansioso!

O caminho de volta para o café nunca pareceu tão longo, o que só piorou quando não percebeu alguém na sua direção e acabou por tropeçar, levando a pessoa ao chão consigo. Poderia ter ficado mais frustrado se não estivesse ocupado sentindo todas as borboletas do mundo em seu estômago. Era Felix. Agora desamassando o avental que servia como uma farda de onde trabalhava.

– Perdão! Não te vi no caminho. – o segurou pelos ombros num ato nervoso, logo o largando ao sentir o corpinho estremecer.

– Você... – apontava para a mão de Changbin, que o olhava confuso. – Seu fio, ele-

Seo mirou onde Felix apontava no mesmo momento, sentindo o coração parar por alguns segundos, sem conseguir contar quantas vezes já aconteceu no dia. Seu fio terminava no mindinho de Lee Felix. Sua alma gêmea era a florzinha.

– Meu Deus! É a florzinha! – o garoto tombou a cabeça para o lado, numa pergunta muda do que aquilo significava – Quer, dizer, você também enxerga o fio vermelho do destino?

– Desde criança.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, analisando um ao outro e sentindo os corpos eletrizados, até que Changbin notou que era a primeira vez que sentia o cheiro de Felix. Na Sunflower's existiam outros funcionários, então os cheiros sempre estavam misturados, mas Lee cheirava a... Baunilha?

– Você é ômega? - falou no impulso, rindo nervoso depois – Desculpa ser tão direto, mas é que eu sempre tive a dúvida. Nunca consegui sentir seu cheiro de verdade.

– A-ah, eu sou alfa, Bin. – Bin. Foi o suficiente para que o cérebro de Changbin travasse e ele virasse uma estátua na frente do menino, que sentia o rosto quente, segurando as mãos diante das pernas gordinhas. – Você não é mais um daqueles alfas que acham que só ômegas podem ser delicados, né? Porque... eu escondo meu cheiro por isso.

Oh, Deus, por quê?

– Não! Meu Deus, Felix, não! Você é... Perfeito, exatamente assim.

Talvez não tivessem noção de como reagiriam ao sentir pela primeira vez o que o mais singelo contato com sua alma gêmea poderia causar, mas estavam maravilhados. O peito quentinho sinalizava uma sensação de estar em casa, uma das mais confortáveis que já puderam vivenciar, e no primeiro toque, era como se conhecessem há anos, quem sabe, de outras vidas.