4 DIAS ATRÁS
Freio o carro bruscamente, assim que percebi de relance o sinal fechar. Observo o pedestre passar tranquilamente, se eles pelo menos soubessem o perigo que os rodeiam, ficariam em casa e não sairiam de lá.
Quando finalmente a luz verde brilha, acelero o carro. Tenho que admitir que estou mais curioso do que deveria estar, mas não é todo dia que seu chefe te liga pedindo que você volte urgente para, no meu caso, a delegacia. Algo aconteceu, na verdade, algo anda acontecendo desde então, fui transferido para cá por esse exato motivo, do nada a cidade virou um completo caos no quesito desaparecimentos, um caos que a maioria não sabe, mas que está me infernizando desde então, porque até agora não consegui solucionar nenhum caso.
Estaciono bem em frente a delegacia, o lugar está praticamente vazio, provavelmente pelo fato de os policiais do terceiro turno estarem fazendo patrulha ou algo do tipo, algo que eu não dou a mínima nesse momento. Foi só colocar um pé dentro do local que já fui recebido com o enorme sorriso de um policial que estava de saída.
- Boa noite, Detetive Bennett.
- Boa noite... - Leio seu nome no distintivo -... Policial Pratt.
- O que faz aqui, seu turno já não acabou, detetive?
- Também não sei, é exatamente por isso que estou aqui - Me despeço com um sorriso, não tenho tempo pra ficar de conversa fiada.
Caminho até a sala do chefe de todos aqui, Capitão Davis, um homem de meia idade que sinceramente acho que deveria se aposentar, mas enquanto isso não acontece, me contento em chamá- lo de chefe, até que outra pessoa tenha que me chamar da mesma forma. Dou leves batidas na porta.
- Entre - Ordena.
- Boa noite Capitão, posso saber o porquê de ter me convocado com tanta urgência logo depois de pisar os pés em casa?
- Deve estar ciente que a enteada do governador Bryant morreu na noite passada, não é mesmo?
- Sim, se eu não me engano foi um acidente de carro.
- Na verdade não foi um acidente - Ele se encostou em sua cadeira - Alguns dos resultados chegaram e pelo incrível que pareça, os freios do carro em que a jovem estava foram cortados.
- Você acha que fizeram isso para desestabilizar o governador? - Me sento em uma das poltronas da sala - Os jornais não falam de outra coisa, ele irá concorrer à presidência na próxima eleição, que se próxima.
- Isso eu não sei, ele não me parecia muito abalado no enterro, mas como só seguimos ordens, você está aqui, porque ele pediu nosso melhor detetive, e eu resolvi te dar o caso. - Ele me entrega uma pasta.
- Muito obrigado, farei tudo que estiver ao meu alcance - Levanto e vou em direção a porta tentando ao máximo me conter, afinal, estar alegre em uma situação dessas não cairia bem.
Isso seria perfeito, a enteada de um político famoso em uma morte misteriosa, em um assassinato, isso, definitivamente, pode alavancar muito mais a minha carreira e talvez finalmente a sala que acabo de sair se torne a minha.
Minha sala ficava no final do corredor, o que me rendeu mais alguns cumprimentos de polícias que nunca vi. A sala não é tão grande quanto a do Capitão, óbvio, mas é o suficiente para a organização das minhas teorias, que não são poucas, mas ainda é preciso mais provas para uma teoria exata, tendo em vista que a pasta que recebi não tem quase nada.
Fico horas tentando interligar os casos que já estavam em minha mesa com esse, mas uma coisa que sempre soube é que não estamos lidando com um assassino em série, não existe um padrão, não existe um tipo ou algo que ligue toda essa merda. Obviamente não chego a lugar nenhum.
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The Past Never Says Goodbye (Em Revisão)
Mystery / Thriller"As pessoas não são quem elas aparentam ser", talvez você já tenha lido ou escutado isso em algum lugar, assim como "segredos unem pessoas" ou até mesmo "situações extremas, requerem medidas extremas". O engraçado dessas frases é que elas se aplicam...