8 "Ela morreu"

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4 DIAS ATRÁS

Freio o carro bruscamente, assim que percebi de relance o sinal fechar. Observo o pedestre passar tranquilamente, se eles pelo menos soubessem o perigo que os rodeiam, ficariam em casa e não sairiam de lá.

Quando finalmente a luz verde brilha, acelero o carro. Tenho que admitir que estou mais curioso do que deveria estar, mas não é todo dia que seu chefe te liga pedindo que você volte urgente para, no meu caso, a delegacia. Algo aconteceu, na verdade, algo anda acontecendo desde então, fui transferido para cá por esse exato motivo, do nada a cidade virou um completo caos no quesito desaparecimentos, um caos que a maioria não sabe, mas que está me infernizando desde então, porque até agora não consegui solucionar nenhum caso.

Estaciono bem em frente a delegacia, o lugar está praticamente vazio, provavelmente pelo fato de os policiais do terceiro turno estarem fazendo patrulha ou algo do tipo, algo que eu não dou a mínima nesse momento. Foi só colocar um pé dentro do local que já fui recebido com o enorme sorriso de um policial que estava de saída.

- Boa noite, Detetive Bennett.

- Boa noite... - Leio seu nome no distintivo -... Policial Pratt.

- O que faz aqui, seu turno já não acabou, detetive?

- Também não sei, é exatamente por isso que estou aqui - Me despeço com um sorriso, não tenho tempo pra ficar de conversa fiada.

Caminho até a sala do chefe de todos aqui, Capitão Davis, um homem de meia idade que sinceramente acho que deveria se aposentar, mas enquanto isso não acontece, me contento em chamá- lo de chefe, até que outra pessoa tenha que me chamar da mesma forma. Dou leves batidas na porta.

- Entre - Ordena.

- Boa noite Capitão, posso saber o porquê de ter me convocado com tanta urgência logo depois de pisar os pés em casa?

- Deve estar ciente que a enteada do governador Bryant morreu na noite passada, não é mesmo?

- Sim, se eu não me engano foi um acidente de carro.

- Na verdade não foi um acidente - Ele se encostou em sua cadeira - Alguns dos resultados chegaram e pelo incrível que pareça, os freios do carro em que a jovem estava foram cortados.

- Você acha que fizeram isso para desestabilizar o governador? - Me sento em uma das poltronas da sala - Os jornais não falam de outra coisa, ele irá concorrer à presidência na próxima eleição, que se próxima.

- Isso eu não sei, ele não me parecia muito abalado no enterro, mas como só seguimos ordens, você está aqui, porque ele pediu nosso melhor detetive, e eu resolvi te dar o caso. - Ele me entrega uma pasta.

- Muito obrigado, farei tudo que estiver ao meu alcance - Levanto e vou em direção a porta tentando ao máximo me conter, afinal, estar alegre em uma situação dessas não cairia bem.

Isso seria perfeito, a enteada de um político famoso em uma morte misteriosa, em um assassinato, isso, definitivamente, pode alavancar muito mais a minha carreira e talvez finalmente a sala que acabo de sair se torne a minha.

Minha sala ficava no final do corredor, o que me rendeu mais alguns cumprimentos de polícias que nunca vi. A sala não é tão grande quanto a do Capitão, óbvio, mas é o suficiente para a organização das minhas teorias, que não são poucas, mas ainda é preciso mais provas para uma teoria exata, tendo em vista que a pasta que recebi não tem quase nada.

Fico horas tentando interligar os casos que já estavam em minha mesa com esse, mas uma coisa que sempre soube é que não estamos lidando com um assassino em série, não existe um padrão, não existe um tipo ou algo que ligue toda essa merda. Obviamente não chego a lugar nenhum.

The Past Never Says Goodbye (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora