"As pessoas não são quem elas aparentam ser", talvez você já tenha lido ou escutado isso em algum lugar, assim como "segredos unem pessoas" ou até mesmo "situações extremas, requerem medidas extremas". O engraçado dessas frases é que elas se aplicam...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Assim que Camilly respondeu, ainda pensativa e presa na emoção que a rodiava, aquele sentimento de conforto e esperança que nos faz pensar que ainda existe uma chance das coisas melhorarem, Hugo começou a procurar algo em seus bolsos desesperadamente, porque ao contrario de sua amiga, neste momento ele não tinha tempo para emoções ou sentimentos, não agora que nada fazia sentido, não agora que não ter o controle da situação o deixava estressado e sem sono.
- Olha isso ‐ Ele fala entregando o que tirou do bolso.
A garota sai do seu mundinho meio atrapalhada, mas pega a carta da mão dele e lê, enquanto os garotos folheavam os livros em busca de alguma explicação racional e rápida, só que nada seria rápido, não de cara, até porque Alice sabia que seria seus amigos contra um bando de pessoas inteligentes e ágeis para detectar qualquer pista ou informação escondida, por esse motivo a desaparecida escolheu usar coisas que apenas seus amigos entenderiam. Camilly começou em voz alta:
Querido,
Espero que esteja bem, são uma e sete da manhã e adivinha... sim, mais uma noite de insônia me aguarda, mas estou exausta, nunca mais fico cinco horas e um minuto fazendo meus trabalhos escolares. É bem provável que eu não esteja aí para terminarmos aquela série que amamos assistir, mas não tem problema algum se você quiser continuar contanto que não me dê spoilers, porque você sabe que os odeio.
Bom, acho que o sono bateu então vou terminar essa carta aqui, porque não posso perder a oportunidade de ter mais de duas horas de sono. Se cuidem cuide
Ah mas antes que eu me esqueça
- Isso não faz nenhum sentindo. - ela diz confusa o olhando ao terminar de ler a carta. - Porque ela falaria sobre isso em uma carta e não em uma mensagem de texto?
- Só agora percebeu que isso é confuso? Porque eu percebi isso desde que tive que contar aquela história ridícula de como conheci ela pra um policial - Hugo retruca, em tom de deboche, com um dos livros em mãos.
- Ah vai a merda, Hugo - Camilly falou já alterada.
Como sempre, os dois brigavam por qualquer motivo, qualquer coisinha sequer, suas brigas na maioria das vezes eram estupidamente estúpidas e sem sentido, quase tão sem sentido quanto o que eles estão tendo que passar agora. É complicado quando um cara de 21 anos, às vezes, começa a agir como um adolescente de 14.
- Vamos parar com isso? - O cacheado ordena já sem ter um pingo de paciência para a discussão desnecessária dos dois à sua frente - Vocês parecem duas crianças assim! Isso é sério, e precisa ser levado a sério.
Os pensamentos do jovem foram então quebrados pelos celulares de Camilly e Hugo, que começaram a tocar simultaneamente, quase como se fosse combinado. E realmente foi, pois do outro lado da linha estavam as irmãs Franco, deixando os três de queixos caídos, porque isso...isso era estranho, já que há anos eles nem sequer trocaram mensagens, eles nem sequer sabiam se ainda tinham os números uns dos outros.
