"As pessoas não são quem elas aparentam ser", talvez você já tenha lido ou escutado isso em algum lugar, assim como "segredos unem pessoas" ou até mesmo "situações extremas, requerem medidas extremas". O engraçado dessas frases é que elas se aplicam...
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Já haviam se passado pelo menos dez minutos desde que Noah e Camilly se sentaram na sala de espera da delegacia, um deja vu assustava a garota a cada segundo, mas ela sabia que não podia deixar isso transparecer, não quando o garoto ao seu lado contava com a estabilidade dela para também ficar estável.
— Achei que ele estava com pressa em solucionar o caso... - Noah começa a reclamar mas é interrompido.
— Pode ter certeza que estou Senhor Caffrey – Brendan aparece no campo de visão dos dois sentados.
— Estou curioso, o que faz aqui Senhorita Campbell? - O detetive pergunta agora olhando para Camilly e ela, por um segundo, sentiu medo.
— Estava com Noah quando ligaram pedindo que ele viesse - A garota mantém a expressão neutra apesar do coração estar quase saindo pela boca.
— Então suponho que você e o senhor Caffrey se conhecem? Porque não falou dele no seu depoimento? - Bennet a pergunta em um misto de curiosidade e confusão.
— Não que eu seja obrigada a te responder, até porque não estamos em um interrogatório - A mais velha fala em um tom desafiador, algo que vem presenciando seus amigos fazer durante anos - Mas conheci ele hoje.
— Eu fui a procura dela, detetive - Noah fala para Camily poder respirar, ele nota seu nervosismo. A mais velha possuía um tique que Alice fez questão de contar para ele, Camilly coçava seu braço sem parar - Alice me falou que elas eram amigas, então quis a conhecer - Ele força um sorriso fitando Brendan.
O detetive encarou a garota sem desviar o olhar por um segundo sequer, ele sabia que havia muito mais coisas naquela história mal contada e algo bem errado também. Ele já havia notado que Camilly não gostava de olhar nos olhos das pessoas, então por quê estava fazendo isso agora? Estava tentando de alguma forma passar o ar de sinceridade ou apenas deixá-lo com medo e com isso fazer com que ele esquecesse a mentira horrorosamente contada por ela? Ele não teria essas respostas agora, então desviou seu olhar para Noah.
— Me acompanhe, senhor Caffrey - Brendan pediu com a maior tranquilidade e seguiu para sala de interrogatório acompanhado pelo garoto que recebeu um silencioso "boa sorte" da garota que ficou para trás.
— Serei sincero com você - O detetive se aconchega em sua cadeira - Não acreditei nessa história, então pode começar a contar a verdade, desde quando você conhece a senhorita Campbell?
— Desde hoje cedo, por quê mentiria para uma autoridade como você? - Noah tentou não transparecer seu deboche e conseguiu demonstrar confiança.
— Tudo bem... - Brendan anota isso em sua pasta - Recebi hoje de manhã a informação de que você é próximo de Alice Martin, essa informação está correta?
— Sim, sou namorado dela - O garoto responde rapidamente, Mikael havia feito a mesma pergunta no caminho a delegacia.
— Sabe o que eu não consigo entender, Caffrey? - Isso não era uma pergunta retórica - Se você namorava Alice, por quê os pais dela não falaram sobre você? É recente? - A cabeça do detetive borbulha com as informações deixadas em sua mesa misteriosamente pela manhã, no momento ele só queria encaixar as peças. Ele não dormia a dois dias, pois sabia que se quisesse resolver o caso da enteada do governador, precisava resolver esse antes e isso estava o deixando maluco e fora de si.
