Capítulo seis - Nomes

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– Ah. – ela disse constrangida.

– E então... Como você se chama? – perguntei

– Clarissa Fairchild – eu conhecia esse sobrenome e aquilo não representava coisa boa não. – E você como se chama?

– Jhonatan Christopher e, por favor... Chame-me de Jace. – eu disse tentando desviar meus pensamentos para não parecer tão obvio e dei uma risadinha disfarçada.

– Engraçadinho... É só Jace mesmo? Não tem sobrenome?
– Só Jace. – eu respondi frio, não demonstrando reação alguma, afinal se eu dissesse o meu sobrenome talvez ela pudesse me reconhecer e tudo pelo o que eu venho lutando nos últimos dois anos iria por água abaixo.
– Estranho... – ela pareceu pensativa.
– O que é estranho? – perguntei.

– Tenho a impressão de já ter te visto em algum lugar antes.
– É impressão mesmo, sempre vivi aqui. – eu disse me levantando e pegando minha calça de moletom para me vestir quando voltei a olhar para ela dei uma risadinha, aquilo era definitivamente fofo!
– Por favor... Onde estão minhas roupas? – ela perguntou delicadamente e apontei para o pequeno varal improvisado em frente a lareira, onde eu havia colocado suas roupas durante a noite, ela foi em direção as suas roupas e verificando se elas estavam secas, eu não conseguia desgrudar os olhos dela. – Você pode se virar, sabe... Para eu poder me vestir, por favor? – suspirei forte me virando de costas para ela, afinal se eu a visse nua de novo a situação iria atingir um alto nível de constrangimento, se é que você me entende.

– E então Clary, o que você fazia sozinha no meio da floresta com esse tempo? –perguntei assim que percebi que ela estava vestida.

– Estou fugindo de casa. – ela disse normalmente.

– Fugindo? –perguntei confuso.

– É, meus pais querem que eu me case sem amor... E então resolvi fugir. – isso é bem provável, pelo o que eu ouvi falar dos Fairchild, eles eram o tipo de pessoas que gostavam muito de dinheiro e luxo e obrigar a filha a casar com alguém que não ama, parece bem à cara deles.
– E quantos anos você tem? – perguntei.
– 18 e você? – ela respondeu me mandando a mesma pergunta de volta.
– 29. – disse indo para o fogão preparar o café da manhã. – E o que você pretende fazer agora? Onde você vai ficar? – perguntei.
– Eu não sei... Eu pretendia ir para La Pushi, mas acho que desviei um pouco da rota não é? – disse ela rindo um pouco.
– Desviou um pouco? Você esta quase na fronteira com o Canadá! – eu disse incrédulo e ela arregalou os olhos.

– Como eu aguentei andar tanto? – ela perguntou.

– Sei lá... Mas então onde você pretende ir agora?

– Não sei. – ela disse parecendo meio desorientada.

– Bom te garanto que não tem como você sair por aí. Teve uma nevasca noite passada e você simplesmente vai acabar morrendo com essa neve toda por aí. – eu disse normalmente.
– Meu Deus! – ela disse espantada.
– Então onde você vai ficar? – perguntei encarando-a.
– Aqui? – sério eu tive que rir... Eu ficaria louco com ela aqui, o episódio dessa manhã se tornaria muito comum se ela continuasse aqui.
– Não sei se você percebeu que eu vivo sozinho aqui... E eu gosto da solidão. – eu disse.

– Pra onde você espera que eu vá? – ela perguntou com medo.

A cabana - ClaceOnde histórias criam vida. Descubra agora