Capítulo três - Uma pessoa

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Aquilo era surreal de mais para mim! Parecia que estava acontecendo de verdade. Minha língua se envolvia magicamente com a língua do homem misterioso e então suas mãos foram parar no meio das minhas pernas e gemi alto, tão alto que eu me assustei.
Espera ai... Espera aí... Eu não estava sonhando... OMG! Eu estava sendo molestada!
– Ahhhhh... – eu gritei quando consegui desgrudar minha boca daquele homem. Eu o empurrei e ele soltou um muxoxo. Corri em direção à porta desesperada para sair logo dali. Droga estava trancada!
– Quem é você? – perguntei. – Não me mate, sou nova demais e...
– Eu não vou te matar! – disse o homem misterioso. Então eu arrisquei olhar para ele. Ofeguei com o que vi. Ele era lindo. Lindo não, ele era perfeito.
– Não vai me matar? – perguntei e ele negou. E só então eu reparei em algo. Ele estava completamente nu. E “aquilo” dele estava... Er... Animado por assim dizer.
Então eu reparei em outra coisa... Eu também estava nua!
– Ahhhhh... – gritei desesperada para me cobrir.

POV Clarissa

Olhei espantada. Como eu fui ficar pelada? Tentando tampar o máximo possível do meu corpo com as mãos, corri até a cama em que “ele” ainda se encontrava deitado e puxei uma das cobertas para cobrir meu corpo.
– Seu tarado, você abusou de mim! – eu disse.
– Não abusei nada, você que começou a se esfregar em mim! –disse ele me olhando irritado e corei com o que ele disse... Afinal era verdade!
– Eu pensei que estivesse sonhando. – eu disse bem baixinho, mas pelo visto ele ouviu por que soltou uma risadinha e eu corei mais ainda. E para tentar fugir dessa conversa constrangedora mudei de assunto com a delicadeza de um mamute. – Como eu vim parar aqui? – perguntei.

– Eu te encontrei caída na floresta, eu ouvi passos e sai para ver quem ou o que era, e então te vi lá caída. – ele disse. – E te trouxe para cá para não ser comida por lobos ou morrer de hipotermia. – ele disse me olhando.
– Tá. Por que estou pelada? – perguntei.
– Eu te enchi de cobertas e bolsas de água quente e você não esquentava de jeito algum. – disse ele.
– Ah e você resolveu me esquentar abusando do meu corpo? – perguntei ultrajada.

– Eu não abusei do seu corpo! – disse ele. – Já ouviu falar em “Regras básicas de sobrevivência”? – ele disse me olhando ironicamente, como se aquilo explicasse muita coisa e vendo que eu não havia entendido bulhufas do que ele disse, suspirou e explicou. – A forma mais rápida de se esquentar uma pessoa que está congelando de frio é tirar a roupa. Calor humano, entende? Esquenta! – ele me olhava e falava como se estivesse falando com uma criancinha de cinco anos de idade.

– Ah. – eu disse constrangida e completei em pensamentos “E que calor humano!”, eu pensei olhando para o seu peitoral de fora das cobertas.
– E então... Como você se chama? –ele perguntou.
– Clarissa Fairchild – eu disse. – E você como se chama?
– Jhonatan Christopher e, por favor... Chame-me de Jace. – e dizendo isso deu uma risadinha como se contasse a melhor piada do mundo, aff!
– Engraçadinho... É só Jace mesmo? Não tem sobrenome? – perguntei.
– Só Jace. – disse ele fechando a cara e então seu rosto ficou completamente frio.
– Estranho... – eu disse pensativa.
– O que é estranho? – ele perguntou.

– Tenho a impressão de já ter te visto em algum lugar antes.

A cabana - ClaceOnde histórias criam vida. Descubra agora