Série Os Suvians - OS LIVROS SÃO INDEPENDENTES, não é preciso ler os outros para entender este.
Na pequena cidade de Bellfolt, muitos afirmam que Silas Dorian não tem coração.
Tudo na vida do moreno de olhos enigmáticos gira em torno de seu bar, se...
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Bato a ponta da caneta no papel continuamente.
Meus olhos estão fixados em um ponto da parede mofada do meu escritório.
Os burburinhos de clientes vindos do outro lado da porta, juntamente ao tilintar de copos e garrafas, fazem com que a dor de cabeça irritante se alastre ainda mais por mim. Então, passo a mão livre pelos cabelos e exalo com força quando cenas da noite passada voltam à minha mente contra a minha vontade.
Inacreditável.
O fato de que, mesmo seis anos depois, Jackie Carver ainda tenha me feito perder o sono ao deitar minha cabeça no travesseiro na noite passada me irrita. E me aflige. Odeio a forma como o vazio que há em meu peito parece ser preenchido com um misto de emoções assustadoras apenas com a menção do nome dela.
Quanto mais com a sua maldita presença.
Ainda preciso me esforçar para não perder o ar com a informação ao tentar processar que Jackie Carver está aqui nas redondezas.
Puta que pariu.
Meus olhos voltam para o cigarro queimando no cinzeiro, e eu rapidamente o pego para dar uma longa tragada.
— Sr. Dorian? — Meu nome mencionado pela mulher ao outro lado da linha me faz voltar à realidade rapidamente. — No mais, podemos prosseguir?
Pigarreio, sem saber como responder à sua pergunta. Sequer me lembro de como acabei em uma ligação com umas das distribuidoras de bebidas de Utah.
Desde que Jackie Carver apareceu na cidade, arrebentando a porra do meu Cadillac Deville 1968, passei a fazer as coisas no automático, porque minha mente anda ocupada demais revivendo o momento em que meus olhos finalmente encontraram os seus depois de seis malditos anos sem a ver.
— Posso te ligar depois, Agatha? — pergunto, ao perceber que realmente não há chances alguma de resolver qualquer merda do trabalho enquanto Jackie ainda estiver fresca na minha memória.
— Claro. — Ela parece surpresa, mas não hesita em concordar. — Sem problemas.
Desligo a ligação sem pensar duas vezes e inspiro fundo, voltando a encarar a parede mofada em silêncio. Então, esmago a ponta do cigarro no cinzeiro e me levanto em direção à porta que me leva ao bar.