DOIS

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Ei amores, vamos ao nosso capítulo da semana? 

Boa leitura.

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24 de abril de 1980...

    Querido diário,

     Ainda me lembro do dia seguinte em que conheci Noah. Era uma manhã quente de outubro o ano era 1977, e, mesmo sendo sábado, Tainara e eu tínhamos que ir trabalhar. Éramos enfermeiras no Pronto Socorro principal e para enfermeiras não há tempo ruim, fins de semana ou feriados, todo dia é dia de trabalhar...

Outubro de 1977...

─ Acorda, Pah! ─ ouço os gritos da Tai de longe.

─ Acordei! ─ respondo também aos berros.

    Meus olhos pesam. Não sei exatamente o motivo, mas tenho um sorriso no rosto. Acho que sonhei com o rinoceronte que me atropelou ontem.

─ Bom dia, dona Patrícia! ─ Tai comenta com musicalidade na voz.

─ Como você entrou? ─ Esfrego os olhos e ela me encara sorrindo.

─ Eu tenho a cópia da chave, você esqueceu? ─ Com a maior naturalidade do mundo ela balança a chave na minha frente.

─ Que eu dei para uma emergência, não pra você me acordar as... ─ olho meu relógio de cabeceira ─ seis horas da manhã? ─ resmungo e me jogo na cama.

─ É uma emergência. Eu chamei e você não respondeu, quase derrubei a porta. Achei que estava morta.

─ Queria estar... ─ reclamo virando de bruços e ela sorri.

─ Princesa você esqueceu que hoje somos você, Kelly e eu no PS? Noite das Panteras... Ou melhor, dia.

─ Droga! ─ Levanto correndo e jogando lençol para todo lado.

    Tai começa a rir enquanto entro no banheiro praticamente correndo, mas volto quando lembro de algo importante.

─ Falando nas Panteras, quarta tem episódio novo.

─ Anotado! ─ ela se joga na cama animada. Não perdemos um episódio, a série é viciante.

****

─ Eu não acredito que um deles veio falar com você e você ignorou. ─ Kelly comenta incrédula nos fazendo rir.

    Os homens maravilhas do vôlei viraram pauta da nossa conversa.

─ Eu tive que dizer o nome dela, caso contrário ela não ia dizer nada. ─ Tento ignorá-las e mando o próximo paciente entrar.

─ Qual deles foi? ─ Kelly se coloca ao meu lado parecendo curiosa.

─ Não lembro, Novais eu acho... ─ minto e ela me olha feio.

─ Noah? ─ ela corrige cautelosa.

─ Pode ser... ─ Dou de ombros e foco minhas atenções no paciente.

    Noto que ele tem um corte no braço e pelo jeito vai levar pontos... Peço a Tai que prepare anestesia e o paciente me olha de cenho franzido.

─ Algo errado? ─ pergunto, mesmo já sabendo do que se trata.

─ Isso não deveria ser feito por um médico? ─ ele questiona e respiro fundo.

─ Claro, mas só temos um médico de plantão e ele está preso na UTI, sou eu ou seu braço vai continuar sangrando. ─ tento não ser rude e ele assente.

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