CINCO

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Voltamos, sexta-feira será nosso dia oficial de postagens. Caso ocorra algum imprevisto tentarei postar no dia seguinte bem cedo.

Três deliciosos capítulos estão vindo,

Boa leitura.

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27 de abril de 1980   

Querido diário,

    A priori não iria contar as meninas sobre o nosso encontro. Eu não tinha grandes expectativas sobre onde iriamos, estava mais preocupada com o que viria depois. Só então, quando tudo acontecesse, elas saberiam e Noah seria um assunto encerrado, minha diversão, minha despedida de solteira.

    Como eu não vi que ele nunca foi uma diversão?

     Noah foi o primeiro homem que me fez desejar o sexo, o primeiro que eu quis para o sexo. Antes dele eu sempre via o ato como uma obrigação no relacionamento, a parte menos prazerosa e mais desgastante. Tinha dias que eu até queria, não dependia de mim, o lado humano falava mais alto, mas sabendo que seria com Carlos, e como seria, minha vontade passava, e quando ele queria ou era por obrigação ou eu inventava uma desculpa, geralmente dor de cabeça, e ficava feliz por ele não insistir. Ainda não acredito que era com ele que eu planejava me casar.

     Mas quem diria que uma boneca de Ipanema ia ser conquistada por um hippie?

Outubro de 1977...

     Olho no relógio e faltam vinte minutos para as sete e já tirei todas as minhas roupas do guarda roupa e ainda não consegui me decidir por nenhuma. Em um ato de desespero chamei a Tai e disse que não tinha roupas para sair com o rinoceronte. Ela passou vários minutos gritando antes de conseguir se focar no meu problema... Também tiramos as roupas dela do guarda roupas e nada parecia servir, como último recurso ligamos para Kelly, que também passou vários minutos gritando e trouxe todas as roupas que encontrou, porém as roupas dela não faziam o meu estilo.

─ Sem querer ofender, mas não vou me vestir como uma prostituta. ─ Foi a minha resposta a um vestido vermelho com decote até o umbigo.

─ Quem perde é você, esse decote facilita o acesso.

     Até tentei sorrir da brincadeira dela, mas estava nervosa demais com os minutos passando e a única coisa que eu tinha conseguido definir era minha calcinha e sutiã.

─ Pah, o cara é todo bicho-grilo, se você for enrolada em papel higiênico ele vai achar lindo. ─ Tai solta jogada em cima da minha cama enquanto continuo testando combinações.

─ Vamos até a praia e a gente arranca umas folhas das palmeiras, faz uma saia, um top e vai ficar perfeito. ─ Kelly brinca e as duas riem cima da minha cama.

─ Querem parar?! ─ as repreendo preocupada ─ Isso é sério, só tenho essa noite, então tenho que estar com uma roupa que diga que eu quero sexo, porém que não estou facilitando.

─ Mas você está facilitando...

─ Eu sei, vocês sabem, mas ele não precisa saber.

─ Quer o vestido decotado? ─ Kelly ergue novamente o vestido vermelho.

─ Não! Esse aí diz: vamos pular o jantar e ir direto para sobremesa. ─ comento visualizando a roupa perfeita. ─ Achei!

─ Aleluia! ─ as duas soltam juntas.

    Para fazer surpresa as duas, pego uma pequena pilha de roupas onde minha escolha se camufla e vou ao banheiro.

     Me contorço, prendo a respiração e consigo subir o vestido. Fazia anos que eu não o usava, ele é bem justo e para uns dois dedos abaixo do meio das coxas. Ajusto as alças grossas que passam por trás do pescoço deixando um maravilhoso decote em triângulo que nesse momento fez meus seios saltarem.

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