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Camila POV


Segundo a mitologia egípcia, o deus Rá, após passar a noite lutando contra a serpente Apófis (Apophis). Simbolicamente vencia a morte renascendo todas as manhãs, quando navegava pelos céus em uma barca solar.

O faraó, igualmente, após enfrentar a morte renasceria para navegar no Nilo celeste em companhia dos deuses. No funeral de cada faraó, barcas solares eram preparadas para tal intento. Qual não foi a surpresa dos arqueólogos ao encontrarem na década de 1950 uma das barcas solares de Quéops inteiramente intacta aos pés da grande pirâmide!

Após restaurada, a barca passou a ser exibida em um museu no local onde foi encontrada. Totalmente em madeira de cedro, tem impressionantes 43,6 metros. A proa desta impressionante barca se eleva a sete metros, com remos medindo oito metros.

Para entrar no museu da barca solar é necessário pagar um ingresso à parte, que valeu cada centavo.

Fiquei encantada com essa, entre outras tantas relíquias e tesouros arqueológicos expostos no museu. Saindo de lá fomos procurar um local para almoçar. Como o Shawn torcei o nariz para a comida típica, resolvemos procurar um McDonald's.

Uma curiosidade é que, em meio deste grande contraste do moderno e do arcaico que é o Cairo, podemos nos deparar com situações surreais como a tranquilidade do jovem pastor de cabras, que atravessa uma avenida placidamente conduzindo seu rebanho por entre os carros e a moçada que faz lanche no McDonald's, sendo servida por uma garota que usa lenço e roupas que cobrem o corpo totalmente por baixo do uniforme da cadeia americana de fast food.

Shawn e eu escolhemos um Big Mac cada com batatas fritas e Coca-Cola. Nada poderia ser mais americano do que aquilo. Depois que comemos resolvemos voltar para o hotel para tomarmos um banho, estávamos ambos suados pelo calor intenso que fazia e, esperar o sol baixar mais um pouco antes de sairmos novamente.

Quando o sol baixou um pouco decidimos sair para visitar A mesquita Fantasma al-Zahraa. Fundada no século X, a mesquita e universidade de El-Azhar foi batizada em homenagem à filha do profeta Maomé, Fantasma al-Zahraa, mas o nome pode também ser interpretado em árabe como "a iluminada" ou ainda "a mais brilhante".

A belíssima arquitetura de Al-Ahzar é decorrência de diversas influências arquitetônicas ao longo dos séculos, demonstrando todas as fases históricas do Egito, desde as dinastias Fatídicas, passando pelos sunitas, otomanos e mamelucos. Há cinco minaretes (fato único no mundo) e uma arquitetura de intrincados padrões em pedra e painéis decorativos em madeira. A área coberta pode também ser visitada quando não há orações.

Os visitantes são muito bem recebidos na mesquita, e os estudiosos do islamismo fornecem gratuitamente livros e CDs com ensinamentos religiosos em diversas línguas para que o turista possa conhecer um pouco mais da religião do profeta. As mulheres precisam vestir uma túnica para cobrir todo o corpo, que é fornecida no próprio local.

Era belo o conjunto de minaretes, arcadas e padrões em entalhes e relevos da mesquita. O seu interior era decorado com pintura na madeira e belos candelabros. O piso inteiro era forrado por tapetes ricamente trabalhados.

Quando terminamos a visita resolvemos voltar para o hotel e jantar por lá mesmo. Nosso fuso horário ainda estava desregulando e o passeio nos cansou um pouco. Por esse motivo, resolvemos jantar no Hotel mesmo.

No dia seguinte eu iria encontrar o meu ex-professor de arqueologia e decidi que já havia adiado muito o assunto. Estava na hora de falar com o Shawn. Convidei-o para tomar um refresco comigo na minha suíte o que ele aceitou prontamente.

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