Prólogo

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Respirou fundo pela milésima vez naquela manhã enquanto esperava uma autorização para entrar no hospital.

– Se acalme, essa é a maior oportunidade que você já teve, não estrague tudo.

O combinado era que começasse às 08:00. No momento, eram 08:13 e nenhum funcionário estava na porta à sua espera. Estava prestes a ligar para seu chefe em desespero e perguntar se aquele era o dia certo, ou se estava realmente confirmada a sua visita. Talvez o hospital nunca tivesse concordado com a entrevista e sua presença ali era inútil. Estava pronto para criar as mais variadas teorias que aumentariam consideravelmente sua ansiedade, quando o portão foi aberto e uma pessoa fardada e sorridente apareceu.

– Bom dia! Por acaso você é o estudante de jornalismo que veio entrevistar o novo diretor?

– S-Sim senhora!

– Seja bem-vindo! Gostaria de fazer uma visita pelo local antes de encontrá-lo?

– Sim, por favor. A descrição do local faz parte da minha reportagem.

– Então me siga.

A última coisa que o estudante esperava era alguém tão cheia de energia como a mulher que o guiava pelos arredores. Não demorou muito até perceber o quão idiota era seu pensamento, afinal, o hospital estava tentando se reerguer após os inúmeros escândalos envolvendo o antigo dono. Era um dos centros médicos mais importantes e reconhecidos de toda região, se quisessem voltar a ter todo reconhecimento de antes, o primeiro passo era demonstrar positividade. Nesse quesito, todos os funcionários que enxergou estavam de parabéns: dos responsáveis pela limpeza até os médicos que acompanhavam os poucos pacientes que sobraram, todos demonstravam alegria de poder continuar seu trabalho ali.

Se não tivesse passado os últimos dias estudando arduamente sobre o hospital, jamais diria que tinha sido palco de assassinatos tão violentos.

– Aqui é nosso memorial. Uma pequena homenagem ao nosso querido diretor e ao policial que cuidava do hospital no dia. Ambos foram vítimas de Kim Namjoon. Seokjin, no seu único relato à polícia, disse que Suho era um verdadeiro herói junto de Taehyung. Nossa equipe era realmente incrível.

Durante a época dos crimes, as fotos das vítimas apareciam quase diariamente nos jornais. Tinha salvado quase todas e algumas já causavam calafrios em si.

– Eles eram queridos no hospital? – O estudante, como um bom aspirante a jornalista que era, já tirava fotos e tinha seu caderno em mãos anotando todos os detalhes mais relevantes.

– Muito! Juro que não estou falando isso somente por ele ter sido condenado, mas Namjoon nunca teve o carisma para conquistar os funcionários. Ele não tentava se aproximar de nós. Talvez tivesse medo de expor seus segredos... – Era perturbador para uma parcela de funcionários saber que eram subordinados de alguém tão cruel. Suho era o que salvava o clima do local. – Bem, já está pronto para encontrar o diretor?

– Claro, vamos.

Seu coração voltou a bater descontroladamente como antes. Podia dizer que o novo diretor era seu ídolo. Passou tantas noites em claro lendo seus trabalhos da faculdade, era um verdadeiro prodígio que conseguiu cativar alguém de uma área totalmente diferente da sua; isso além de seus relatos nos jornais. Como quem o contratou para realizar a entrevista era uma revista renomada, não ousaria faltar com o profissionalismo. Precisou se controlar bastante para não usar expressão como "super humano" em sua matéria quando se referia a ele.

A porta foi aberta, o diretor se encontrava perto da janela, sentado à espera do seu entrevistador. Sua aparência era bem diferente do que esperava.

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