11 - Docinho.

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Oi gente! Espero que a semana de vocês tenha sido boa, a minha foi bem cansativa. Enfim, aproveitem o finalzinho dela com o capítulo novo, e se cuidem! 💙

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POV MARCELA

- Victor Hugo! Quanto tempo! - eu disse indo cumprimentá-lo.

Logo depois dos meus cumprimentos, Gizelly também levantou-se indo dar um abraço em meu amigo. Fiquei intrigada para saber de onde eles se conheciam, chegava a ser engraçado o quanto que o mundo era pequeno demais.

- Coincidência você ter marcado uma consulta justo no lugar que eu trabalho. - falei tentando puxar um assunto.

- Na verdade, eu não tenho consulta nenhuma, só vim te ver mesmo. - Victor respondeu.

- Mas como você descobriu o endereço do meu trabalho? A gente não se fala faz tempo.

- Foi o Dani que me falou. Ele tá passando um tempo na minha casa agora e a gente acabou falando de você, então fiquei com vontade de vir aqui matar a saudade.

- Estranho, não lembro de ter falado pra ele o endereço do consultório, mas vai ver eu falei e esqueci. - ao ouvir aquilo fiquei bastante intrigada, mas tentei fingir naturalidade - E aí? Como vai a vida?

Eu e Vh ficamos ali conversando por alguns minutos sobre as novidades dos últimos meses, papos normais de amigos que não se vêem há muito tempo. Vez ou outra ele tocava no nome do Daniel, mas sempre que isso acontecia eu tentava desviar do assunto o mais rápido possível.

Em meio a conversa Gizelly disse que realmente precisava ir embora e se despediu, e algum tempo depois Victor foi embora também, mais por uma pressão minha dizendo que precisava voltar ao trabalho, do que por vontade própria. Ele era uma pessoa boa, mas estava me deixando completamente desconfortável ao falar sem parar sobre meu ex-namorado.

De almoço optei por não sair do prédio e só pedir algo por aplicativo, porque queria evitar ao máximo expor Alessia a riscos. Não queria perder a confiança que Gizelly tinha em mim, e muito menos que algo acontecesse com a pequena. E eu ainda não podia me considerar uma cuidadora de crianças excepcional, ainda mais andando na rua de uma cidade perigosa que mal conhecia direito.

Deixei ela escolher seu prato favorito, e então comemos juntas enquanto conversávamos. Sempre considerei crianças seres menos desenvolvidos que os adultos, pessoas com quem era difícil manter uma conversa entendível. Mas parecia que eu e aquela miniatura de Gizelly nos entendíamos perfeitamente bem, tamanha era sua inteligência para uma criança de quatro anos de idade.

Depois de terminarmos a refeição, passei o resto da tarde bastante focada em meu trabalho, que ainda que fosse leve, era bastante para fazer em apenas uma tarde, já que havia gastado a manhã inteira com meus amigos. Vez ou outra perguntava se Alessia estava bem, e ela sempre respondia que sim, logo depois voltando a pintar alguma coisa em seu caderno estampado de unicórnio.

Perto do fim da tarde, recebi uma mensagem de Gizelly dizendo que estava a caminho para buscar sua filha no consultório, então logo me apressei para arrumar suas coisas.

- Marcela. - Alessia chamou minha atenção enquanto terminávamos de fechar sua mochilinha.

- Oi minha pequena, o que foi?

- Sabia que eu gosto muito de você?

- Ô meu amor, eu também gosto demais de você. - respondi enquanto a pegava no colo e a enchia de beijinhos na bochecha.

- Você não vai me deixar igual o papai fez, né? 

Ouvir aquilo dela foi como um soco em meu estômago. Não imaginava que era tão importante assim para ela, mas nesse momento percebi que o meu papel ali era muito mais essencial do que eu pensava, e eu não podia estragar nada.

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