4 - Almas gêmeas.

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Oi! Tentei trazer o capítulo o mais rápido que pude, mas tô bem atarefada nos últimos dia. Enfim, aproveitem aí. Ah, e muito obrigada pelos 100 votos 💖

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POV GIZELLY

O jantar corria muito bem, eu me sentia inexplicavelmente confortável perto de Marcela, ainda que nos conhecessemos há apenas pouco mais de 24 horas. A loira conseguiu fazer com que me sentisse bem apenas com um olhar, mesmo depois de relembrar coisas que normalmente me machucariam muito.

Depois de me abrir totalmente para ela, estava muito curiosa para saber sobre sua vida também, então a perguntei, e ela me disse que tinha uma longa história para contar.

- Vamos começar. Antes de vir pro Rio, eu morava em São Paulo. - Marcela começou respondendo minha primeira pergunta - Eu sempre fui uma mulher muito livre e mente aberta nessa questão de relacionamentos. Eu sou bissexual e já namorei tanto com homens quanto com mulheres.

Quando ela disse sobre sua sexualidade, por algum motivo isso me deixou um pouco feliz. Talvez no fundo tivesse noção do porquê, mas decidi reprimir isso e simplesmente continuar a prestar atenção no que ela dizia.

- Meu último namoro foi com um homem, o nome dele é Daniel. - a loira continuou contando - Assim como eu, ele também é uma pessoa bem livre, e também é bi. Tudo ia bem entre a gente, estávamos muito felizes, então resolvemos morar juntos. Nesse momento começamos a ter algumas brigas, mas já imaginei que aconteceriam, é normal com o convívio diário. Até que ele resolveu tocar na questão de casamento e filhos comigo. E foi aí que tudo começou a piorar. Porque eu sou uma pessoa que nunca me dei bem com crianças, e não tenho vontade alguma de ter filhos. 

Ouvir isso me deixou um pouco tocada. Não tinha problema com quem não gostaria de ter filhos, mas era estranho imaginar que há poucos minutos estava falando sobre como minha filha era meu propósito de vida, e agora ouvia de alguém que a pessoa não se dá bem com crianças. Nossas motivações para estar ali naquele momento eram realmente bem opostas.

- Ele me disse várias coisas, sobre ter escolhido uma mulher ao invés de um homem para ficar junto justamente para ter a oportunidade de formar uma família, e coisas do tipo. O meu maior problema não foi ele ter a vontade de ter filhos, e sim tudo que ele disse sobre isso, que foi extremamente machista e homofóbico. Ali eu percebi que não dava mais pra mim, que nossas ideologias eram totalmente opostas, então terminamos tudo. Eu fiquei arrasada. Tinha um bom emprego em São Paulo, morávamos em uma boa casa e tinha muitos amigos lá, mas morar com ele não dava mais. Pensei em escolher outro lugar para morar por lá mesmo, mas na verdade eu sempre gostei muito de mudanças drásticas na minha vida quando necessário, e a oferta de emprego que recebi aqui encaixou perfeitamente na minha vontade de mudar. - Marcela dizia com um leve tom de raiva ao lembrar de seu ex-namorado.

- Nossa, que péssimo. Eu sinto muito por você ter passado por tudo isso. É realmente difícil encontrar um homem que preste no meio de tantos escrotos, eu tinha tirado a sorte grande mesmo. - eu disse tentando confortá-la - Mas então, você já encontrou um lugar pra morar?

- Ainda não. Acho que vou ficar por um tempo morando na casa de uma amiga minha, até achar um lugarzinho que eu realmente me encontre. Foi tudo muito de última hora, mal tive tempo de pensar nisso ainda.

- Eu entendo. E você tá trabalhando aonde? Na verdade, nem sei no que você trabalha.

- Ah sim, verdade, ainda não te contei isso. Eu trabalho como ginecologista, e estou trabalhando na Clínica da dra. Thelma Assis.

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