AJUDA

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NURIEL HERONDALE

Quando eu atravessei o portal de volta para Nova York já imaginava as reações de alguém que via um morto, e mesmo tendo recebido muitos olhares assim ao longo que andei por Alicante, não acho que estava preparada, mas não deixei de estar ansiosa para rever meus amigos depois de tanto tempo. Eu queria saber como cada um deles estavam depois de três anos acreditando na minha morte.

Assim que vi Alec, meu coração saltava do peito. Ele está diferente com a barba que o deixa parecendo mais velho. Ainda sim, os olhos fundos aparentava o cansaço. Mas não me aguentei, abri os braços esperando seu braço. Logo eu estava rodeada por meu irmão, Clary e Isabelle. A reação deles havia sido melhor do que eu esperava, mas eu sabia que Alec iria me especular uma hora. Eu não estava pronta pra mentir pra ele, não agora.

Eu apenas queria me sentir segura nos seus braços naquele momento, esquecer tudo lá fora e a missão que me foi dada pelos anjos. Senti a luz em meu rosto assim que meus olhos foram ganhando foco quando os abri, eu ainda estou em meu quarto com os braços de Alec me segurando em seu peito. Levantei a cabeça e encarei o caçador embaixo de mim. Seu rosto estava sereno e com um bico fofo, foi inevitável o sorriso bobo. Mas eu ainda preciso voltar pra minha realidade, pra minha missão. Tentei me soltar de Alec, mas ele me apertou mais em seus braços e começou a balbuciar palavras desconexas.

— Não, Nuriel. Por favor, não me deixa. Não, não me deixa. Eu te amo.

Meu corpo erigiu no mesmo momento por ver que ele tem pesadelos e por sua declaração dormindo. Ambas coisas me pegaram de surpresa, mas fui tirada do transe com ele começando a se mexer bruscamente. Quantos mais eu traumatizei dessa forma?

 — Alec, ei. Eu tô aqui — O balancei preocupada e ele não parava — Alexander, acorde.

Meu tom de voz aumentou e o balancei  mais forte. Ele deu um salto que me fez ir pra trás e abriu os olhos atordoado, até ver minha expressão de susto.

— Me desculpa, eu estava tendo um pesadelo...

— Comigo - completei e ele pareceu surpreso — Você fala dormindo. Sinto muito por tudo isso.

— Não sinta, a culpa não é sua. É que...faz um tempo que tenho tido esses pesadelos.

— Três anos tendo esses pesadelos não é normal, Alexander  — olhei pra baixo e senti seus dedos levantando meu queixo. Ele sorriu e encarei seus olhos castanhos-esverdeados.

 — Tá tudo bem, você tá aqui agora e isso vai passar. Não se preocupe comigo.

Eu queria questionar ele sobre o "eu te amo", mas resolvi deixar isso para uma outra hora. Não acho que seja o momento adequado. O relógio indicava o horário tarde que Alec já deveria estar na sua sala trabalhando.

— Merda, o horário! Tenho que ir, desculpa — Alec levantou-se caindo o lençol de volta na cama e correu direto para o banheiro. Uma lâmpada se ascendeu na minha cabeça.

Levantei em um pulo e comecei a procurar pelo seu celular. O encontrei em cima da escrivaninha e agradeci por não ter uma senha, olhei em sua agenda e consegui achar o número de Magnus e o anotei em um papel e guardei no bolso da minha  jaqueta que antes estava jogada no chão.

Eu ouvia o barulho da água caindo, ele poderia sair rápido a qualquer hora. Escancarei a porta do guarda-roupa em busca de arrumar uma roupa pra mim como se nada tivesse acontecido, mas não esperava encontrar roupas de Alec ali.

 —POR QUE TEM ROUPAS SUA AQUI? - gritei mesmo sem necessidade.

— Eu sempre vinha dormir aqui, era uma forma de estar perto de você pra mim —respondeu alto. 

𝘼 𝘿𝙚𝙨𝙘𝙞𝙙𝙖 𝙙𝙤𝙨 𝘼𝙣𝙟𝙤𝙨 • 𝖇𝖔𝖔𝖐 2Onde histórias criam vida. Descubra agora