MALEKITH

1.6K 141 38
                                    

NURIEL HERONDALE

Cada parte do limbo havia um ar de penumbra, um vazio inexplicável. Eu tentava ignorar cada cena do futuro que se passava ali, não só pelo aviso de Magnus, mas também porque no fundo eu sentia medo do que poderia ver ali.

E se todo esse esforço não desse em nada? E se Jonathan já passou por aqui e roubou o colecionador de almas?

— Nuriel — Magnus tocou meu ombro me fazendo parar depois de quase horas andando. Parecia que quanto mais andávamos não tivesse fim — Não ande distraída pelo limbo, é perigoso.

— Fala sério, Magnus. Estamos andando a quase horas — reclamei — A onde está o colecionador de almas?

— Não sei assim que funciona as coisas, é preciso ter calma. E vale te lembrar que temos um demônio maior como guardião do instrumento, além de que teremos que ainda pegar o relógio do tempo pra voltarmos pra casa.

Bati a mão na testa. Eu estou começando a me arrepender de não ter escutado Magnus.

— Não vai dar tempo de lutar contra um demônio maior e pegar dois instrumentos — sussurrei e o encarei — Magnus...

— Não é o que estou pensando, Nuriel Herondale...

— Vamos ter que nos separar.

— Já assistiu filmes de terror mundano? Já viu o que acontece quando o grupo se separa? Todo mundo morre!

— Isso não é os filmes mundanos, Magnus. É o mundo das sombras.

— Que é praticamente a mesma coisa — insistiu.

— Magnus, você sabe que não temos escolha. Até acharmos outro instrumento o demônio nos pega, e ainda tem o Jonathan. Você sabe que tenho razão.

— E você sabe que eu tinha razão quando disse que precisávamos dos seus amigos, mas como todo Herondale você é teimosa.

Eu odeio ter que admitir, mas Magnus tem razão.

— Eu só vou acatar sua ideia porque sei que não teremos tempo. Por favor, olhe por onde andar e não importa o que aconteça, não ajude ninguém.

Assenti e por impulso abracei Magnus. Eu queria meu colar ali, eu queria que meus poderes funcionassem ali, mas não. Eu estava com medo e foi impulsiva, agora nem faço ideia se voltarei para ao menos dizer ao meu irmão o quanto o amo, a Alec.

— Não perca as esperanças, você ainda tem o seu pai. Ele jamais deixaria algo ruim acontecer com você — Magnus afagou minhas costas e me afastou — Tome cuidado, as dimensões do limbo pode tentar pregar peças em você.

Tirei meu boomerang do cinto e o segurei com firmeza. Olhei pra Magnus uma última vez e segui a direção em que ia e de repente, ele desapareceu.

Continuei andando e ignorando quaisquer imagem que me aparecesse, até que senti algo grudento segurando meus pés. Olhei pra baixo e era apenas um chão normal, e quando levantei  o olhar havia repletos espelhos ao meu redor. Não havia mais nada além deles.

O meu reflexo se alterava aos poucos se tornando algo embaçado, até que retornou para mais reflexos ao meu lado.

O meu pai estava ali ao lado da minha mãe, e eu estava no meio deles com um sorriso enorme. Éramos uma família feliz, como eu sempre sonhei. Me virei e o outro espelho mostrava algo diferente. Éramos eu e Alec, nós seguravamos dois meninos pequenos no colo. O outro espelho me mostrava em forma de anjo ao lado de meu pai, e o outro eu mundana vivendo uma vida normal fora de todas loucuras do mundo das sombras. Cada um, um desejo diferente.

𝘼 𝘿𝙚𝙨𝙘𝙞𝙙𝙖 𝙙𝙤𝙨 𝘼𝙣𝙟𝙤𝙨 • 𝖇𝖔𝖔𝖐 2Onde histórias criam vida. Descubra agora