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-Aula de Poções, Professor Slughorn

— Pessoal, bom dia. Hoje vamos dar sequência no preparo de poções, estudos avançados. Peguem o livro de vocês e abram na página dez. Leiam pra mim até a... deixa eu ver... vinte e dois. Quinze minutinhos de leitura , OK? Pra praticarmos um pouco depois.

  A sala não está nem um pouco interessada nos assuntos do professor. O sono atrapalha. Não é fácil acordar às sete horas numa manhã de segunda-feira. A turma do fundão de maioria Sonserina, mais bem resguardada da vigilância constante que verifica a condição de existência dos alunos da primeira fileira. Rony debruça-se relaxadamente na carteira e encara fixamente os parágrafos da página dez, não está lendo absolutamente nada. Parte da última fileira finge se interessar pelas fórmulas, parte viaja sem pestanejar, com a atenção voltada inteiramente para o imaginário. Carregam restos de um estado lúdico, já que parte de suas mentes ainda não se desfez do divertimento dos sonhos. 

— Tá, vamos ver... Vocês vão... Hm... fazer a poção do morto-vivo pra mim. Em grupo. Reúnam-se em grupos de cinco, seis pessoas no máximo - A sala reanima de uma vez só. 

 Cadeiras saem voando para cá e para lá, mochilas são abertas, colegas se cumprimentam, já começando a fazer piadas que resultam em altas gargalhadas da parte de todos. O professor Slughorn, tendo deixado o trabalho da aula para os alunos, recolhe-se num canto e consulta um livro de magia avançada.

Harry, Rony e Hermione haviam se juntado a Neville e Olívio, a concentração na sala era inexistente, Harry estava falando sobre como Olívio tinha melhorado no quadribol naquele ano, não dando a mínima para o que Slughorn os havia mandado fazer, a única focada era Mione, óbvio...  De repente os olhos de Harry passaram de relance pelo livro que professor Slughorn havia emprestado a ele, o antigo dono havia escrito em todas as páginas, estava até cerrando os olhos inconscientemente para tentar decifrar os ingredientes, eram coisas muito distintas do que estava escrito no livro de seus amigos, ele estava instigado a saber o que aconteceria se seguisse aquelas instruções, então se levantou indo até o armário pegar o que precisava segundo o livro. Rony e Olívio continuaram conversando, e de vez em quando se virando para disfarçadamente jogar bolinhas de papel enfeitiçadas nos alunos da Sonserina que estavam de costas. Harry ao voltar do armário viu que Malfoy estava sozinho em uma mesa no fundo, ele picava as raízes de valeriana no maior desânimo que já o vira, e de vez em quando levantava a cabeça para olhar com desprezo os alunos bagunçando e se divertindo. 

Harry voltou a se sentar, e com grande dificuldade terminava de picar as raízes, achava que Hermione já tinha algum tipo de imunidade a bagunça, porque não parecia nenhum pouco incomodada. Voltando para o livro e tentando decifrar novamente as letras, percebera que o antigo dono implicara com a instrução para cortar a vagem soporífera e deixara anotado: 

Amassar com o lado plano da Adaga de prata faz escorrer mais seiva do que cortar .
Harry amassou com o lado plano da Adaga, e se admirou com o tanto de seiva que uma vagem seca podia conter. A próxima instrução das letras indecifráveis era em vez de girar por várias vezes, acrescentar hortelã-pimenta e girar apenas 5 vezes, o efeito foi quase que imediato a poção tornou se rosa claro. O professor caminhou lentamente entre as mesas, deu um aceno de aprovação à de Hermione e quando viu à de Harry fez uma expressão surpresa.
- Excelente Harry, é inegável que você herdou o talento de sua mãe Lílian.
Logo em seguida ele os liberou para o intervalo entre a primeira e a segunda aula de poções.

Intervalo de 15 minutos entre aulas

Hermione o olhava e parecia estar decifrando um mistério.
- O que fez lá? Você nunca foi um mestre das poções.
- As pessoas podem te surpreender - Ela o olhou com um olhar de quem sabia que não havia um pingo de verdade naquelas palavras. 
Quando chegaram ao final das escadas, Harry fora apressado ao banheiro, virou o corredor e viu Malfoy. Parecia estar distraído, e não naquela defensiva que todos estavam acostumados a ver. Se fosse há alguns meses atrás, Harry poderia dizer que ele estava pensando em como conquistar a confiança do Lorde das Trevas, ou em qual seria seu próximo passo na vida de adolescentezinho do mal, porém depois que seu pai faleceu por um grande acaso do destino, que todos acreditavam ter sido mais uma benção do que uma tragédia, Draco parecia diferente, não como se estivesse apenas triste, que era o esperado após a perda de um pai. Ele parecia estar profundamente perdido, não se importava mais em estar bem vestido, ou se seus cabelos estavam alinhados e brilhantes, nem se dava mais ao trabalho de atormentar a Harry ou a seus amigos, parecia estar em uma situação deplorável interiormente e exteriormente. Ele o analisava há alguns segundos quando uma garotinha do segundo ano passou correndo pelo corredor e acabou esbarrando em Malfoy, e no mesmo instante todos os livros da mesma caíram, o que fez uma grande bagunça e esparramou papéis para todo lado. Já estava estranho Harry alí todo esse tempo, mas ele estava interessado em ver qual seria a reação de Malfoy. Uma armadura estava alí ao seu lado, não era o melhor dos esconderijos mas no momento servia. Tentando ser o mais silencioso possível, Harry deu dois passos largos para trás da moldura, o que ele viu poderia ser a coisa mais inacreditável que ele já vira (não é pra tanto mas era bem surpreendente), Draco se abaixara e ajuntara os livros da menina, enquanto ela o olhava com uma cara tão surpresa quanto a de Harry, e era compreensível. Draco se pós de pé novamente, e entregou os livros a menina.

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